quarta-feira, 7 de março de 2012

E por falar em Eventos...

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Vamos levar em conta que eventos sejam situações programadas para tratar um determinado assunto - compartilhando e divulgando informações e produtos - abertas a visitação de um público específico ou periférico mais neófilos e curiosos. Assim, os eventos são um bom lugar para promover o contato entre o produtor e seu consumidor direto.

Em tempos recentes os eventos tem ganhado espaço como opção de divulgação, veiculação e comercialização de produtos ou serviços. O grande fluxo de pessoas interessadas num determinado tema coloca o promotor de vendas num paraíso, principalmente se ele tem bom produto a preço acessível.

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Muito se fala sobre crise criativa no mundo dos quadrinhos, muito se fala da falta de espaço para o autor brasileiro junto a editoras brasileiras, muito se fala da acomodação dos editores no Brasil que a anos tem se limitado a transformar suas editoras em meras republicadoras de material estrangeiro. Se a distribuição em bancas e livrarias constitui uma pedra no sapato da produção nacional, os organizadores de eventos não tem tido do que se queixar nem os patrocinadores, apoiadores, convidados ou expositores. Com relação aos eventos: os quadrinhos vão bem obrigado.
Muitos são os eventos de quadrinhos e mangá espalhados pelo mundo, seria necessário um catálogo com centenas de páginas para descrever cada um deles, a título de informação faremos aqui um apanhado superficial, apenas para dar noção de sua diversidade e características.

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Podemos começar citando um momento histórico antes de partir para os eventos contemporâneos. Na cidade de São Paulo, no distante 18 de junho de 1951 aconteceu a Primeira Exposição Didática Internacional de Histórias em Quadrinhos. Organizada por Álvaro de Moya, Miguel Penteado, Reinaldo Oliveira, Jayme Cortez e Syllas Roberg. Embora seja contestada por alguns devido a abrangência das atrações (filmes, palestras, exposições de artes originais) a presença de artistas e intelectuais debatendo o tema quadrinhos contam a favor do pioneirismo.

Piracicaba é considerada a Capital Mundial do Humor, a fama surgiu a partir só Salão de Humor de Piracicaba, o mais tradicional e mais antigo do Brasil. O ano era 1974 (em pleno regime militar) e até então os brasileiros apenas participavam dos salões internacionais, Zélio Alves Pinto e colaboradores do Pasquim iniciaram o evento que ganhou convidados e participantes internacionais até tornar-se referencia mundial no cenário do Humor Gráfico. Millôr Fernandes, Ziraldo, Jaguar, Fortuna foram nomes que participaram da solidificação do Salão de Piracicaba que acabou revelando talentos como Chico Caruso, Laerte e Angeli.

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Em 1999 aconteceu o primeiro Festival Internacional de Quadrinhos em Belo Horizonte trazendo convidados da Espanha, Itália e França. Um concurso selecionou 30 artistas que tiveram as obras em exposição. Os primeiros colocados receberam prêmios em dinheiro, uma caraterística típica dos Salões de Humor, com o tempo o Festival foi mudando e crescendo até tornar-se hoje o Maior Festival de Quadrinhos da América Latina com uma frequência estimada de 148 mil pessoas na edição de 2011.
Nos anos 90, Pernambuco ocupou um espaço nobre no cenário dos eventos da área com O Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco, trazendo ao Brasil Will Eisner, Jerry Robson, Megumu Ishiguro, mas sempre reservando espaço também para os talentos brasileiros.
Amadora é a quarta cidade mais populosa de Portugal. A exemplo de outros Festivais europeus as atrações ocorrem em vários lugares da cidade, gerando público ocasional e difundindo a arte sequencial num nível que atinge vários segmentos da sociedade, o Festival Internacional de Banda Desenhada de Amadora. Na Bégica o Festival de Quadrinhos de Bruxelas; na Espanha o Salon del Comic; Barcelona, na Itália o Salão de Milão e o Festival de Comics e Games de Lucca colaboram para a visibilidade que o Quadrinho tem na Europa como arte, entretenimento e negócio.


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Anime Friends (São Paulo-SP), Anime Yuu (Londrina – PN), Animogi (Mogi das Cruzes – SP), Anime Place (Rio de Janeiro – RJ), BH Anime Conection (Belo Horizonte – MG), Anime Party (Recife-PE), Anime Adventure (Porto Alegre – RS), Anime Nation (Brasilia-DF), SANA (Fortaleza-CE), AnimeCon (São Paulo-SP), AniBahia (Salvador-BA) são alguns entre as centenas de encontros focados em cultura nipônica. Atingindo um público bem mais jovem que os salões de humor e os Festivais de Quadrinhos, os eventos de mangá e animê são responsáveis por formar novos leitores e por chamar atenção para a viabilidade de eventos de entretenimento ligados ao público jovem e à cultura pop. Estandes de produtos ligados ao universo do mangá e animê, como adereços para cosplays, camisetas, botons, action figures e todo tipo de colecionáveis tem espaço garantido nesse segmento que invariavelmente trás mostras de artes marciais, competições de games etc. Em Tókio o evento Comik Market, ou Comiket, movimenta um público de 560 mil pessoas e reúne editores e artistas, profissionais e amadores.

Enquanto os números de frequentadores impressionam é de se imaginar de maneira positiva o fluxo de caixa envolvendo ingressos, produtos colecionáveis de todos os tipos, brindes, revistas, alimentação. Alguns eventos não tem fins lucrativos, mas todos possuem reflexos no mercado atraindo novos olhares gerando novas oportunidades e expandindo o cenário, com o perdão do trocadilho, para belos horizontes.

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