John Byrne é um MESTRE. Escreve E Desenha num nível (e num ritmo) além do normal. Me surpreende que não seja incensado como Allan Moore ou Frank Miller, talvez —gosto de usar o talvez porque abre portas para o incerto e nada mais incerto que nós seres humanos com nossos achismos— então, talvez, apenas talvez, Byrne não seja um dos queridinhos da crítica, e dos moderninhos, porque seu trabalho está nos fundamentos dos quadrinhos, e foi ali que ele deixou sua marca.
Byrne
desenhou e escreveu os personagens mais importantes das Masters (Marvel, DC). Provavelmente
apenas George Perez e Jack Kirby estejam no mesmo patamar em termos de quantidade
de personagens e títulos que contem produções suas. Star Trek, Aliens, Espaço
1999, Buffy e Angel, Indiana Jones e mais algumas dezenas de outros títulos estão
no currículo desse Gigante.
Em
Operação High Ways, Byrne entrega “um filme”. Bem, eu pelo menos me senti vendo
um filme de ficção científica, aliás, um filmaço! Acho que funcionaria muito
bem com o John Boyega no papel principal, seria irado vê-lo retornar a Ficção Científica depois de Star Wars e Círculo de Fogo-A Revolta. E não custava colocar um cara como
Jeremy Irons ou William Dafoe no elenco. Para o principal papel feminino Regina King já peitou um mundo à beira da destruição (Watchmen, HBO) e tiraria uma aventura espacial de letra.
O filme, ops!, o quadrinho que parece um filme, acompanha o inexperiente Eddie Walace (pra mim, John Boyega) tentando se adaptar ao novo emprego à bordo de um cargueiro espacial. O que esse cara não sabe é que o trabalho vai ficar bem complicado, misterioso e cheio de surpresas.
A obra, cujo roteiro é costurado com precisão milimétrica, tem vários elementos de ficção científica, ação e suspense. A Arte não foge ao alto padrão Byrne com alguns enquadramentos que lembram Moebius ao expandir os horiziontes dos cenários e, porque não dizer, dos personagens. A exemplo de Moebius, e Stanley Kubrick (sim aquele do 2001), Byrne em vários momentos coloca o homem em seu estado de insignificância diante da imensidão cósmica.
Essa
resenha não é pra dar spoillers, está mais para “algo que li e gostaria de
falar a respeito”...e mais: “algo que li e indicaria sem medo, pois se trata de
Ficção Científica com aquele tratamento de ação que não deixa as coisas
tediosas”. Eu até fiz um treco errado nesse texto comparando o álbum do Byrne a
um filme. O fato é que o quadrinho se basta. Ele é excelente sem precisar virar
filme. Principalmente se for como essas adaptações fulerages que se vê por aí. Se
você não conhece o trabalho de Byrne, ou se gostaria de reencontrar o trabalho
dele: Operação High Ways é um título que saiu no Brasil, com ótimo
tratamento gráfico/editorial, pela Editora Scribs. 



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