Leonardo Santana é roteirista e editor de quadrinhos Pernambucano desde 2003. Em 2005, ganhou seu primeiro prêmio: o 3º Prêmio DB Artes Independentes de Melhor Roteirista. Colaborou com diversas revistas e fanzines como Areia Hostil, QI, FRONT, Prismarte, Clássicos Revisitados, Histórias d’O Recife Assombrado e muitas outras. Também recebeu o prêmio de melhor Roteirista nos anos de 2006, 2007 e 2008 e de melhor hq no ano de 2007 pela revista PRISMARTE. Ainda em 2007, recebeu o troféu de Melhor Roteirista no 1º Troféu Alfaitaria de Fanzines. Em 2012, ganhou o prêmio de Melhor Roteirista e de Melhor hq com a hq Abraços por R$ 0,50 na 12º Feira de Hq.
Em outubro de
2017 lançou a adaptação da obra FAUSTO, UMA TRAGÉDIA, de Goethe, para os
quadrinhos pela editora Peirópolis. Logo em seguida, a edição ganhou
selo Cátedra 10 UNESCO/PUC-RIO, prêmio que “indica obras com valor
literário, plástico e editorial, considerando temas e gêneros diversos,
sem designação por categorias ou faixas etárias, mas atenta, sobretudo, à
qualidade artística do diálogo texto/imagem, que torna o livro infantil
e juvenil um artefato original indispensável para arte-educação”
Atualmente Leonardo está está produzindo os projetos
PERNAMBUCO HOLANDÊS, mostrando a invasão holandesa a Pernambuco em 1630 e
DIÁRIOS ITALIANOS, o Brasil na Segunda Guerra Mundial. Mas o papo hoje é centrado na saga Pós-Apocalíptica das Novas Amazonas. Acompanhem o bate-papo conduzido por nosso editor JJ Marreiro:
01) Leonardo Santana como você descobriu as Histórias em quadrinhos e o que o estimulou a ser escritor?
Comecei a ler quadrinhos com as revistinhas de super-heróis da RGE e, posteriormente, da Abril, no final dos anos 70 e início dos 80. Como muitos leitores, tentei enveredar pelo caminho dos desenhos, mas a vida adulta acabou me afastando de tudo. Como o chamado para a arte é maior do que a própria vida, acabei voltando para os quadrinhos no início dos anos 2000. Pretendia continuar de onde parei com os desenhos, mas acabei descobrindo na escrita a minha verdadeira vocação e paixão.
Comecei a ler quadrinhos com as revistinhas de super-heróis da RGE e, posteriormente, da Abril, no final dos anos 70 e início dos 80. Como muitos leitores, tentei enveredar pelo caminho dos desenhos, mas a vida adulta acabou me afastando de tudo. Como o chamado para a arte é maior do que a própria vida, acabei voltando para os quadrinhos no início dos anos 2000. Pretendia continuar de onde parei com os desenhos, mas acabei descobrindo na escrita a minha verdadeira vocação e paixão.
02) Qual o tipo de história que você mais gosta de ler?
Gosto de histórias de aventura, com bastante drama e tensão. O melhor exemplo disto que estou falando eu encontrei em Ken Parker. Um dos melhores quadrinhos que li até hoje.
03)
Existem escritores que são referências para quem conhece quadrinhos.
Quais deles estão entre seus favoritos e quais características desses
autores você acha mais notáveis?
Giancarlo Berardi por saber contar histórias com personagens bastante humanos.
Giancarlo Berardi por saber contar histórias com personagens bastante humanos.
Alan Moore por ser um verdadeiro artesão na arte de escrever roteiros para quadrinhos.
Mark Millar por saber contar histórias que são, ao mesmo tempo, bem escritas e bastante descoladas.
04) O que você acha que uma boa história precisa ter?
Bons personagens, uma boa trama e um desenvolvimento natural.
Bons personagens, uma boa trama e um desenvolvimento natural.
05) Como surgiram as Novas Amazonas?
Surgiram da minha vontade de escrever uma história de aventura nos mesmos moldes das que eu costumava ler nas revistas Heavy Metal e Aventura e Ficção, mas quando eu fui escrever de fato, o conteúdo acabou se destacando mais do que a ação. Eu percebi que, apesar de se passar no futuro e num Brasil devastado, muitos dos temas abordados ainda eram muito atuais (Como a luta da mulher numa sociedade dominada pelos homens e pelo machismo, a ecologia e o cuidado pelo planeta e muito mais).
06) Numa construção narrativa faz-se uso de vários recursos para promover familiaridade e dimensionamento de personagens. Como os estereótipos e arquétipos estão inseridos no seu trabalho especificamente falando das Novas Amazonas?
É difícil para mim analisar os estereótipos pois vejo cada uma das sete amazonas como pessoas distintas com desejos e direcionamentos muitas vezes distintos entre elas próprias. Nem mesmo entre elas existe uma convergência de pensamentos em como lidar com os problemas que se apresentam para elas todos os dias. Tudo o que eu espero é ter tempo de contar tantas histórias que me permitam mostrar essa complexidade das personagens no decorrer do tempo. Os arquétipos são mais fáceis de se identificar por que são mais universais e atemporais, mas prefiro deixar a diversão de identificá-los para o leitor.
É difícil para mim analisar os estereótipos pois vejo cada uma das sete amazonas como pessoas distintas com desejos e direcionamentos muitas vezes distintos entre elas próprias. Nem mesmo entre elas existe uma convergência de pensamentos em como lidar com os problemas que se apresentam para elas todos os dias. Tudo o que eu espero é ter tempo de contar tantas histórias que me permitam mostrar essa complexidade das personagens no decorrer do tempo. Os arquétipos são mais fáceis de se identificar por que são mais universais e atemporais, mas prefiro deixar a diversão de identificá-los para o leitor.
07) As Amazonas acabaram em alta dado o sucesso da nova Mulher-Maravilha do cinema. O que são de fato as Amazonas e como esse "mito" acabou se afinando com o universo pós-apocalíptico mostrado em seus quadrinhos?
Com o fim do mundo, a cultura e a educação foram quase que completamente perdidas. Poucas são as pessoas que ainda sabem ler e Zoe, das Novas Amazonas, é uma dessas pessoas. E foi ela quem chamou a atenção das companheiras sobre um livro que falava a respeito de uma mítica civilização composta somente de mulheres guerreiras que se chamavam Amazonas. Reconhecendo-se como iguais, este grupo de mulheres passaram a se autodenominar as Novas Amazonas.
08)
Se você pegasse um elevador (a 3 andares do térreo) com um leitor e
tivesse que convencê-lo a financiar seu projeto no Catarse o que vc
diria a ele?
Tem muito quadrinho nacional que não fica nada a dever para os quadrinhos de qualquer lugar do mundo e as novas Amazonas é um destes quadrinhos. Tem aventura, histórias legais e desenhos espetaculares! E somente com o seu apoio, comprando, criticando e compartilhando, é que vamos poder continuar produzindo este tipo de quadrinho. Conheça o nosso projeto em catarse.me/novasamazonas e nos ajude escolhendo uma das recompensas disponíveis.
Tem muito quadrinho nacional que não fica nada a dever para os quadrinhos de qualquer lugar do mundo e as novas Amazonas é um destes quadrinhos. Tem aventura, histórias legais e desenhos espetaculares! E somente com o seu apoio, comprando, criticando e compartilhando, é que vamos poder continuar produzindo este tipo de quadrinho. Conheça o nosso projeto em catarse.me/novasamazonas e nos ajude escolhendo uma das recompensas disponíveis.
09) Leonardo Santana, obrigado pelo papo! Muita sorte com as Novas Amazonas e com todos os seus novos e futuros projetos.
Eu
que agradeço, JJ! Existe uma dificuldade muito grande de encontrar
novos leitores e espaço cedido aqui por você é de uma importância enorme
para produtores independentes como eu.
MAIS:
AS NOVAS AMAZONAS NO CATARSE
Entrevista com Leonardo Santana no Santuário
As Novas Amazonas no Social Comics
As Novas Amazonas no Universo HQ
Fausto em Quadrinhos (Ed Peirópolis)
As Novas Amazonas - Facebook