sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A Guerra de cada um!











O homem vive em conflito e é o conflito que move o homem, que o confronta com o melhor e o pior de si, nesse contexto não há situação onde o conflito seja tão extremo quanto uma Guerra... e nenhuma é tão extrema quanto uma Guerra nas Estrelas, entre planetas, impérios, civilizações. Uma das franquias mais fortes do mundo pop, inspirando sonhos de fãs no mundo inteiro desde 1977 e alimentando contas bancárias de empresas que vão de games e produção de filmes e animações a cereais matinais e artigos colecionáveis.

Às vésperas da estreia de uma nova produção com a marca Star Wars — curiosamente dirigida e produzida pelo Diretor/ Produtor que revitalizou Jornada nas Estrelas, JJ Abrams — o Laboratório Espacial reuniu um time de colaboradores e amigos para tentar descobrir o que cada um vê de mais especial, mais divertido ou mais instigante nesta saga espacial.




Dennis Rodrigo Oliveira: (Publicitário e Ilustrador): Quando criança, em meados da década de 1980, eu assisti um filme que me envolveu completamente por causa de um quadrúpede robótico, colossal, que disparava raios laser enquanto avançava poderoso, alheio a nevasca a sua volta ou a resistência de soldados... Eu peguei alguns blocos de montar coloridos e tentei empilhar no formato daquela máquina fantástica. Entre essas minhas primeiras lembranças do que, na época, era chamado de GUERRA NAS ESTRELAS, também figura uma criatura nojenta e impertinente que mexia como uma criança atrevida nas coisas do herói, o piloto que tinha uma espada laser – e esse monstrinho tinha a voz sábia do respeitável Mestre Myagui, da versão brasileira de Karatê Kid. Eu não entendia o que estava vendo, mas sabia que era bom. Muito bom. E adorava!

No devido tempo, fui atrás da obra, hoje chamada de “trilogia clássica de Star Wars”, e então tive clareza do quanto àqueles filmes influenciaram a cultura pop. O Império Contra-Ataca, o tal episódio V, ainda hoje é um dos meus filmes prediletos e, de fato me envolveu de tal forma que é impossível resistir a qualquer coisa que relacionada a esse universo fantástico, em que batalhas são travadas no lugar mais distante, o limiar do céu noturno.

CURIOSIDADE JEDI (selecione com o mouse para ler): Antes de Harison Ford ser aceito como Han Solo, os artores Al Pacino, Christopher Walken, Nick Nolt, Kurt Russel e Sylvester Stallone concorreram ao papel.



Diego Silveira Maia (Jornalista, Professor de desenho): Da miríade de conceitos que municiona a já secular Guerra nas Estrelas, nenhum exerce sobre mim maior atração que A Força! A Força... Em si, um mistério. Compreendida, usualmente, como algo que perpassa toda a galáxia. Um poder passível de ser empregado tanto em favor da harmonia quanto do conflito.  É precisamente essa dubiedade que me intriga.

A onipresença da Força muitas vezes leva-me a crer que seu controle concerne tão somente a um profundo conhecimento da natureza de si e de outrem. Logo, o que se vê em Star Wars soa-me menos como uma retumbante batalha entre exércitos rivais ou ideologias antagônicas, que como uma representação da ambiguidade inerente à condição humana.
Mentira. O que eu gosto mesmo é dos sabres de luz. Nada pode ser mais legal que aquilo.

CURIOSIDADE JEDI: As cenas no planeta natal de Luke, Tatooine, foram filmadas na Tunísia, algumas locações passaram a ser usadas como habitação e foram re-utilizadas nas filmages de Episódio I: A Ameaça Fantasma e Episídio VII: O despertar da Força (2015).


Eudes Honorato é dono do blog Rapadura Açucarada e fã de quadrinhos desde que se entende por gente: A primeira vez que vi Star Wars foi na TV Manchete, no mesmo ano em que O Retorno de Jedi estreava nos cinemas. Eu comprei o álbum de figurinhas de O Retorno para, ao menos, ver alguma cenas pelas figurinhas, já que ninguém iria me levar para ver o filme. 

Talvez o que mais me atraísse na saga fossem os efeitos especiais que eu, como criança, achava que era pura magia, literalmente falando. Todo o restante era um imenso bônus. A aventura que se desenrolava diante de mim e que eu pouco entendi ainda. Só sabia que queria mais e mais. Para quem estava acostumado a ler quadrinhos como eu, era como se fosse um gibi fantástico se desenrolando na tela da TV.

CURIOSIDADE JEDI: O único filme onde não há membros decepados é Episódio I: Ameaça Fantasma (1999). Mesmo assim Darth Maul é partido ao meio. 

Fábio VP (aka Fabok), professor de Inglês, integrante do Grupo Avançado e fã incondicional de Ficção Científica (com letra maiúscula mesmo), em especial, Jornada nas Estrelas e Star Wars: O que você acha mais interessante em Star Wars? O que você mais gosta ou te envolve no Universo de Star Wars? Hum... resposta difícil.... Acho que tudo. Os personagens, os planetas, os veículos, as batalhas, A Força... tudo em Star Wars é fascinante. Até mesmo seu maior vilão, Darth Vader, nós amamos odiar.
É um universo que imediatamente te conquista. Você quer estar lá e vivenciar a Força como um Jedi, ou Lado Negro como um Sith e ao mesmo tempo ser o piloto adorável e quase mal caráter que salva a princesa. A melhor maneira de entender o poder que Star Wars tem é conferir aquele vídeo em que crianças bem novas (e Padawans em potencial) assistem ao trailer de O Despertar da Força. Alegria pura, fascinação e magia. É assim comigo desde 1977. Que a Força esteja com vocês!

CURIOSIDADE JEDI: Wedge Antilles é o único personagem secundário que sobrevive às batalhas da trilogia original (Yavin, Hoth e Endor). O personagem era vivido pelo ator Denis Lawson, tio de Ewan McGregor que interpreta Obi-Wan Kenobi na segunda trilogia.




Fernando Lima (Jornalista e Cartunista, Editor do Site Armagem.com, criador do personagem Fantasma Escarlate e da tira Mabel): A estreia de Guerra nas Estrelas, em 1977, no cinema foi indiscutivelmente um marco. Eu adorei o filme, é claro, mas mais felicidade viria depois. O sucesso estrondoso fez com que filmes de ficção científica entrassem na lista do “é isso que devemos produzir para ganhar dinheiro” dos estúdios.
Pipocaram desde cópias descaradas de baixo orçamento, que começavam a plagiar do título, como Battle Beyond the Stars (Mercenários da Galáxia - 1980), até séries de TV como Battlestar Galactica (1978) e Buck Rogers no Século 25 (1979), com um design que remetia, claramente, à obra de George Lucas e eu amei tudo isso.

Até a Disney, atual detentora da franquia, flertou com o estilo, no filme O Buraco Negro de 1979 e os haters que me perdoem (ou não — haters gonna hate), mas Jornada nas Estrelas deve seu renascimento, em grande parte, ao sucesso do primeiro Guerra. Por tudo isso não tem como não desejar à franquia uma vida longa e próspera e que a força esteja sempre com ela.

CURIOSIDADE JEDI: A Disney pretende remover de seu catálogo todos os produtos e imagens relacionadas a "Slave Leia", a Princesa Leia na versão prisioneira que aparece no Retorno de Jedi (1983).



JJ Marreiro (Editor do Laboratório Espacial, criador dos personagens Mulher-Estupenda, Beto Foguete e da Tira Lucy & Sky): O que me chama mais atenção em Star Wars é o conceito da Força. A Saga inteira é rica em metáforas, e o drama, embora novelesco, é bem administrado, mas são os Jedis e sua luta contra o mal exterior (e interior) que me provocam maior empatia. 

A ideia de uma Força que permeia todas as coisas vivas do universo, o misticismo, a associação com a disciplina rígida dos samurais (e dos monges) e a noção de que os fenômenos do universo podem ser pensados por outros prismas que não o científico.

CURIOSIDADE JEDI: O comunicador de Qui-Gon Jinn em A Ameaça Fantasma (1999) é na verdade um aparelho Gillete Sensor Excel Feminino.


Lancelott Martins (Escritor, Pesquisador, Editor do blog HQQuadrinhos): Somente quem nasceu entre os anos 60 e 70 estão no clube dos aficionados pela série... Parece presunção? Não  é!? Mas eu assistí STAR WARS/77, O IMPÉRIO CONTRA-ATACA/80 e O RETORNO DE JEDI/83 e por si só, ali tudo me encantou, cada personagem, cada frase, cada instante da película que ainda hoje me deixa naqueles dois sois que o Luke olhava... Não tem uma “mais legal”, porém TUDO isto me move e me liga aos devaneios de um verdadeiro cult. Depois, não contente, sorvi tudo das séries animadas, que expandiram ainda mais os detalhes da saga, personagens e outras neuras... STAR WARS, para mim é um como um doce que se prova  e cada vez, rememora-se!

CURIOSIDADE JEDI: Nos episódios VI (1977) e V(1980), Luke Skywalker usa um Sabre de luz azul, herdade de seu pai. No episódio VI (O Retorno de Jedi, 1983) o Sabre que ele usa é verde. Neste filme há uma cena de batalha ao ar livre o George Lucas achou que o Sbre precisava dar um maior contraste com o ceú azul, por isso a cor do Sabre de Luz de Luke foi mudada para verde no Retorno de Jedi.




Natália Soares (publicitária, web designer, ilustradora e desenhista): Queria ter assistido o Star Wars na sequência IV, V e VI, mas meu irmão disse que o III é o melhor daí eu estraguei toda a surpresa do filme. Já sabia quem era Anakin, Luke e Leia... 
De qualquer forma, o meu favorito se tornou o V "o Império Contra Ataca" pela união entre os irmãos e pelos treinos do Luke para se tornar Jedi. Gosto de todos os conselhos do Yoda e meu personagem favorito é o C3PO.

CURIOSIDADE JEDI: Na trilogia original Darth Vader é interpretado por três atores: James Earl Jones (voz), David Prowse (corpo) e Sebastian Shaw (rosto). Inicialmente Orson Welles (Cidadão Kane) dublaria Darth Vader, mas George Lucas achou sua voz conhecida demais e o substituiu por James Earl Jones.


Ricardo Quartim (Jornalista especializado em Quadrinhos e Cultura Pop, COlaborador da Revista Mundo dos SUper-Heróis, Produtor e Editor do DROPS Ricardo Quartim no Youtube): O ano era 1977. Eu tinha 12 anos de idade. O filme que iríamos assistir aquela tarde era o comentadíssimo Guerra nas Estrelas de um tal George Lucas que eu nunca tinha ouvido falar. Não fazia nem ideia do impacto que aquele espetáculo iria me causar.

Para quem estava acostumado com os filmes de ficção científica daquela época, ver  aquela sucessão de imagens tecnológicas, lasers fulminantes, rápidos e não aqueles raios lentos dos outros filmes! Naves espaciais com um design futurista voando na velocidade da luz ao invés dos foguetes que conhecíamos! O sabre de luz que substituía as arcaicas espadas! As batalhas alucinantes! Tudo isso era absolutamente inédito para mim! Aquela foi uma das maiores experiências de minha vida. E até hoje me emociono ao ouvir os acordes da música de John Williams!

Daquele dia em diante o mundo tornou-se diferente! E dividiu-se em antes e depois de Guerra nas Estrelas! Um mundo onde a ficção científica tinha realmente se tornado realidade! O mundo de Star Wars!




CURIOSIDADE JEDI: A raça de Yoda nunca foi citada nos filmes e originalmente o poderoso Mestre Jedi seria interpretado por um macaco usando uma fantasia.

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Como você pode ver cada pessoa tem suas preferências e sua visão deste universo incrível. E você?!  O que é mais legal em Star Wars na sua opinião? Deixe um comentário, compartilhe sua visão conosco e continue ligado no Laboratório Espacial que tem muita coisa bacana por aqui. Aproveite para ler também Guerra nas Estrelas O Resumo da Ópera, uma matéria que resume os filmes e mostra a estrutura da Jornada do Herói em infográficos bem divertidos.
http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/11/guerra-nas-estrelas-o-resumo-da-opera.html














Trailer Oficial - Star Wars: O Despertar da Força on Disney Video


De Diêgo Silveira Maia
De Eudes Honorato: RAPADURA AÇUCARADA
De Fernando Lima: ARMAGEM.COM
De Lancelott Martins: HQquadrinhos
De JJ Marreiro: ARMAGEM.COM
De Natália Soares: DE TUDO QUE EU AMO
De Ricardo Quartim, o Super-Herói da notícia: DROPS RICARDO QUARTIM

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Guerra nas Estrelas - O Resumo da Ópera













Guerra nas Estrelas é antes de tudo um romance. A tecnologia mostrada em veículos incríveis e equipamentos e armamentos definem uma ambientação distinta e complexa. A pluralidade de alienígenas, planetas e culturas acrescentam camadas e leituras que estão a serviço da proposta de ambientação. Para muitos a obra é categorizada como Fantasia Científica, pois a ciência é um elemento de figuração ante o drama, ante os conflitos interiores e exteriores dos personagens.

A saga foi concebida pelo Diretor e Produtor George Lucas em substituição a uma mal lograda revitalização de Flash Gordon. Após uma tentativa frustrada de conseguir os direitos para a produção de um longa metragem com o herói dos quadrinhos de Alex Raymond, Lucas optou por criar sua própria trama.

Hoje em dia a Teoria do Monomito (ou a Jornada do Herói), de Joseph Campbell é explorada à exaustão por uma miríade de escritores, lembrando que este recurso não garante êxito no resultado. Citar ou referenciar Campbell tornou-se em muitos casos um mero artifício de venda. Usado (e abusado) como fórmula para produções cinematográficas, a Jornada do Herói é fruto do estudo, catalogação e comparação de mitos de diversas culturas que levaram Joseph Campbell à conclusão de que todos esses mitos possuíam uma estrutura comum (veja os infográficos).




















George Lucas estruturou a história de Luke Skywalker nesta jornada, favorecendo a criação de personagens interessantes que ganharam ainda mais carisma graças a seus intérpretes. Há entre os fãs a crença de que a Guerra nas Estrelas teria sido concebida em 9 (alguns dizem 10) episódios, os mais céticos ainda duvidam disto, embora a quantidade de notas para criar algo desta complexidade seja imensa. O fato é que o filme (de 1977) inicialmente chamado apenas de Star Wars, recebeu (em 1981) o subtítulo de Episódio IV - Uma nova Esperança. Com seu sucesso surgiram as sequencias, games, animações e milhares de produtos licenciados. 


A trama os iniciados já conhecem, mas antes de chegar em seu formato final, vários tratamentos foram dados à história. Numa primeira versão o protagonista era o samurai espacial Mace Windy, que detinha o título de Jedi-bendu. Sua história seria narrada por seu aprendiz C.J. Thorpe ou C.2.Thorpe apelidado de Chuie (cuja pronuncia em inglês é Chewy). Nesta versão aparecia uma ordem galática muito antiga chamada Whills, que inicialmente seria um personagem mas tornou-se um conceito mais amplo, as notas, frases, descrições e citações narradas por meio do Whills acabaram constituindo um guia para o próprio Lucas: O Diário de Whills (Journal of the Whills).



Como qualquer escritor iniciante de ficção, George Lucas recheou sua trama de nomes esquisitos e referencias obscuras, sem noção de qual teria relevância no futuro ou no passado da história. E assim começava a construção da saga. O rascunho de roteiro em 1973 era apresentado assim: "Diário de Whills - Parte I: Esta é a história de Mace Windy um reverenciado Jedi-bendu de Ophuchi, narrada a nós por C. J. Thorpe, aprendiz padawan do famoso Jedi."























Uma versão mais completa e organizada do roteiro apresentava as aventuras de Annikin Starkiller, treinado pelo general Luke Skywalker com ajuda do alienígena verde Han Solo contra o Imperador Cos Dashit e seu braço direito o implacável e sanguinário Darth Vader. Esta versão que instigava a curiosidade dos fãs já há muito tempo tornou-se uma mini-série de quadrinhos escrita por J.W. Rinzler e arte de Mike Mayhem.









Após muitos games de sucesso, animações e uma trilogia contando o passado da família Skywalker,  2015 marca a chegada de uma nova produção cinematográfica: STAR WARS - O Despertar da Força, cujos fatos se passam 30 anós após os fatos mostrados no Retorno de Jedi.

Em 2012 George Lucas vendeu sua empresa (Lucas Film) junto com Star Wars e outras criações suas para a Walt Disney Company repassando a eles a sinopse dos capítulos 7, 8 e 9 da saga da família Skywalker. A primeira ação do diretor e produtor encarregado pelo projeto foi ignorar o material de Lucas. Após alguns problemas com Jornada nas Estrelas, JJ Abrams deu o seguinte depoimento: "Eu não quero fazer um filme onde a gente não saiba realmente, qual é a nossa história. Eu sinto que fiz isso muitas vezes na minha carreira". É compreensível que o Diretor faça uso de prerrogativas necessárias para contar a história que foi contratado para contar, embora ignorar as sinopses do homem que criou a Lenda Star Wars possa não parecer sensato.










Em depoimento ao CBS THIS MORNING (link pro vídeo no fim da matéria) George Lucas afirmou que a Disney quer contar suas próprias histórias e não pretendem usar o material que ele escreveu. (Nota do Editor: Lembre-se tudo munda no mundo o tempo todo. Ninguém garante que não irão resgatar essas sinopses após JJ Abrams sair de moda).

Para dezembro de 2016 está programada a estréia de Star Wars: Rogue One. Uma história derivada que mostra acontecimentos imediatamente anteriores aos vistos no filme de 77. Na trama um grupo de rebeldes se organizam para enfrentar a tirania do império roubando os planos de criação de sua arma mais letal. O filme dirigido por Gareth Edwards ( Godzila, 2014) tem no elenco:  Felicity Jones, Diego Luna, Forest Whitaker, Ben Mendelsohn, Alan Tudyk, Mads Mikkelsen e Donnie Yen. Há planos de mais produções explorando o universo de Guerra nas Estrelas além de novos quadrinhos, livros, games e animações. Há informações de que o plano é um filme do universo de Star Wars por ano.


As Guerras são responsáveis por revelar o que há de melhor e pior no ser humano. Elas levam o espírito humano a testes e provações de caráter definitivos, para um escritor este cenário favorece o drama num nível de intensidade elevado e, nas mãos de George Lucas, contribuiu para um pano de fundo repleto de movimentos, idas, vindas e revelações. As Guerras são responsáveis por traumas irrecuperáveis e prejuízos sociais, materiais e não-materiais, mas na ficção, onde é garantido um certo nível de segurança e conforto ao expectador, podem resultar em bons momentos de diversão e, porque não dizer de experiências e aprendizados. A produção de um filme no nível de Star Wars possui uma estrutura e uma organização comparáveis às do exército e, quer provoque amor ou ódio, é difícil ignorar algo deste porte tão entranhado na cultura e no comportamento contemporâneos.

Que a força esteja com você.




Para saber mais:
O Monomito de Joseph Campbell (sintese)
O Poder do Mito (Entrevista onde Campbell apresenta logamente e detalhadamente a Teoria da Jornada do Herói. Vídeo em 6 partes, o link é para a parte 1).
O site Oficial de Star Wars
Concept Arts de Ralph McQuire para a Guerra nas Estrelas original
George Lucas no CBS THIS MORNING (19/nov/2015)
Quadrinho da Dark Horse adapta primeira versão de roteiro de Star Wars
Livro: Como Star Wars conquistou o Universo. Chris Taylor. Editora Aleph


http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/11/a-guerra-de-cada-um.html

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Os Renegados Volume Um (por Dennis Oliveira)



 Atualmente, o Universo DC conta com uma equipe intitulada Capuz Vermelho e os Fora da Lei, grupo composto pelo revivido ex-Robin Jason Todd, Roy Harper (Arsenal) e Estelar, a princesa guerreira de Tamaran. De postura “pró-ativa” em relação aos ataques e estratagemas dos super-vilões, em que os heróis deixam de agir como “bombeiros” e passam a atuar como “caçadores”, tais figuras empreendem voluntoriosa batalha contra o crime... Mas os primórdios do conceito da equipe foram forjados há mais três décadas no título  Batman e Os Renegados, escritor por Mike W. Barr (Camelot 3000) e ilustrado pelo saudoso Jim Aparo (Batman). Conheça agora, os Renegados originais, meu grupo favorito de super-heróis!


Anos atrás o Barão Bedlam (não o vilão de Apokolips) invadiu e dominou a Markóvia, um pequeno reino na Europa oriental. As cidades foram tomadas pelo caos, vários estrangeiros foram capturados, entre eles Lucius Fox, alto executivo das empresas Wayne que havia sido enviado pelo próprio Bruce (Batman) momentos antes da insurreição. 

Batman estava caçando um traficante quando tomou ciência da situação e imediatamente convocou uma reunião da antiga Liga da Justiça, a “geração do satélite”. O Cavaleiro das Trevas propôs invadir a Markóvia, mas isso foi recusado pelo Superman, que temia uma piora da situação caso os membros da Liga viessem a interferir em assuntos internos de qualquer país. Batman, revoltado, abandona a equipe. Esse momento é curioso e tenso. Curioso, pois vemos o anárquico Arqueiro Verde surpreender-se com a decisão de Batman... Já a “tensão” está presente quando o Morcego demonstra não ter papas na língua quanto a seus ideais, desafiando (e menosprezando) o Superman e qualquer outro que tentasse impedi-lo. Melhores frases:

“Você fez isso. Eu não” cortando o Superman que acabara de falar que havia dado sua palavra a ONU de que ninguém da Liga iria interferir. Segue um sonoro “Muito bem, nesse caso, a partir de agora eu estou fora da Liga”. 

“Nunca quis que as pessoas me imitassem, apenas que me temessem” respondendo a afirmação da Mulher Maravilha de que a Trindade sempre foi um exemplo pros demais.

E...
“Eu ouvi o grito dos moribundos, das vítimas do crime e da injustiça. Eu jurei que faria todo o possível para proteger as pessoas. Se alguém quiser me deter, vai ter que me matar” para um “mas” do Super.



Em companhia do herói Raio Negro, Batman vai à Markóvia, onde encontra outros superseres em ação: Halo (uma garota sem memórias, capaz de voar e com poderes diferentes advindos de cada cor de sua aura permanente), Katana (uma samurai em busca de vingança contra um general do exército de Bedlam) e Metamorfo (Rex Mason em busca da Doutora Helga Jace, cientista da Markóvia que em teoria era capaz de encontrar uma forma de reverter sua transmutação). Nesse ínterim, o governo destituído toma suas próprias medidas para combater o usurpador, e concede superpoderes ao príncipe Brion Markov, que vem a se tornar o Geoforça através de uma máquina criada pela Dra.Helga. Sob a liderança de Batman, os meta-humanos derrotam Bedlam e fundam a equipe dos Renegados. Um dos momentos mais divertidos é forma como o grupo é batizado. Batman identifica o potencial do grupo com a Liga antes das regras se tornarem mais importantes que as ações... Assim, o Cavaleiros da Trevas decide voltar a trabalhar em equipe. Ele promete ajudar Halo a descobrir seu passado, ensina-los a usar seus poderes... E quando está tudo “certo” para a recém-formada equipe, Metamorfo questiona: “Um bando de renegados como nós? Até que pode dar certo, mas como vamos nos chamar”. “Você já disse, os Renegados! O que acha, Batman?”... “Na falta de um nome melhor, acho que esse serve” responde a Geoforça. Os desenhos de Jim Aparo dão um ar “clássico” a essas histórias de origem, garantindo seu lugar entre outras edições lendárias em que supergrupos unem força pela primeira vez.


Os Renegados tiveram sua base em Gotham City inicialmente. Ocorreram diversas aventuras em que se ergueram os principais inimigos do grupo, como o Quinteto Mortal e novos vilões concebidos pelo escritor Mike W. Barr. Houve ainda um crossover com os Novos Titãs de Marv Wolfman e George Pérez – e um ponto alto é Dick Grayson problematizando o fato de Bruce sequer ter revelado sua identidade para o grupo. A equipe fez uma breve aparição no encerramento da saga titânica intitulada Contrato de Judas, e Brion Markov, o Geoforça foi “poupado” da verdade sobre os Atos de sua irmã, a traidora Terra

Entre as aventuras do time cabe dizer que os Renegados lutaram no mega-evento-cósmico conhecido como Crise nas Infinitas Terras, sendo que o Geoforça foi um dos heróis recrutados pelo Monitor. Tempos depois Batman descobriu que Halo era uma alienígena que havia sido ferida mortalmente, buscando “refúgio” no corpo de Violet Harper, uma assassina. Uma heroína pouco conhecida chamada Ventania veio a se unir as fileiras da equipe, mas não demorou para que começassem a acontecer conflitos ideológicos (e metodológicos) entre Batman e o restante do grupo. No melhor estilo, “a história se repete”, Bruce abandona a equipe. Como consequência, os demais membros se mudaram para Los Angeles, onde a Lia Biggs se torna a heroína Divina e se junta a eles – levando o grupo a se aventurar no reino subterrâneo da Abyssia, profundamente abaixo dos alpes suíços, e fazer novos e perigosos inimigos. O último membro a integrar a superequipe foi o Cavaleiro Atômico, um ex-funcionário dos Laboratórios Delta que desenvolveu uma armadura impressionante. Jim Aparo desenhou os Renegados por cerca de quarenta edições, sendo substituído pelo talentoso Alan Davis. Barr manteve-se constante em roteiros dinâmicos e abordagem inovadoras desde o início – Mike Barr foi o roteirista de revistas excelentes como Batman Ano II, Batman, o Filho do Demônio e o épico Camelot 3000.

Logo, graças a Geoforça, os Renegados passaram a ser financiados pelo governo da Markóvia, embora não precisassem prestar contas a seus dirigentes. Uma saga de grandes proporções veio marcar o fim do que seria entendido como o “primeiro volume” dos Renegados: Milênio. Eles foram traídos pela Dra. Helga Jace que na verdade era uma espiã infiltrada dos Caçadores Cósmicos. A consultora científica da equipe assassinou Metamorfo e morreu em seguida. Enfrentando os Caçadores nos subterrâneos da Márkovia, Halo é seriamente ferida e entra estado de coma, sobrevivendo numa câmara hiperbárica e ficando sob os cuidados da amiga Katana. Divina reverte a seu estado original, a indefesa Lia Biggs. Tais fatos levam o grupo a se dissolver. Raio Negro continuou a atuar esporadicamente nas ruas de Gotham. Com a morte de seu irmão, o príncipe Greg, Geoforça, passa ajudar sua cunhada, a rainha Ilona, a governar a Markóvia. Embora Metamorfo
tenha renascido misteriosamente graças à bomba meta-humana liberada pelos alienígenas Dominions durante a Invasão, os Renegados nunca mais se reuniram. Até a Markóvia ser invadida muitos anos depois por vampiros, dando início ao volume dois! Mas isso é uma outra história...




http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2016/03/porque-o-batman-e-tao-legal-por-dennis.html





sábado, 7 de novembro de 2015

JORNADA de volta à TV!



Com o sucesso dos filmes produzidos por JJ Abrams, Jornada nas Estrelas voltou à crista da onda. A última Trek série na TV, Enterprise, encerrou em 2005. De lá para cá, fora alguns boatos criativos, não houve nenhuma menção de uma nova Trek série. Em 2009, Jornada voltou aos cinemas numa proposta criativa e moderna capitaneada pelo Produtor e Diretor JJ Abrams. O filme (Star Trek 2009) estabeleceu uma nova linha temporal (apelidada pelos fãs de Abramsverse) e de acordo com ela, apenas os eventos vistos em Enterprise (2001/2005) são cânone. Em 2013 veio o segundo filme fazendo referência a Ira de Khan (1982) e em 2016 estreará Star Trek Beyond. O Abramsverse é um prato cheio para o cinema: atores e atrizes jovens cheios de sex appeal para agradar garotinhas e garotões, tragédia, intrigas, ciuminhos e invejinhas, cenários brilhantes, design arrojado, muita ação, muito drama e roteiros envolventes e inteligentes, não se pode negar.

Desde a estréia do filme de 2009 que eu conjecturo entre amigos (e em bate-papos e palestras) um retorno de Jornada à TV. Sejamos lógicos: a série nasceu na TV. Tornou-se uma referencia mundial em termos de série,  de Ficção Científica e de mobilização de fãs. Algo semelhante ocorre com Ultraman (no Japão), Doctor WHO (na Inglaterra) que em seus países são praticamente "patrimônios culturais". Jornada nas Estrelas, uma franquia com fãs no planeta inteiro é uma marca rentável e está distribuída em milhares de produtos que vão de livros e blue-rays a cortadores de pizza, abridores de lata e action figures.

Enquanto a maioria dos trekkers de meu convívio acreditavam que Jornada só voltaria à TV depois dos filmes do Abramsverse perderem audiência, minha opinião e torcida divergiam da maioria. A crença é que demoraria alguns bons 6 a 10 anos até a série criada por Gene Roddenberry voltar às televisões do mundo. Voltando à lógica Spockiana: Star Trek é uma franquia administrada por produtores que tem como objetivo ganhar dinheiro. Assim seria mera consequencia pensar que eles deveriam aproveitar o frisson estabelecido pelo Abramsverse para faturar com uma nova série de TV.

Em novembro de 2015 foi anunciada uma nova Trek série a estrear em Janeiro de 2017. Com isso começam a surgir especulações e os primeiros sinais de amor e ódio, antes mesmo da divulgação de qualquer imagem, sinopse ou atores. Mas isto é um retrato de nossos tempos e este fator tem sido muito utilizado pelos departamentos de marketing para conseguir mídia espontânea.


Vamos agora a uma série de pensamentos e especulações (lógicas ou não) sobre esta nova Trek série:








-Atores de cinema possuem um nível de cachê que uma produção televisiva não comporta. Então
pare de sonhar com o elenco dos filmes de Abrams numa série de TV. Possivelmente vão contratar atores novos, lançar alguns novos talentos cujos rostos serão associados inicialmente aos personagens que vão interpretar nesta série. Isto será uma oportunidade de ouro para uma equipe de maravilhosos sortudos.

-Convidados e participações especiais. Para garantir um certo nível de familiaridade — e para arrebanhar civis (não trekkers) para a audiência, algum ator razoavelmente conhecido da TV deve ser contratado. Posso até chutar que vão acabar chamando algum ator que já passou por CSI, NCIS, Lost, Fringe ou algo do tipo Last Ship. Em algum momento atores de outras produções da franquia devem fazer participações especiais, isto é uma aposta segura. Basta lembrar das aparições de Deforest Kelley, Jemes Dohan, Leonard Nimoy e William Shatner em aventuras da Nova Geração.








-A probabilidade da série se passar no Abramsverse é grande. Seria muito ousado imaginar a possibilidade de ver a tripulação de Picard nessa realidade? Não se sabe. Entretanto, como o produtor é Alex Kurtzman (co escritor dos dois primeiros filmes do Abramsverse) seria uma grande surpresa se a série se passasse no Universo Prime (universo da série original e cuja linha cronológica engloba 703 episódios, 10 filmes e, para alguns, mais 22 episódios animados).














-Nova série, novos recursos. É possível inferir que os novos episódios sejam escritos pensando no novo público de séries, com mais ganchos, mais romances (e intrigas), uma trama central unindo todos os episódios, mesmo que existam aventuras auto-contidas. Os produtores devem manter os elementos que deram certo nas séries anteriores e adicionar novos recursos e temas. Como temos visto em outras Trek séries metáforas com a situação política e social do nosso mundo, elementos de ficção mais séria e filosofia não devem ficar fora da estrutura do programa.

A série (produzida em comemoração aos 50 anos da série original) será distribuída inicialmente pelo serviço de streaming da CBS e posteriormente pela CBS Studios International. A estreia está agendada para janeiro de 2017 e para muita gente, a contagem regressiva começou, alguns esperando ver uma nova tripulação indo audaciosamente onde nenhum homem jamais esteve outros apenas torcendo para que não manchem o legado.

Enquanto não chega a nova Trek Série veja novas aventuras com a estética da Série Clássica em produções de fãs que amam e respeitam a tradição do Grande Pássaro da Galáxia:

- Star Trek New Voyages


- Star Trek Continues

- Prelude to Axanar

- Axanar (Vulcan scene)



http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/11/jornada-nas-estrelas-resumo-da-opera.html