Quando se fala em histórias de Espada e Magia, gênero criado por Robert E. Howard através de suas narrativas com seus personagens Conan, Kull, Bran Mak Morn dentre outros, já se imagina uma produção americana ou até mesmo européia. E não é à toa que pensamos isso. Afinal o gênero surgiu lá no início dos anos 30 nas revistas de Pulp Ficton, como por exemplo a Weird Tales. Elas eram publicações baratas feitas em papel de baixa qualidade e consideradas subliteratura na época, mas hoje consagradas de onde surgiram grandes autores. O Texano Howard, é considerado o pai desse gênero que mistura aventuras de barbarismo com magia como indica o próprio nome. São histórias recheadas de guerreiros bárbaros, destemidos e selvagens com aventuras épicas, lugares fantásticos, duelos mortais, feiticeiros poderosos, monstros horripilantes e um clima sobrenatural!
Weird Tales de dezembro de 1932: A estreia de Conan com o conto The Phoenix on the Sword |
No entanto, nós também temos nossos representantes do estilo, principalmente na literatura apesar de não haver muita divulgação. E agora, direto de Belém do Pará, o quadrinhista Alan Yango brinda os quadrinhos nacionais com um legítimo representante do gênero através de uma HQ cheia de aventura, barbarismo e feitiçaria: Krumer, O Mercenário.
SOBRE O PROJETO
A TRAMA
O guerreiro Krumer do título costuma fazer trabalhos que outros mercenários rejeitaram. Considerado a última opção, caso não consiga cumprir sua missão, nenhum outro conseguirá. Ele vive em Ranthar um dos 13 reinos que compõe Devaria, um mundo de bárbaros e feiticeiros. Sua missão nessa história é ir a capital do reino, Teraht, para recuperar um cálice sagrado, o Phaerum que foi roubado do Templo de Driyas pelos asseclas do feiticeiro Thyroson. Para isso ele deve ir ao Castelo dos Lamentos, o local onde está o artefato. Nessa busca, Krumer terá a ajuda da sexy e mortífera Alura, uma das guardiãs do templo que não morre de amores por ele. No caminho eles ganham mais um aliado, Alazhar, um guerreiro leonal cativo nas masmorras do feiticeiro.
Yango colocou uma série de referências na história, de filmes, séries, animações e é claro ao universo de Conan, Kull e Sonja, gênero que sempre o fascinou. Também foram sua inspiração os hoje já clássicos filmes de Simbad com aquelas criaturas criadas em stop motion pelo artista Ray Harryhausen. A técnica consistia em filmar os bonecos quadro a quadro. Apesar do movimento artificial, isso dava um ar mais apavorante aos monstros deixando-os realmente impressionantes para os fãs da época. Entre as animações que o inspiraram estão Thundarr o bárbaro, He-man e A Caverna do Dragão.
O roteiro foi escrito há mais ou menos uns 22 anos e de tempos em tempos foi sendo moldado e atualizado com novas informações até chegar a forma atual em que será publicado.
O AUTOR
A ENTREVISTA
O Laboratório Espacial conversou com Alan Yango sobre Krumer, O Mercenário.
onde ele revelou mais alguns detalhes inéditos da trama. Leia a seguir:
Olá Alan! Seja bem vindo ao Laboratório
Espacial! Uma HQ de Espada e Magia com o universo fantástico de bárbaros,
feiticeiros e monstros é sempre bem vinda! Ainda mais com a escassez desse
material que sofremos ultimamente no Brasil.
Falando sobre seu projeto, parte da trama se
passa em Ranthar que é um dos 13 reinos de Devaria e também em Teraht outro dos reinos. Essa terra mística está
situada em alguma época fictícia da história como a Era Hirboriana, ou assim
como Etérnia existe em outro planeta?
Eu preferi situar Devaria em um mundo fictício, sem relação com qualquer época da
história conhecida. Dessa forma eu acredito que tenha mais liberdade de criar
uma mitologia, sem necessidade de me ater a embasamentos históricos, muito
embora a HQ contenha elementos de várias mitologias conhecidas.
Entendo. Da mesma forma que Robert E.
Howard fazia utilizando vários elementos da mitologia e da própria história,
mas em um mundo próprio. E há alguma historia de origem para Krumer, o porquê
de ele ter se tornado um mercenário?
Krumer
era um general do exército de Arthlan,
um dos 13 Reinos de Devaria, que foi
acusado falsamente de furtar as joias do tesouro da rainha. Para evitar ser
executado por um crime que não cometeu, o guerreiro fugiu e optou pela vida de
mercenário.
E quanto a Alura, segundo sabemos ela não
morre de amores por Krumer. Qual o motivo disso? Já houve algo entre eles no
passado e isso é citado na história? Ou simplesmente ela não o aceita por ele
ser quem é?
Na verdade a antipatia de Alura pelo guerreiro acontece logo nas
primeiras páginas da HQ, quando ela vai até ele para contratá-lo em nome da
Grã-Sacerdotisa de seu templo e o guerreiro tenta seduzi-la com uma proposta
desrespeitosa.
Já desconfiava disso! (risos) Agora
falando de Alazhar que é um guerreiro leonal que vive cativo nas masmorras do
feiticeiro Thyroson. Ele irá ajudar o bárbaro em sua missão. Alazhar é um
prisioneiro de guerra? Sua raça luta contra o feiticeiro por algum motivo?
O que pode ser revelado no momento sobre Alazhar, sem entregar demais a
história, é que ele chegou à fortaleza do feiticeiro com uma missão a cumprir,
diferente da de Krumer, mas falhou e
foi encarcerado.
Esse cálice sagrado dá algum tipo de
poder a Thyroson por isso ele o roubou?
O cálice aumenta consideravelmente os
poderes do feiticeiro, tornando-o virtualmente imbatível. Por isso a missão de Krumer é considerada suicida.
Thyroson tem algum domínio sobre alguma
parte de Devaria?
Seu território restringe-se ao vale onde
sua fortaleza se situa, mas com o poder que o cálice proporciona ele pretende
aumentar seus domínios. Logo, ele representa uma ameaça a todos os reinos.
E para finalizar, há algo que você
gostaria de comentar sobre o projeto?
Essa é uma aventura que venho sonhando em
ver realizada há alguns anos. Cada vez que eu tirava o rascunho original da
gaveta algo novo era acrescentado à história, tornando-a mais interessante. Agora,
com a parceria do talentoso Alexandre
Nascimento, a jornada de Krumer está
se tornando uma realidade. Muito do que eu gosto em se tratando de fantasia
heroica está contido ali e espero que com o financiamento coletivo eu possa
finalmente trazê-la a público, e o mais importante, agradar a todos
proporcionando uma boa leitura.
Muito obrigado pela entrevista Alan.
Desejo sucesso a seu projeto!
Eu é que agradeço pela oportunidade de
divulgar este trabalho.
PARA APOIAR O PROJETO
Para conhecer mais detalhes sobre o projeto e apoia-lo acesse aqui
Se quiser conhecer outros projetos do autor acesse o blog Yangoverso Quadrinhos
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