segunda-feira, 28 de março de 2016

Batman vs Superman: AME ou ODEIE (por JJ Marreiro)






As pessoas têm uma tendência a defender suas paixões de modo inflamado, posto que paixão é fogo. Muitas vezes a manifestação das opiniões mediada pela frieza de um monitor à distância segura por meio de cabeamentos ou sinais wi-fi deixam as paixões aflorarem com ainda mais vigor e veemência. E isso se aplica a vários temas e assuntos, indo das preferências culinárias, políticas, ideológicas a leitura de livros, quadrinhos e personagens. 

 









Batman e Super-Homem são ícones da cultura pop mundial, possuem várias versões em animação, seriados, filmes, games, programas de rádio e — obviamente — quadrinhos. Existem elementos de ordem quintessencial que fundamentam esses personagens, suas origens, suas motivações e, queiram ou não, sua aparência. Entretanto estes personagens têm mudado ao longo do tempo e têm se adaptado à moda da época, como uma "marca empresarial" que recebe adaptações a cada 10 ou 20 anos, dependendo da empresa. A facilidade de interação das novas tecnologias possibilita cada pessoa dividir e compartilhar suas opiniões, diferente de quando só existiam o rádio e televisão, nos quais a transmissão de informações era unilateral e hierárquica: quem detinha as concessões de rádio e TV impunha sua opinião e a massa incauta apenas recebia aquilo ou desligava o aparelho. Claro que esse tipo de poder ainda existe e que os grandes conglomerados de comunicação ainda o exercem, talvez com mais rigor e abrangência , dada a multiplicidade de plataformas, entretanto, o público mudou. As pessoas, hoje, podem demonstrar seu desconforto ou descontentamento — digamos: podem "desabafar", em maior escala.


Mesmo assim as grandes empresas de mídia continuam conduzindo pessoas à salas de cinema ou a downloads de programas — que os levam a adquirir produtos estampando esta ou aquela marca — com primazia.






Parte das discussões envolvendo o filme Batman vs Superman envolve os conceitos e motivações dos personagens, mas, com tantas versões existentes de cada herói, é mais que natural que o resultado não se alinhe com uma ou outra parcela do público. Ao elaborar um grande produto de mídia os produtores normalmente fazem uma opção por qual público agradar. E cada opção tem uma resposta distinta. Agradar o público mais maduro que já conhece os personagens mais tempo e já possui uma visão sobre esses personagens é diferente de voltar-se a um público novo que anseia por diferenças e por novidades, mesclar as duas opções também é possívelo que tornaria o produto final ainda mais abrangente.


Nesse contexto é importante ainda notar, como característica desses novos tempos quando moda, consumo e criação de produtos andam lado a lado, que: uma publicidade massiva consegue mais resultados do que uma história bem contada (vide Star Wars: The Force Awakens).

 


Voltando à questão central: cada pessoa, leigo ou não, tem sua opinião e sua visão sobre quem são Batman, Super-Homem, Lex Luthor, Lois Lane etc. E, claro, chateiam-se por não conseguir estabelecer entre a versão moderna ligações com o que está em sua memória afetiva. Mas não tenha dúvida de que qualquer que seja a versão de personagem que você ame ou odeie, ela não é definitiva e daqui a 10 ou 20 anos , como qualquer "marca empresarial", essa visão será mudada, alterada, revista. E, normalmente, uma nova visão nega a visão anterior (como na política e nas artes), o mundo gira cada vez mais rápido. Lembre-se do exemplo do Homem-Aranha, 3 versões distintas em menos de 10 anos (2007, último filme com Tobey Maguire, 2012 & 2014 Andrew Garfield, 2016 primeira aparição de Tom Holland como Homem-Aranha). Então, se uma versão qualquer não é nada parecida com o que você aprecia, aguarde um pouco: a próxima pode ser algo que ache absolutamente genial, mas esteja preparado porque o que você acha ruim também pode piorar bastante.



http://jjmarreiro.blogspot.com.br/2013/11/jj-marreiro-profile.html
MAIS CLIQUES:
http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2016/03/porque-o-batman-e-tao-legal-por-dennis.html 
http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2016/04/porque-o-superman-e-tao-legal-por.html


https://www.youtube.com/watch?v=1cXbcs4AT-I&feature=youtu.be

https://www.youtube.com/watch?v=3xwrogvIJ40


domingo, 27 de março de 2016

BATMAN VS SUPERMAN: UM FILME QUE DIVIDIU AS OPINIÕES (Por Ricardo Quartim)













As opiniões sobre Batman vs Superman: A Origem da Justiça estão divididas e estou com aqueles que gostaram do filme. E muito! 

Como já foi comentado por quem assistiu o filme, a DC ao contrário da Marvel fez um filme mais sério, denso e adulto. Quem não gosta de filmes sombrios vai odiar. Quem quer ver uniformes coloridos e ação o tempo todo também não vai gostar. BvS está mais para o Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan do que para Os Vingadores. Cenas longas com mais diálogos e tensão crescente. E muitas referências a várias fases clássicas dos quadrinhos. Muitas mesmo! É claro que há ação, mas o que predomina é a trama em si do que explosões e porradaria.
Não é um filme para crianças. A trama é mais complexa do que aparenta com um fundo humanista raramente visto em uma adaptação de filmes de super-heróis. Muitas pessoas não gostaram por não entender algumas mensagens nas entrelinhas. Vão apenas descompromissadas achando que vão ver um mero filme de “super-heróis” apenas como puro entretenimento. 

Em alguns momentos a história lembra os filmes de espionagem das décadas de 60 e 70 e Gal Gadot em sua identidade de Diana Prince é uma referência as Femme Fatales do cinema. Como Mulher Maravilha me surpreendeu! Não é a magrela que aparentava nas imagens promocionais. É linda, sexy, forte, audaz, tem um ar de guerreira nata, passa confiança e muito carisma. Ben Affleck é O Batman e ponto final. Até mesmo quem não gostou do filme admite isso e tem o considerado o “Batman definitivo”.  A única vez em que o Cavaleiro das Trevas é retratado como realmente é nos quadrinhos. Christian Bale pode ter sido um Batman incrível e realista, mas não conseguiu ser o verdadeiro Homem Morcego das HQs. Investigativo, estrategista, confiante. E acima de tudo bem mais brutal. Não por culpa dele, mas sim do roteiro. Até mesmo visualmente Affleck foi a melhor encarnação do Batman já mostrada nas telas. Henry Cavill continua seu bom trabalho com Superman.  Neste filme o maior ato heroico foi dele. Comparações com Christopher Reeve não tem sentido. Cada um é bom em seu estilo. O erro das pessoas é achar que sempre que se elogia o novo, o velho tem de se tornar automaticamente inferior. Ambos podem ser bons. São Supermen diferentes. É apenas questão do gosto de cada um.

 Até mesmo em relação ao filme. É apenas seu ponto de vista. Não significa que seja a verdade. A opinião vai de acordo com cada pessoa e com o que cada um tem idealizado em sua mente de como seria um filme ideal e personagens ideais. Se não bate com o que você gostaria, para você não vai ser bom. Se bate, será um grande filme. Para mim o filme correspondeu ao que eu queria. Principalmente por um fator que não o agradou muitos: Ser sério e mais sombrio com uma temática mais complexa e humanista. Isso foi o que mais gostei. Mas não significa que estou certo e você está errado. Apenas gostamos de coisas diferentes.

 










Já sobre Lex Luthor, ele não é um personagem cômico como aparenta nos trailers. Ele é apenas debochado, mas é um personagem sinistro, sério. Com todas as características de um sociopata. Em alguns momentos em que está sozinho é altamente perturbador. Bem diferente de Gene Hackman em Superman the Movie, este sim um Lex Luthor cômico, no entanto todos elogiaram. Jesse Eisenberg é um Luthor muito mais próximo das HQs do que Hackman.  O que pesa sobre ele é a idade que difere muito da sua contraparte nos quadrinhos, já que ele é bem novo. E o fato de ser piadista o que muitos confundem com engraçado. Sua motivação é clara. A de eliminar os dois heróis os quais considera uma ameaça a seu império. Algo obvio e lógico, mas que muitos não entenderam.

https://www.youtube.com/watch?v=1cXbcs4AT-I&feature=youtu.be

Outro fato criticado é geralmente de leigos que não compreendem Batman contra Superman. Até mesmo alguns saudosistas reclamam disso e dizem sentir falta da forte amizade entre ambos. No entanto, o título do filme não passa de um mero chamariz, já que os heróis se estranham no início pelo fato de não se conhecerem e possuírem métodos diversos. Mas depois surge uma grande amizade e respeito da diferença dos dois de forma maravilhosa.  E sobre um brigar com o outro, um recado para os saudosistas é que isso ocorre desde a década de 40 apesar de somente após o Cavaleiro das Trevas de Frank Miller ter surgido um motivo mais lógico.

Portanto, vá assistir ao filme e forme sua própria crítica. Esse é meu conselho.

https://www.youtube.com/channel/UC5qrYK0unft9O1AEB0hzpnA


OUTROS CLIQUES:

https://www.youtube.com/watch?v=3xwrogvIJ40

http://calazanista.blogspot.com.br/2016/03/batman-contra-superman-origem-da.html


http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2016/03/porque-o-batman-e-tao-legal-por-dennis.html

https://www.youtube.com/watch?v=1cXbcs4AT-I&feature=youtu.be


http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2014/08/beto-foguete-e-os-patrulheiros-do.html

sábado, 26 de março de 2016

Por que o Batman é tão Legal?! (por Dennis Oliveira)



Enumerar os motivos que fazem o Batman legal definitivamente não é tarefa fácil. Cada fã, criança ou adulto, magro ou gordo, alto ou baixo... cada um pode dar uma razão para estimar e admirar esse personagem quase unânime que está entranhado no coração da cultura pop há décadas. Batman é legal por isso e muito mais.

Mas ele encontra detratores? Gente que não o considera legal? Sim, claro. Estranho seria se não encontrasse, certo? Aí sim teria algo errado... E ao longo de seus mais de 75 anos, Batman fez coisas heroicas e impopulares, talvez na mesma medida, e, talvez, exatamente por isso ele seja legal. Quando Batman foi líder dos Renegados, nos idos dos anos 1980, seus colegas super-heróis tinham dificuldades em relação a sua postura rígida, mas anos depois, quando estes mesmos personagens enfrentaram a truculência do então novo Batman, Jean Paul Valley, e a comparação veio à tona e Katana concluiu “o Batman que eu conheci era nobre”. Ele era legal.

Batman tem equipamentos legais. Um mordomo legal. Um parceiro legal. Um uniforme legal. E até vilões, digamos, legais. Generalizar é chato, mas ouso supor que todo mundo que leu uma de suas histórias tem aquela que considera a mais legal – acredite, alguns personagens não gozam desse prestígio. E tem gente que acha o Batman legal até sem conseguir explicar direito. É quase como que se ele fosse legal e pronto. Mas nada, nenhum personagem é tão simples.

Talvez Batman seja legal por ser capaz de palpitar em cada um o exemplo do que é ter uma vontade a mais na hora de lutar pelos nossos objetivos, pois sua força de vontade é inegável. Admita, seria legal vencer a preguiça e ir à academia no mínimo com alguma regularidade, certo? Pois é isso que o Batman representa, alguém que supera a preguiça e qualquer outro limite em prol de um objetivo, de um ideal. Não é legal ser assim?

Outra coisa muito legal no Batman é que ele é possível. O zênite de ambição e fortitude humanas é possível! Isso é muito admirável e legal, mas está longe de ser algo fácil. E, insisto, talvez por isso, seja tão legal.


  




















VEJA TAMBÉM:
http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2016/04/porque-o-superman-e-tao-legal-por.html


https://www.youtube.com/watch?v=1cXbcs4AT-I&feature=youtu.be
http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/09/batwest-um-improvavel-cavaleiro-das.html
 http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/11/os-renegados-volume-um-por-dennis.html

terça-feira, 22 de março de 2016

Roteiro e Preconceito (por JJ Marreiro)





“Futebol é uma caixinha de Surpresas” e “Em clássico não há favorito” são máximas do futebol. Máximas, axiomas, adágios ou ditados, dá no mesmo. Uma sentença razoavelmente racional cuja lógica é tão evidente que a torna socialmente aceita sem polêmica. Aqueles que já viram entrevistas ou depoimentos de Osamu Tezuca, Maurício de Sousa ou Stan Lee possivelmente já tiveram contato com esta máxima dos quadrinhos: “A coisa mais importante numa História em Quadrinhos é a História”.

E é mesmo. Tanto que em Português a palavra História vem antes de Quadrinhos na própria denominação das HQs.Uma capa bonita pode vender uma revista, mas uma história bem contada é que vai garantir que o leitor queira colecionar a revista e acompanhar a jornada dos personagens.



 Assim como existem máximas que tem um poder lógico forte e evidente existem dogmas e preconceitos que se perpetuam por falta de análise crítica e denotam preconceito e desinformação (ou mera imbecilidade). Por exemplo: “O Brasil não tem bons roteiristas de HQ”.

Normalmente essas sentenças são proferidas por quem não conhece o trabalho de André Diniz, Alexandre Lobão, Alexandre Nagado, Anita Costa Prado, Ataíde Braz, Danilo Beiruth, Daniel Esteves, Fernando Lima, Flávio Colin, Flávio Teixeira, Gian Danton, Júlio Emílio Braz, Laudo Ferreira Jr, Leonardo Santana, Leonardo Melo, Marcelo Marat, Marcelo Cassaro, Roberto Guedes, Wellington Srbek ou Wilde Portela (pra manter uma lista curta e já pedindo desculpas pelos excelentes escritores que ficaram de fora desta citação). É possível pensar que um estúdio como o de Maurício de Sousa esteja no mercado a mais de 50 anos sem bons roteiristas?


Generalizações tendem a ser odiosas porque tendem ao preconceito e o preconceito anda de mãos dadas com a desinformação. Então, é possível falar mal de roteiristas brasileiros? Sim, claro! Mas tachá-los de ruins simplesmente porque não estão disseminados nas bancas ao lado dos títulos importados da DC e Marvel é no mínimo falta de visão. O espaço do quadrinho brasileiro é outro, o cenário é outro, a realidade é outra! Conhecemos Allan Moore, Neil Gaiman, Garth Ennis simplesmente porque eles são publicados regularmente em revistas que possuem boa distribuição e com personagens e marcas que possuem tradição e solidez. Isso é muito mais do que se pode dizer de 90% de qualquer quadrinho nacional.

Outra crítica comum, e igualmente descerebrada que surge nesse contexto: "O Brasil não tem um Allan Moore ou um Neil Gaiman". Reflita: O Brasil precisa mesmo de um Allan Moore? De um Neil Gaiman ou de um Mark Millar? Ou o Brasil precisa de um autor que seja ele mesmo, por ser ele mesmo, sem precisar copiar os trejeitos, gags, recursos e soluções de um gringo? Ou, melhor ainda: será que o necessário de fato não seriam publicações sólidas e regulares onde vários autores pudessem mostrar seu potencial enquanto são remunerados condignamente por isso?

Não dá pra comparar a quantidade de quadrinhos publicados por DC ou Marvel ou Bonelli com a quantidade minguada da produção nacional. Se há bons escritores nos Estados Unidos, Europa ou mesmo Japão, dada a quantidade absurda de títulos— esteja certo — se há bons escritores lá, há também péssimos escritores que não ganham fama por aqui simplesmente porque não são publicados fora do mercado de seus países. Antes de encerrar: É necessário combater essa postura ridícula de que só o que é de fora é bom, isso nega a competência do brasileiro em qualquer área.

Se você não quer parecer um idiota completo, tente não “expelir” por aí esse dogma imbecil de que o Brasil não tem bons roteiristas. Tudo que você vai conseguir com isso é mostrar pras pessoas que você não sabe NADA sobre quadrinhos brasileiros.

MAIS:
Complexo de Vira-Lata 
Roteiro de Quadrinhos (Blog com dicas, entrevistas e matérias sobre a produção de roteiros para HQS. Por Gian Danton)
Resenha do Livro Como escrever Quadrinhos

http://jjmarreiro.blogspot.com.br/2013/11/jj-marreiro-profile.html


http://roteiroquadrinhos.blogspot.com.br/

http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/08/de-gian-danton-como-escrever-quadrinhos.html