No final da década de 1990, Blade
apontou uma certa forma de adaptar quadrinhos para o cinema que agradou
bastante gente. Em 2000, Bryan Singer edificou o formato com X-MEN e alçou um
vôo mais alto e bem sucedido em 2003, com o lançamento do filme X2. Tendo
amargado alguns insucessos, a Warner se mobilizou e em 2005 Batman Begins,
literalmente, começou a escalada da Distinta Concorrência...
Naturalmente, o primeiro super-herói
dos quadrinhos, Superman, não podia ficar de fora e assim, em 2007, o Homem de
Aço foi resgatado diretamente da lendária adaptação dirigida por Richard Donner
em 1978. Sim, Superman O Retorno pecou pelo ritmo lento e pelo excesso de
reverência ao clássico do final dos anos 1970, mas apresentou Brandon Routh, o
Superman de uma nova geração. Em 2008, Batman O Cavaleiro das Trevas, trouxe
uma breve sequência (não creditada) que mostrava Clark Kent entre os convidados
da festa invadida pelo inesquecível Coringa de Heath Ledger. Por qual motivo,
razão ou circunstância o último filho de Krypton não intercedeu a favor de
Gotham naqueles dias agrestes? Só teríamos a resposta na sequencia de Superman
Returns.
Eis que em 2009, poucos meses
antes do fim do contrato de Brandon Routh, era lançado Superman Homem de Aço,
longa em que Singer
se redimiu, mostrando como, de fato, aprendeu com os erros cometidos dois anos
antes. Contrato renovado com Brandon, óbvio! E não há DCnauta ou Marvete que
não tenha a luta do herói contra o um robô gigante no seu
top five dos melhores combates da história dos quadrinhos no
cinema. Cabe lembrar que o roteiro foi inspirado no arco escrito por Geoff
Johns e Richard Donner nas páginas de Action Comics, sensacionalmente ilustrado
por Adam Kubert em 2006, e a competente interpretação de
Jude Law como o General
Zod renascido do abismo congelado lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor
Ator Coadjuvante – mas por seu Lex Luthor,
Kevin Spacey merecidamente levou o
Oscar de Melhor Ator (
Sorry, Mr.Sean Penn).
Outros pontos altos do filme foram às aparições de membros da Liga da Justiça e
as presenças dos vilões Metallo, Bizarro e Parasita.
O filme do Lanterna Verde foi
lançado em 2011, mas nem a produção executiva do quadrinista Geoff Johns, que
revitalizou o personagem nos quadrinhos com sucesso de crítica, conseguiu
evitar o fiasco. Um filme lastimavelmente esquecível e equivocado.
Mais tarde, foi necessária uma
negociação, digamos, “financeiramente obscena”, para que o diretor Cristopher Nolan
finalmente integrasse “seu” Batman ao restante do Universo DC, mas a Warner não
se arrependeu, lucrando rios de dinheiro em cada estréia. Fãs ávidos por ver
seus heróis finalmente reunidos na telona geravam filas quilométricas. Batman O
Cavaleiro das Trevas Ressurge, de 2012, logrou um merecido êxito e contou a
participação do Superman no ato final do filme.
Encorajada pelo sucesso alcançado
nos cinemas, a DC foi para a TV ainda em 2012, pois no dia 10 de outubro ia ao
ar pelo canal
The CW o primeiro episódio
de
Arrow. Longe de ser algo escrito no carbono do
Nolanverso, a série tomou como referência a fase clássica do
Arqueiro Verde realizada por Denny O’Neil e Neal Adams nas HQs. O Oliver Queen
interpretado por
Stephen Amell encontra bem vindas influências do
Robin Hood de Errol Flynn e da versão
apresentada na animação Liga da Justiça Sem Limites (2004). Destaque para os
episódios com a participação de Hal Jordan, que, apesar do orçamento enxuto em
relação ao filme do Lanterna Verde, redimiram o personagem/ator, novamente
interpretado por
Ryan Reynolds.
2013 representou o ano da
consolidação definitiva do Universo DC no cinema com o lançamento de LIGA DA
JUSTIÇA. Embora muitos fãs tenham se queixado do tom escuro, sombrio e
taciturno do filme, cortesia do diretor Zack Snyder, não faltaram sequências de
ação únicas, e sob a batuta do roteiro bem construído pelos maestros Bruce Timm
e Paul Dini, dupla responsável pelas adaptações sempre bem sucedidas do
universo animado da editora. Pontos fortes: Idris Elba como Lanterna Verde,
Henry Cavill como Capitão Marvel e Amy Adams como Mary Marvel. Sem mais sobre o
assunto!
Além de novas temporadas das
séries em andamento, outras duas investidas da DC estavam guardadas para a TV
em 2014: as séries The Flash e Gotham. No caso do Velocista Escarlate, a nova
saga teve como ponto de partida o seriado estrelado por
John Wesley Shipp nos
anos 1990, e todos sentiram uma grata surpresa com o Wally West interpretado
por
Gustin Grant se mostrando um digno herdeiro do legado de Barry Allen. Já em
Gotham, a idéia de mostrar o dia a dia (ou noite a noite se preferir) do
Departamento de Polícia da perigosa cidade do Cavaleiro das Trevas teve o mesmo
impacto e sucesso do seriado Nova York Contra o Crime em seu tempo –
comparações com
NYPD Blue foram
inevitáveis dada a premissa da série – e
Ben McKenzie vem se destacando na
interpretação do filho de James Gordon.
Com as séries mantendo os fãs
entretidos de temporada para temporada, ano após ano, a DC/Warner preparou para
2016 seu evento de maior porte com o lançamento de LIGA DA JUSTIÇA 2! A série Legends of Tomorrow, protagonizada pelo
Superman/Brandon Routh na companhia de outros heróis oriundos de aparições na
TV preparou o terreno devidamente para o lançamento do filme, novamente
dirigido por Zack Snyder, que infelizmente repetiu alguns erros cometidos em
2013, como as cenas demasiado escuras, mas que ainda teve o mérito de reunir um
time de personagens das versões live action de forma competente para uma
grande aventura, cuja dimensão nas bilheterias foi simplesmente astronômica.
Pontos fortes: Gal Gadot como Mulher Maravilha (uma estréia aguardada com
expectativa há tempos) e Ben Affleck como o veterano Pantera.
E assim poderia ter sido o
Universo DC nos cinemas e na TV, mas a Warner não viu que isso era bom...