O produtor Sam Liu (O Retorno do Superman, Batman: 1889) dirige Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal a partir de roteiro de Eric Carrasco, Jim Krieg e Alan Burnett, com produção executiva de Sam Register e Bruce Timm (Liga da Justiça / Liga da Justiça Ilimitada, Batman: A Série Animada).
Amparada em personagens tradicionais e um enredo envolvente, a história coloca a Liga da Justiça numa corrida para impedir que o Quinteto Fatal desencadeie o fim do universo. Enfim, uma terça-feira na vida de Batman, Superman e Mulher Maravilha... Em suma, Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal é uma excelente oportunidade para ver e rever a saudosa versão animada dos justiceiros após mais de uma década. A aventura nos (re)conecta emocionalmente com os personagens clássicos de uma maneira diferente, graças à dinâmica com os novos membros da Liga, gerando empatia imediata para acompanhar uma aventura decisiva e contundente.
Liga da Justiça vs. O Quinteto Fatal realmente acontece na continuidade do Universo DC Animated (DCAU), e se passa algum tempo após o final da série da Liga da Justiça Sem Limites, embora o período exato não seja determinado. O filme oferece uma boa dose de nostalgia, como quando recorre ao tema musical da animação do Superman e da própria Liga da Justiça Sem Limites em momentos de ação.
Entre as novidades temos a Lanterna Verde Jessica Cruz e o futurista membro da Legião dos Super-Heróis, Star Boy, que tem papéis fundamentais na história, somados à Trindade da DC e ao Sr.Incrível. Miss Marte (sobrinha do nosso marciano favorito – desculpem, não resisti), atua como apoio predominantemente ao lado do Batman, numa dinâmica similar a que ele tem com Robin. Cruz é marcada por um trauma severo e Star Boy tem uma mente instável que o torna quase inapropriado para a missão… Mas heroicamente ele luta para tentar ser coerente. Os momentos com tais personagens são extremamente reais, convincentes em suas dores e angústias. E a ameaça representada pelo Quinteto Fatal se torna cada vez mais urgente à medida que observamos Cruz e Star Boy enfrentarem um desafio que eles não estão legitimamente preparados. Isso tudo adiciona uma camada importante a trama. Quanto aos vilões, sua motivação é bastante palpável. Não só temos antagonistas movidos por um objetivo real, mas os riscos também estão lá para eles, que vão enfrentar a lendária Liga da Justiça.
Existem tantos elementos familiares em Liga da Justiça vs. O Quinteto Fatal que fazem com que o filme seja como um bom episódio nunca produzido de Liga da Justiça Sem Limites. Não obstante, podemos supor que o resultado é um produto feito de fã para fã. Roteiro e direção da Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal são harmônicos, Sam Liu definitivamente desempenha seu papel com excelência. Com sorte, este não será o último filme ambientado na linha DCAU, pois sua sensibilidade para a releitura de questões clássicas misturadas a temas modernos sempre será bem vinda.
Os dubladores Kevin Conroy, George Newbern e Susan Eisenberg retornam aos seus papéis como Batman, Superman e Mulher Maravilha e, sinceramente, foi como se não tivessem passado um dia sem dar voz aos personagens que tanto amamos. Conroy soa tão bem como sempre como o Cavaleiro das Trevas, alternando sem esforço entre a faceta sinistra e o sarcamos do personagem. Newbern mantém o aspecto acolhedor e paterno do Superman, aparecendo como uma figura de autoridade forte, mas zelosa. Susan Eisenberg? Ela é a Mulher Maravilha! Sua interpretação é quase indescritível, vai da compaixão ao lado guerreiro da personagem. Diane Guerrero (a Crazy Jane da Patrulha do Destino) dá vida a Jéssica Cruz de uma maneira muito real. Você pode sentir o tremor e a dúvida na voz de Cruz enquanto ela vacila em suas convicções... É absolutamente fascinante. Quando Cruz recita o juramento da Lanterna Verde? Em síntese, podemos afirmar que a dublagem como um todo foi impecável!
A animação da Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal, é bastante sólida, mas em alguns momentos aqui e ali a qualidade estranhamente cai… Movimentos de personagens ficam duros ou completamente rígidos, por exemplo, mas no geral é bastante raro e não chega a causar uma distração. Há também um salto de tempo que surge de maneira abrupta no roteiro e acaba fazendo involuntariamente com que Batman perca uma pista importante sobre a identidade de Star Boy quando os personagens se encontram pela primeira vez… Também teria sido bom dedicar um pouco mais de tempo à história de Jéssica Cruz e Star Boy, mas o que temos ainda é suficiente para nos identificarmos com suas respectivas dificuldades – o que acontece pouco em relação a Miss Marte. Apesar de quaisquer falhas menores, o filme é uma ótima aventura. A história e as escolhas são arrojadas, pois colocam uma personagem como Jessica Cruz no centro das atenções, oferecendo uma perspectiva nova e única neste mundo tão familiar.
Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal nos lembra porque amamos os personagens clássicos da DC Comics e também mostra que ainda há muito a ser explorado. O roteiro traz novos rostos e ideias interessantes, é revigorante pensar que novas aventuras podem ser contadas no DCAU caso esta seja, de fato, a opção da Warner Bros. Home Entertainment. Para os fãs de longa data, este filme é, sem hesitação, uma interessante perspectiva sobre a experiência de super-heróis clássicos diante das novas gerações. Dito isto, Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal é apenas um excelente retorno que vai deixar os fãs ansiosos por muito mais!
Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal
Estúdio: Warner Bros. Animation
Data de lançamento: 30 de março de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário