segunda-feira, 27 de maio de 2019

Acabou Game of Thrones! (SEM Spoilers)

























Uns amaram e outros odiaram. Exatamente como manda a regra das redes sociais. E agora? Game of Thrones será lembrado e celebrado apaixonadamente como Star Trek ou entrará para a lista de assuntos esquecidos como LOST?

Desde os anos de 1990 algumas séries de TV tem adotado o formato "novelinha", com direito a gancho para o próximo capítulo. Se por um lado esse recurso prende a atenção do espectador e o deixa vibrando, o excesso de reviravoltas e o nível de complexidade e detalhamento das relações e conspirações (que não deixam de ser bem construídos e fascinantes) são um exercício de memória para o fã. Ah! Esses produtos não visam o público comum, o espectador ocasional, mas visam sim um público cativo que vista a camisa e abrace a série de modo muitas vezes apaixonado. A questão é a memória desses detalhes e desses níveis de complexidade. Em séries fechadas você tem episódios que são quase pequenos filmes, já nesse formato folhetim você tem assuntos e temas esticados (quase sempre) de maneira forçada. São tantas viradas que fica impossível lembrar na quinta temporada detalhes de fatos ocorridos na segunda ou terceira temporada.













As séries de episódios fechados, lá nos anos de 1960 se encerravam quando a audiência caía e simplesmente não se produzia novos episódios. Não havia uma celebração , um evento, para marcar o Final da série. As séries simplesmente deixavam de ter episódios novos. Com a evolução dos formatos  de produção e distribuição tudo mudou. E hoje a reclamação é sobre finais "pífios".

Curiosamente as Histórias em Quadrinhos tem trilhado caminho semelhante esquecendo o leitor ocasional em função dos fanboys e colecionadores. Uma marca do tempo que está sempre mudando e propondo novas visões ou releituras... Ah, sim, "releituras" porque vejam só: nos anos de 1930/40 os serials (seriados das matinês) tinham o exato formato novelinha/folhetim que hoje prolifera nas TVs a cabo e serviços de streaming.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Disney de casa nova


Depois de 68 anos de uma rica história publicando os quadrinhos Disney no Brasil, a Editora Abril decidiu não renovar seu contrato de licenciamento com corporação do ratinho, cancelou todas suas publicações de quadrinhos em junho de 2018 e deixou muitos colecionadores órfãos.

Após seis meses de incertezas, boatos e conjecturas, a nova casa dos quadrinhos Disney no Brasil foi anunciada. A Editora Culturama com sede em Caxias do Sul tornou-se a detentora dos direitos de publicação das HQs da turma de Patópolis.

De cara a Culturama anunciou um novo tipo de distribuição, que prioriza pontos alternativos para a venda do material e, assim, buscando a popularização do material ela investe na venda em grandes magazines, lojas de brinquedo, farmácias, supermercados e lojas de preço único. O editor Paulo Maffia declarou em entrevista que, apenas por pedido seu, a editora decidiu não descartar o cada vez mais restrito mercado das bancas de revistas.

Essa revolução na distribuição de quadrinhos ainda não se provou efetiva. A editora tem tropeçado em seus primeiros passos com atrasos na entrega dos exemplares para os assinantes, demora para alcançar os mercados e uma notável ausência no eixo norte-nordeste. Com um serviço de atendimento bem disposto a ouvir sugestões e implementar mudanças, a empresa tem conseguido sanar boa parte de suas deficiências.

As publicações têm uma ótima qualidade, com as capas em couchê de boa gramatura e o miolo em papel off-set. Todas as HQs publicadas são inéditas em nosso país e, apesar de ter recomeçado a numeração do zero, a editora manteve no expediente o número de publicação no Brasil, para agradar aos colecionadores, que querem saber em que número a revista estaria se nunca tivesse sido interrompida sua publicação.

Os títulos escolhidos para a primeira fase foram, Mickey, Pateta, Donald, Tio Patinhas e Aventuras Disney. Uma ausência sentida foi a do Zé Carioca, mas, já que há anos não são feitas novas histórias com o personagem e a editora assumiu um compromisso de publicar apenas quadrinhos inéditos aqui, o possível lançamento de um título solo com o papagaio malandro foi adiado para outro momento, em que, dependendo de acordos com a Disney e do retorno financeiro do investimento, poderíamos voltar a ter a produção de material nacional.

Já próximo a receber as edições de número 2, posso dizer que o projeto gráfico é sólido e que os profissionais responsáveis estão se empenhando na produção do material. Confesso que demorei um pouco a me acostumar com o design de capa e com a tipografia escolhida para os créditos, mas aos poucos essas questões secundárias foram sendo relevadas frente ao belíssimo esforço dos profissionais envolvidos para trazer de volta os quadrinhos da Disney ao Brasil.