sábado, 14 de janeiro de 2023

Uma olhadinha no roteiro de WATCHMEN

 

 WATCHMEN é uma História em Quadrinhos, publicada pela DC Comics, originalmente no formato de minissérie de 12 edições escrita por Alan Moore com Arte de Dave Gibbons em 1986. A obra influenciou vários autores e editores ganhando sequencias posteriores (não autorizadas pelo autor original), bem como uma série de TV (Watchman HBO, 2019) e um Filme de 2009 dirigido por Zack Snyder (Liga da Justiça, 2021).

A obra original tem sido relançada em outros formatos, formato econômico com capa cartão, Formato álbum 6 edições, formato edição definitiva, formato edição comemorativa de luxo e estimulou o desenhista Dave Gibbons a lançar o livro Os Bastidores de Watchmen com anotações, esboços, muitas artes de produção e curiosidades sobre a série.

A título didático colocamos aqui a página 01 de Watchmen , um recorte do script de Allan Moore e o leiaute da mesma página feito pelo desenhista Dave Gibbons.







 O roteiro para quadrinhos se diferencia do roteiro para cinema, entre outras coisas, por conter mais da expressão artística do escritor. Pode-se dizer que o roteiro de cinema é impessoal e que o roteiro de quadrinho, como um policial que tem o parceiro assassinato, leva texto e descrições pro lado pessoal (hehehe). E este script de Alan Moore é um ótimo exemplo disto pois temos a descrição detalhada de todos os objetos, personagens, ambientes em cena e ainda um reflexo do ânimo do autor. Enquanto alguns roteiros são chatos e tensos Moore transforma seu material em algo envolvente.

Em vários momentos o texto cita quais elementos são vitais para o que se pretende da página em si (e da narrativa visual) e aponta elementos visuais opcionais citando suas vantagens e desvantagens. A solução gráfica dos recordatórios que usam a narrativa em off de Rorschach é sugestão de Moore, mas vendo a versão final nota-se que Gibbons sabiamente usou a opção que melhor favorece a leitura sem roubar atenção da narrativa visual. O trabalho de Moore e Gibbons pode ser entendido como um processo de negociação estilo ganha-ganha, onde tanto o escritor tenta oferecer bons elementos visuais para serem materializados quanto o desenhista tenta colaborar ao máximo para que imagens e personagens se aproximem o máximo possível das descrições.

Pela quantidade de texto para descrever cada painel nota-se a preocupação de Moore para que a narrativa visual não saia dos trilhos, embora seja patente o respeito que ele tem pelos seus parceiros desenhistas. 

O material visto aqui é tal qual posto na edição definitiva de Watchmen (primeira edição), segundo a Lei brasileira do Direito Autoral, Lei 9610/98 , Capítulo IV,  é permitida a citação e uso de trechos para fins de resenha e estudo. O Laboratório Espacial sugere a aquisição da obra original dada sua importância, e também porque é uma leitura irada!

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