sábado, 14 de dezembro de 2019

Terra Violenta - Quase um Clássico





















Um tipo de produção cada vez mais rara no meio cinematográfico é o Western. Raro por não ser um gênero da moda e por não ser bem compreendido pelos roteiristas e produtores de hoje. Raro entre os produções contemporâneas que facilmente tem perdido a mão ao querer reinventar o gênero poluindo-o com terror, gore ou sci-fi. Terra Violenta (In the Valley of Violence) é uma produção de 2016 com Ethan Hawke e John Travolta no elenco. O outro rosto conhecido é o da atriz Karen Gillian ( da serie Doctor Who e dos filmes Guardiões da Galáxia e Jumanji).















O filme diz a que veio logo nos créditos, colocados na abertura, ao invés do final como 99% das produções de hoje em dia. E a sequência, com uma animação em vermelho e preto, é de aquecer o coração dos fãs do velho bangue-bangue à italiana — a trilha é eficiente (se bem que poderia ser ainda mais marcante) e segue a tendência estética do filme. Os enquadramentos e planos em alguns momentos se mostram inspirados, indo além da mera competência. Na abertura temos um zoom típico do cinema spaguetti italiano onde um personagem vai de um plano geral para um plano próximo num sobressalto muito bem encaixado. O uso desse recurso algumas vezes mais ao longo da trama teriam contribuído pra elevar o nível da produção e assumir, sem medo de ser feliz, seu referencial.















Sem fazer revelações é seguro dizer que Ethan Hawke empresta sua credibilidade e humanidade ao típico “cavaleiro solitário” tão conhecido dos fãs de Clint Eastwood, John Wayne e Franco Nero. Seu objetivo, também sem muitas revelações, é chegar ao México, mas atravessar uma cidadezinha esquecida no fim do mundo, só para encurtar caminho e descansar um pouco, pode mudar o rumo natural das coisas.
















John Travolta, ao interpretar um dos antagonistas, entrega um personagem crível, pé no chão. Fica implícita sua influencia (como xerife) sobre as pessoas da cidade, sem arroubos de violência gratuita, gritaria ou sequências de crueldade explícita. É perceptível que se trata de um vilão, mas construído como um manipulador, um articulador que vê inteligentemente onde estão as vantagens e desvantagens de suas ações. Num tom completamente diverso vemos o personagem de James Ransone (de It: Capítulo II) como Gillian Martin, ajudante e filho do Xerife. Esse sim um fanfarrão, composto num tom espalhafatoso com um certo overacting que funciona para provocar ojeriza na audiência. E funciona também para prismar do lado oposto o personagem silencioso e humano de Ethan Hawke. Aliás essa humanidade (mostrada de modo contido) encontra reflexo também na relação com a cadela Abbie e com a personagem de Taissa Farmiga (Mary Anne) que percebe por trás daquele silêncio, alguém que, para ela, representa esperança.
















A narrativa cresce, como em alguns bons westerns, até o embate dos espíritos, ânimos e interesses dos personagens ganhar cheiro de pólvora, ricochetes de balas, navalhadas e respingos de sangue (na medida certa, sem gore). O final não decepciona os fãs do gênero, que mais uma vez ficariam muito mais contentes com o clichê — que teria caído como uma luva— do cavaleiro solitário desaparecendo sobre seu cavalo numa bela panorâmica ao por do sol.

A quantidade de westerns medíocres, pobres e mal-ajambrados é tanta que, mesmo com suas ressalvas Terra Violenta mostra-se muito, mas MUITO, acima do nível atual das produções do gênero, e como mencionado ao longo do texto, com um pouco mais de cuidado (e talvez financiamento), este filme do Diretor Ti West, poderia ter ido parar na prateleira dos grandes clássicos. Mas se você é fã do gênero veja tranquilo pois é um dos melhores faroestes dos últimos 10 anos.

(Até a publicação desta resenha, 14/12/2019, o filme estava disponível na plataforma Netflix)




http://laboratorioespacial.blogspot.com/2017/06/uma-breve-historia-de-quadrinhos-velho.html


http://laboratorioespacial.blogspot.com/2017/06/uma-breve-historia-de-quadrinhos-velho.html







http://laboratorioespacial.blogspot.com/2017/08/tex-em-ponto-de-bala.html

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Direito Constitucional em Quadrinhos

DIREITO CONSTITUCIONAL EM QUADRINHOS
PRESS RELEASE 

As Leis existem para organizar o convívio social, para harmonizar o trato entre homens e instituições. As Leis mais importantes de um país, as normas que regem um Estado, estão registradas em sua Constituição.

A cada dia que passa fica mais clara a necessidade do cidadão comum conhecer seus direitos. Para atender a esta necessidade, o Curso Prime em Parceria com o Estúdio AMX-2 lançaram a revista Direito Constitucional em Quadrinhos.
https://www.concurseiroprime.com/produto/quadrinhos-pdf-direito-constitucional-em-quadrinhos/
A partir da experiência de LC Braga com projetos de desenvolvimento de mídias para uso na Educação a Distância, entre elas a produção de quadrinhos, aliada ao talento do cartunista JJ Marreiro, e a expertise da professora Malu Aragão sobre o assunto, surge a revista “Direito Constitucional em Quadrinhos”, fruto da colaboração entre o Estúdio AMX-2: Artes e Narrativas e o Curso Prime com o intuito de levar adiante esta idéia inovadora.

Um projeto único com foco na aprendizagem de conteúdos de modo envolvente e lúdico. Usando técnicas de ensino tais como recursos de storytelling através de uma linguagem leve e ágil, o texto constitucional deixa de ser frio e sem vida, tornando-se saboroso e interessante sem modificar uma palavra original da Carta Magna.
A revista foi pensada para aproximar a legislação ao público em geral, ao passo que faz uso de recursos e artifícios facilitadores da aprendizagem que vão encantar qualquer leitor, não apenas os concurseiros.

A parceria destes três protagonistas, Malu Aragão na consultoria, LC Braga no desenvolvimento do projeto e roteiro e JJ Marreiro na elaboração da arte, trazem até o público uma revista em quadrinhos que diverte, ensina e informa de maneira singular e inédita.

A publicação pode ser adquirida em versão PDF no site concurseiro prime.com diretamente neste LINK
ou em versão impressa nas sedes do Curso Prime em Fortaleza-CE, no bairro Aldeota, Rua Maria Tomásia, 22, fone: 85 3208-2222 ou no Centro, Avenida do Imperador, 1068, fone 85 3208-2220.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

RAMBO - Até a última gota de sangue!









Coragem é uma característica do Stallone seja como ator, diretor ou produtor. Aos 73 anos de idade, mesmo sujeito à intensas críticas da parcela do público, que tem ojeriza a filmes de ação, ele retoma um personagem polêmico. Seria mais seguro encerrar o personagem com as conquistas que obteve até então, mas, como todo indivíduo criativo, esbarrar em novas ideias acabam trazendo novo vigor e ânimo. O resultado desta inquietação é RAMBO- Last Blood , no Brasil: RAMBO - Até o fim.



















É possível perceber a homenagem que a produção presta aos westerns — Rambo é parte índio caso não lembrem e nesta produção o veremos inserido em seu contexto de origem pré-Vietnã, reconstruindo, recuperando e resgatando as raízes das quais se afastou por conta das guerras (uma delas interior). A trilha musical, a paleta explorada na película e até o tema remetem a clássicos do velho oeste.




















Neste retorno reencontramos Rambo imerso no cotidiano duro de manter um rancho, longe dos dias de luta e de sangue até que... uma garota, que ele criou como se fosse sua filha, é sequestrada por um cartel de drogas mexicano. Com isso, uma tempestade de fúria se anuncia no horizonte. Em todas as aventuras anteriores vemos Rambo ser jogado (a contragosto) no meio de uma Guerra. Isto se mantém nesta nova produção, embora a guerra seja diferente— e muitas vezes invisível— a Guerra das Drogas. Nesta guerra muitas vezes a luta é interna (contra o vicio) outras vezes é ccontra o sitema (que se recusa a confrontar quem financia e patrocina o vício de ricaços e, se vc acreditar nisso, pobretões). A direção do filme é de Adrian Grunberg, diretor de Get the Gringo, estrelado por Mel Gibson. O roteiro é assinado por Stallone e Matt Cirulnik e tem anda no elenco Paz Vega conhecida pelos filmes 'Fale com ela', de 2002 e 'Os amantes Passageiros', de 2013 — ambos dirigidos por Pedro Almodóvar; e ainda Yvette Monreal (Lowwriders e Once upon a superhero), Louis Mandylor (The Debt Collector—com Scott Adkins) e Óscar Geaneda (The Loosers, Pirates of the Carbbean: On stranger tides).

Impressionantemente ativo, atlético e conectado, Sly traz Rambo para mais uma aventura e com isso mostra que idade não é documento e que rótulos , como "velho, antiquado e careta", são muito bons para frascos de remédio e produtos em prateleiras mas não são muito eficientes para pessoas.




domingo, 25 de agosto de 2019

KUTANG - O Rei do Universo !

























Por JJ Marreiro

Aos olhos de hoje a alcunha “Rei do Universo” pode parecer megalomaníaca ou mesmo soberba, mas aos olhos dos anos 60 com seus Reis do Rock, Reis do Iê-Iê-Iê, Reis dos Calouros, Reis dos Quadrinhos... o termo Rei parecia usual e plenamente adequado. Sem mencionar o caráter ingênuo e pueril que vinha a reboque. Joás Dias de Lima (como também é conhecido o cartunista Jodil) criou um personagem que, de certo modo, combinava um caráter místico e tecnológico. Poderia muito bem ser associado às idéias de Novo Aeon ou das disciplinas de ordem exotérica típicas daqueles anos 60 tão telúricos, mas tratava-se apenas de um personagem divertido que, a exemplo do Capitão Marvel ou de Jack Marvel (Marvel Man), usava uma palavra mágica para acessar seus dons superiores e proteger os necessitados.

Jodil, artista gráfico, publicitário, cartunista, ilustrador, faneditor (Fã Sim HQ, Túmulos Vazios) talvez não tenha imaginado que aquela sua revista de criança pudesse inspirar e instigar tanta gente ao ponto de seu personagem ser catalogado por Lancelott Martins no rol dos personagens brasileiros de histórias em quadrinhos ao lado de ícones como RaioNegro, Judoka e Capitão 7.

Abaixo você pode ver as páginas de Kutang produzidas por Jodil nos anos 60 e logo em seguida um preview da revitalização proposta nos anos 2000.

















Falando sobre o personagem e sua revitalização: Conheci o personagem Kutang por meio dos fotologs. Alguém havia postado uma imagem de um quadrinho infantil produzido em 1964. Achei curioso e o tempo se encarregou de colocar-me em contado com Rod Gonzalez que após ver alguns de meus desenhos sugeriu que reformulássemos o personagem. Após a devida permissão do Joás (criador do personagem que viria a se tornar amigo de ambos) iniciei os estudos e fiz algumas páginas. No entanto, necessidades mais prementes me impediram de finalizar o projeto na época, mas ainda há esperança desse material vir a público, principalmente porque hoje em dia existem várias maneiras de fazer isso. Veremos no que dá.

Abaixo, o material extraído do HQQuadrinhos de Lancelott Martins, o maior catálogo de personagens brasileiros da internet. 





E agora, pra encerrar, uma curiosidade. O Capuz usado pelo herói, com seu formato cônico, somado a letra 'K' estampada em seu peito tornaram o herói alvo de críticas que alegavam tratar-se, estes elementos, de referências à Ku Klux Klan (instituição extremista norte-americana que se opunha à luta pelos direitos civis), algo que obviamente jamais passou pela mente criativa do autor.

O 'K' no peito se justifica pelo nome do herói, que, caso fosse escrito com 'C' não traria a mesma aura exótica. Aliás, Kutang é um termo da língua indonésia usado para vestes, camisola ou colete. Quanto ao chapéu em cone, os membros da Klan podem tê-lo associado a uma rotina de terror, perseguição e ódio, mas sua origem remonta a procissões religiosas medievais e está ligada à modéstia, penitência, humildade e fé. Ao mesmo tempo que simboliza os soldados romanos cumprindo obedientemente sua obrigação, o chapéu, cobrindo o rosto, também representa a vergonha de ter sacrificado o Cristo. O formato do cone, como uma seta para cima, indica uma conexão com o céu e com o divino que habita acima dos homens. Desde suas origens os penitentes (chamados encapuzados, nazarenos ou farricocos) usam esta indumentária como maneira de seguir a procissão expiando os próprios pecados sem revelar publicamente suas identidades.

Algumas procissões da Semana Santa (tradição religiosa cristã que culmina na ressurreição do Cristo) na Espanha incluem a chamada Procissão do Fogaréu (Em cidades como Málaga, Sevilha—considerada a maior comemoração de Semana Santa do Planeta!), Valladolid, Salamanca, Cádiz, Monóvar, Pamplona, Tudela, Zamora e outras) e em Portugal (Braga, Óbidos e outras). Estes festejos datam da Idade Média e possuem elementos ritualísticos próprios. Algumas ocorrerem à noite ao som de tambores, com os participantes sendo precedidos por tropas à cavalo. As tochas e as indumentárias dos clérigos e dos penitentes também são carregadas de simbolismo. No Brasil, as famosas Procissões do Fogaréu, que ocorrem em Guarulhos-SP, Lorena-SP, Goiás-GO, Paraty-RJ, Petrópolis-RJ, Santa Luiza-PB, Reriutaba-CE e em várias outras localidades, são descendentes diretas destas manifestações europeias. O capuz, ou chapéu em cone, está lá, trazendo aquele ar de solenidade, misticismo e mistério aliado à sua herança medieval.




Sobre as procissões:
Semana Santa em Málaga (Espanha)
http://desbravandomadrid.com/2015/03/31/especial-semana-santa-procissoes-curiosas-em-espanha/
http://www.panosso.pro.br/2011/04/semana-santa-em-valladolid-espanha.html
https://www.icce.com.br/blog/2014/4/18/o-icce-deseja-uma-feliz-pscoa-conhea-um-pouco-sobre-as-tradies-da-semana-santa-na-espanha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confraria
http://lumeear.blogspot.com.br/2015/04/a-semana-santa-em-espanha.html
http://www.periodistadigital.com/religion/turismo/2015/10/13/el-pp-quiere-declarar-la-semana-santa-como-manifestacion-representativa-del-patrimonio-cultural-inmaterial-religion-iglesia-congreso.shtml
Nazarenos - Os encapuzados (wikipedia)
http://pt.aleteia.org/2017/04/10/procissao-do-fogareu-fe-e-tradicao-na-semana-santa/
http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/33878-procissao-do-fogareu-em-goias
https://semlimitesjornalinovador.blogspot.com.br/2014/04/procissao-do-fogareu-antes-missa-com-pe.html
http://viagemeturismo.abril.com.br/destinos/procissao-do-fogareu-encena-perseguicao-a-cristo-em-goias-velho/

http://blog.comshalom.org/carmadelio/49950-fe-e-cultura-popular-a-variedade-das-procissoes-de-semana-santa

Procissão do Fogaréu (wikipedia) 

Procissão Ecce Homo  em Braga - Potugal (wikipedia)

Matéria originalmente publicada no blog Campo dos Sonhos - Link

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

O ESCRITOR FERNANDO FONTANA VAI LANÇAR UMA GRAPHIC NOVEL QUE SE PASSA NO MESMO UNIVERSO DE SEUS LIVROS

Por Ricardo Quartim

O escritor e Professor de História em Catanduva Fernando Fontana está com uma campanha no Catarse para lançar a Graphic Novel O Triste Destino da Namorada do Ultra-Homem, uma HQ que se passa no mesmo universo de seu  romance Deus, o Diabo e os Super-Heróis no País da Corrupção

Conforme a sinopse:

"Em um país fictício onde a corrupção se espalhou por todas as esferas do governo e da sociedade, o detetive Lucca Carrara é chamado para investigar o desaparecimento da namorada do Ultra-Homem, um dos mais famosos e poderosos super-heróis em atividade.
Entre copos de uísque e a fumaça dos cigarros, Lucca precisará descobrir a verdade obscura por trás do desparecimento da jovem e se ela ainda está viva."

Segundo o que foi divulgado,  não é uma história comum de super-heróis,mas algo entre Tarantino e Garth Ennis

E indo além do que foi dito, levando em conta a trama do romance Deus, o Diabo e os Super-Heróis no País da Corrupção, já que ambas fazem parte do mesmo universo, a HQ também deverá agradar a leitores de obras como Whatchmen de Alan Moore e a recente The Boys, do mesmo Garth Ennis já citado acima, pelo mesmo tom em que aborda a temática dos super-heróis de forma realista. 


A arte fica por conta do quadrinhista Ivan Lima, responsável por diversas histórias nas Revista Calafrio e Mestres do Terror

Ainda segundo a divulgação, Lima possui um traço realista que combina com o clima noir e a atmosfera lúgubre da trama.


Fernando Fontana possui dois romances já publicados, o mencionado Deus, o Diabo e os Super-heróis no País da Corrupção, que é o primeiro de uma série de livros deste universo, em 2018 pela Editora Viseu. E em março deste ano, seu segundo livro Procura-se Elvis Vivo ou Morto, o primeiro de uma coleção de livros de bolso chamada Casos Supernaturais.


Você pode apoiar a partir de R$20,00 bastando entrar no site, clicando aqui.


Atualização:

O próprio autor Fernando Fontana acabou de divulgar mais uma novidade em primeira mão para o Laboratório Espacial! Vejam a seguir em suas próprias palavras:


"Em menos de cinco dias alcançamos 10% de nossa meta prevista. Por conta disso, para todos os que já apoiaram o nosso projeto e para todos que o apoiarem nos próximos sete dias, daremos de presente no final da campanha, um aquivo em PDF com o conto "Isamu precisa morrer!" Este é o segundo conto de uma coletânea prevista para ano que vem, chamada "Crônicas de Uma Casa de Chá". O primeiro destes contos, "O Jardineiro do Imperador" está disponível em formato de fanzine entre as recompensas já oferecidas. Agradecemos a todos por acreditarem em nosso projeto e aguardem pelas próximas novidades."






sábado, 10 de agosto de 2019

SILÊNCIO! Batman na Área!


A animação Batman: Hush (Silêncio) adapta a sua própria maneira o arco escrito por Jeph Loeb e desenhado por Jim Lee. O longa toma todas as liberdades necessárias para levar a trama para o ambiente das animações embaladas pelos Novos 52 desde Liga da Justiça Guerra (2014). Na verdade, algumas das mudanças realmente melhoram a história de maneira surpreendente, embora pague um certo preço por isso. Batman: Hush não está nada próximo dos melhores desenhos animados produzidos pela DC-Warner, mas ainda pode ser um entretenimento para os fãs.

Um dos pontos altos do longa está na relação mostrada entre Batman e Mulher Gato. Batman: Hush traz ação e uma história intrigante, mas que irá decepcionar quem espera uma atualização exata, quadro a quadro, do quadrinho. No entanto, se você espera uma nova versão, o resultado pode agradar. O longa resolve algumas das deficiências da história em quadrinhos original e oferece o que soa como uma história mais coesa. Ao comparar os dois, o material de inspiração se torna um primeiro rascunho quando comparado ao filme.












 







É claro que nem todos vão concordar, mas as mudanças adicionam uma carga pesada de desenvolvimento de personagem ao elenco do filme (sem spoilers), e que resulta em um final intrigante, melhor do que o material de origem. Tais mudanças funcionariam para o formato quadrinhos? Provavelmente não. Mas muito bem para a animação. Além disso, a reação da Bat-Família ao relacionamento de Batman e Mulher Gato já vale o filme, pois traz profundidade e relevância.
 
Porém, o filme ainda demonstra problemas. Assim como na história em quadrinhos, existem personagens que aparecem em situações “glorificadas” que não causam impacto na trama. Arlequina e Coringa estão tão deslocados quanto no contexto original. Além disso, algumas das alterações fazem com que alguns personagens recebam menos tempo de tela do que a história exige. Não que estrague o filme, mas o compromete em geral. Entrar em mais detalhes sem spoilers é dureza a partir daqui… Este filme é melhor apreciado se encarado com a mente aberta.
Um mal presente em animações anteriores se repete: o tempo de execução do filme, que impacta negativamente no ritmo narrativo para chegar logo ao final apoteótico. Sim, o clímax é imensamente satisfatório e repleto de conseqüências para os personagens.




 




Novamente cabe dizer que a força do filme está em como ele se dedica ao relacionamento entre Batman e Mulher Gato, usando-os como núcleo da história que está sendo contada. Sim, o mistério de Hush ainda é fundamental, mas quase tudo é contado através do relacionamento dos personagens. Isso dá margem para construção e desenvolvimento de ambos, que funciona muito bem. Parece que há mais coisas em jogo, principalmente a vida que os personagens estão construindo juntos.
A animação aqui é boa na maior parte do tempo, ocasionalmente, se percebe um salto na qualidade durante algumas das principais seqüências do filme. Infelizmente, isso significa que há outros momentos que ela cai um pouco, mas o padrão é geralmente como na maioria da linha DC Universe Movie. O design de personagens de Phil Bourassa segue o visual estabelecido desde Liga da Justiça: Guerra e, compreensivelmente, dadas as restrições orçamentárias e a continuidade do filme, guarda espaço para homenagens ao traço de Jim Lee, um bom toque.


 
















Batman: Hush provavelmente acabará sendo filme que divide opiniões entres os espectadores por algumas de suas escolhas, mas, no final, ainda é uma agradável diversão. Pode apresentar algumas deficiências, mas elas são mínimas se comparadas ao conjunto da obra. O mistério da identidade de Hush equilibra muito bem a exploração mais profunda do filme sobre o relacionamento de Batman e Mulher Gato. Mas e a cena por trás da identidade de Hush? Simplesmente fantástica. Essa adaptação pode não ser exatamente o que a maioria espera, mas os prós superam os contras. Recomendo.

http://laboratorioespacial.blogspot.com/2016/03/porque-o-batman-e-tao-legal-por-dennis.html

http://laboratorioespacial.blogspot.com/2018/03/gotham-luz-de-lampioes.html






terça-feira, 16 de julho de 2019

CONHEÇA O STUDIO PATINHAS: O NOVO PROJETO DA PREMIADA QUADRINHISTA E EDITORA CAROL PIMENTEL

Por Ricardo Quartim

Em parceria com o Cartunista, músico e Graphic Design Guilherme Baldin, a renomada quadrinhista, escritora e ex editora da PaniniCarol Pimentel criou o Studio Patinhas!
Cujo o nome é uma referência não ao pato milionário que todos conhecem, mas as mãozinhas de gatinhos fofos. A página do Studio Patinhas no Facebook inclusive, é recheada de tirinhas com esses adoráveis bichanos. 
O estúdio visa oferecer os mais diversos serviços para o mercado editorial, tais como letreiramento, edição, revisão, criação de logo, Design Gráfico, Marketing Digital, criação de conteúdo dentre outras coisas mais. Além de também criar os próprios roteiros e produzir HQs sob encomenda. 






Apesar de ser formada em física e quatro outras graduações, tendo sido inclusive diretora da Escola Municipal de Astrofísica de São Paulo, Carol escolheu ser editora da Panini Comics, inicialmente como assistente e depois como sênior, tendo sido a primeira editora mulher de quadrinhos de super-heróis no Brasil. Por suas mãos passaram Homem-Aranha, X-Men e a linha Ultimate








Carol também foi ganhadora do Troféu HQ Mix no ano de  2018 na categoria novo talento (roteirista) pela Graphic Novel  P.O.V. - Point Of View, em parceria com a quadrinhista Germana Viana, responsável pelas belíssimas ilustrações. Ainda em 2018 também participou como roteirista da HQ Gibi de Menininha e publicou o livro Tradução de Histórias em Quadrinhos – Teoria e Prática.





E em setembro deste ano, já como editora chefe do StudioPatinhas, Carol irá fazer uma palestra no XXXIX Semana do Tradutor UNESP/Ibilce. As inscrições já estão abertas. 



Para entrar em contato acesse a página do Facebook do Studio Patinhas, clicando aqui

Nós do Laboratório Espacial desejamos todo o sucesso do mundo a Carol e ao Guilherme nessa nova empreitada! 
VIDA LONGA AO STUDIO PATINHAS!