sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O DESPERTAR DA FORÇA - Resenha sem Spoilers!



É impossível dissociar as duas lembranças. Eu estava lá quando A Ameaça Fantasma estreou em 1999, e fui da euforia à decepção, alternando alguns momentos de puro deleite. 17 anos depois tenho a oportunidade de acompanhar a estreia de outra trilogia da série Star Wars. Mas desta vez o filme é dirigido por J.J. Abrams, um dos diretores mais talentosos que surgiram em Hollywood nos últimos 20 anos. 

Confesso que eu estava com um pé atrás, apesar da maioria esmagadora de críticas positivas (que li apenas as chamadas), mas depois da primeira meia hora de filme eu já estava convencido de que seria difícil aquele filme não ser fantástico, e ao final da projeção eu entendi o quanto a trilogia prequela (episódios I, II e III) foi mal executada. O Despertar da Força é fantástico, e deve ser assistido mais de uma vez, simples assim.
 
Porém, nem tudo são flores. Como já disse, o filme é excelente, mas bebe tanto da fonte do Episódio IV, lançado no longínquo ano de 1977, que chega a ser um pouco previsível, mas nada que atrapalhe a experiência completa do filme.









O filme tem ação, drama, aventura e humor na dose certa e gira em torno do autoexílio de uma certa personagem chave na trilogia original. Logo na abertura, com as letrinhas flutuantes, nos é revelado que a Aliança Rebelde agora é chamada de Resistência, e o império deu lugar à Nova Ordem, que também está à procura da referida personagem desaparecida. O jogo político, explorado demais na trilogia prequel, fica em segundo plano neste filme, mas está lá para os mais atentos. E apesar das duas organizações serem bem parecidas, a Nova Ordem não é o Império e a Resistência não é a Aliança Rebelde.

E o que dizer de Rey e Finn? Daisy Ridley é simplesmente fantástica, carismática e perfeita como Rey. John Boyega não fica atrás, mostrando que a escolha desses dois jovens foi um grande acerto.


A apresentação das novas personagens é plausível, assim como as ações que as unem. Nada é forçado. Temos Poe, BB8, Finn e Rey, um quarteto carismático unido pelo acaso, bem ao estilo Leia, R2D2, Luke e Solo. Aos poucos, elementos clássicos da trilogia original são introduzidos, como a Millenium Falcon, e uma coisa vai levando naturalmente à outra. Contar mais seria estragar a experiência de assistir a esse belo filme, então vou parar por aqui e deixar que você apreciem o despertar da força no cinema.



Tecnicamente o filme é impecável. Os efeitos visuais estão lá, sempre presentes, mas a construção de cenários e modelos reais de certas personagens em detrimento do uso excessivo de cenários e personagens digitais trouxe a vida de volta a franquia. O despertar da força bebeu da fonte da trilogia original e deixou de lado a overdose de efeitos da trilogia prequela. Os efeitos são um complemento e não o foco.


A trilha é os efeitos sonoros estão fantásticos e contribuem em muito para a imersão durante o filme.
Os sons dos disparos, dos efeitos do sabre de luz durante as lutas, tudo está mais vivo e intenso. E a cargo da trilha sonora está o mesmo John Willians, homem responsável pela trilha sonora dos seis filmes anteriores, e no despertar da força ele acerta em cheio de novo. Há inúmeros “easter eggs” no decorrer do longa, referências à personagens e momentos clássicos do da série, principalmente do episódio IV. Os fãs mais atentos irão se deleitar com as referências, sendo isso um atrativo a mais.

Para concluir, Star Wars: O Despertar da Força é um filme da série Star Wars com a identidade visual e sonora de Star Wars, perdida na trilogia prequel e magistralmente recuperada por JJ Abrams, que fez questão de beber na fonte da trilogia original para trazer de volta a emoção e a magia às aventuras de uma certa galáxia muito distante.


Neste assunto:
Guerra nas Estrelas - O Resumo da Ópera: A origem e a evolução de Star Wars para leigos e fãs com direito a um infográfico irado resumindo a Jornada do Herói, estudo do mitólogo  Joseph Campbel que inspirou George Lucas.
A Guerra de Cada Um: Amigos e colaboradores do Laboratório Espacial dizem o que, para eles, é mais fascinante em Star Wars. E mais um monte de curiosidades que apenas os Jedis poderão ver.


http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/11/guerra-nas-estrelas-o-resumo-da-opera.html

http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/11/a-guerra-de-cada-um.html




quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Megalista com os mais absurdos (e divertidos) Filmes de Tubarão!



Desde que Steven Spielberg dirigiu o filme Tubarão (1975) as produções envolvendo o "simpático" bichinho não pararam mais. Sempre com belas garotas de biquíni, moços atléticos, policiais e pesquisadores desacreditados, políticos e donos de parques temáticos céticos e amorais. Alguns filmes de Tubarão são envolventes, assustadores, trazem uma trama bem estruturada e personagens interessantes, outros não. Pensando nisto o Laboratório Espacial apresenta aqui uma listinha de filmes que renderão algumas boas risadas se não pelo gosto duvidoso, ao menos pelo caráter absurdo do negócio.

Robo Shark (2015):


Sharktopus vs Whalewolf (2015):


Mega Shark vs Mecha Shark (2014):


Jurassic Shark (2015):


Shark Lake (2015) — Corram tubarões! Alguém chamou o Dolph Lundgreen ! ! !
https://www.youtube.com/watch?v=9ILns1Y8kOU

Zombie Shark (2015) 


Dinoshark (2011) 


Piranha Sharks (2014) 


Ghost Shark (2013)

Sharknado (2013)

Outros títulos curiosos, alguns não são de tubarões, mas são tão absurdos e engraçados quanto. Aqui estão os títulos com link para os trailers. É surpreendente ver quantos desses filmes estão disponíveis (completos) online no youtube. Veja por conta e risco.

Sand Sharks (2011)

Swamp Shark (2011)  

Snow Shark (2014)

Super Shark (2011)


Sharknado 2 (2014)

Sharknado 3 (2015)

Sharknado 4 (2016)

2-Headed Shark Attack ( 2012 - Carmen Electra & Brooke Hogan)

3-Headed Shark Attack (2015 - com Denny Trejo)

Shark Pool (2011)

Sharkman (2005) 

Shark Night 3D (2011)

Megalodon (2002)

Mega Shark vc Kolossus (2014) 

Dinocroc vs Supergator (2010)

Piranhaconda (2011)

Croczilla (2012)

Robocroc (2013)

Shaktopus (2010)

Sharktopus vs Pteracuda (2014)

Megashark vs Crocossaurus (2010)


Pra fechar acrescentamos um vídeo que não é filme de tubarão, mas não deixa de ser uma linda e terna homenagem :)





Absurdos, mas divertidos. E aí? O que achou da nossa MEGALISTA? Gostaria de acrescentar algum título que foi injustamente esquecido, por favor coloque sua preciosa dica no comentário e nossa lista ficará ainda mais completa. O Laboratório Espacial está repleto de pesquisadores buscando novas experiências para compartilhar por aqui. Obrigado pela visita e volte sempre.













quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O Quase Leitor



Quando criança, eu morava no interior. Nessa época, íamos a festas sem o medo de hoje. Havia perigo, mas a confiança que as pessoas das pequenas cidades depositavam umas nas outras talvez fosse maior.

O fato é que, no período do carnaval, as crianças participavam efetivamente do evento. Do mela-mela, por exemplo. Corríamos e jogávamos farinha uns nos outros, até tarde da noite, ruas afora, bem longe dos olhares de nossos pais. No meu bairro, eram bem poucos os meninos e meninas que não tomavam parte disso. Porém havia sempre alguém, que assistia a tudo de uma janela, sacada, ou fresta de uma porta, revelando um olhar indiscutivelmente interessado.

Nisso eu me indagava: O que há como aquele menino? Tá na cara que quer descer e brincar com a gente. Por que não desce de uma vez? Seria o que chamam de timidez? Talvez o pai o tenha colocado de castigo. Quem sabe ainda ele seja apenas um almofadinha, bom demais pra se sujar conosco... Qualquer que fosse a razão, a imagem daquelas crianças que assistiam a tudo da sacada, sem nunca descer para brincar na rua, permanece presente no meu dia-a-dia até hoje. Com a diferença de que, hoje, eu projeto a imagem dessa criança em um dos muitos perfis do leitor de quadrinhos... Ou “quase” leitor, como as palavras a seguir pretendem esclarecer:
As opções de leitura nunca foram tantas, o que também vale para os meios de disponibilização das histórias (com destaque para os meios digitais). O público, aparentemente, expande-se, atraindo grupos, supostamente, até então marginalizados. E a perspectiva  que prepondera é, em muitos aspectos, embora não em todos, de prosperidade.

Porém há uma coisa, entre outras, que permanece precisamente a mesma: A figura do leitor que assiste a tudo de perto, demonstrando claro interesse ou propensão ao meio, sem investir, necessariamente, seu tempo e demais recursos na leitura de uma HQ. Sempre houve essa figura. E por quê?

O que impede alguém claramente propenso a ler HQs deixar de fazê-lo para conformar-se a,
simplesmente, vislumbrá-los?  Seja através, de notícias da internet, comentários de amigos colecionadores (estes sim, em sua maioria, leitores contumazes) e outros canais de anúncios...
Olha, poderíamos elucubrar sobre várias razões, porém hoje proponho uma reflexão em torno de um único porquê: Singularidade.

Alguns leitores são, simplesmente, mais reservados. Disponham de muitos ou poucos recursos de aquisição (seja tempo, dinheiro, ou algum outro), o fato é que não têm inclinação para investir em uma história a menos que tenham certeza de que se satisfarão plenamente com ela.
Você pode pensar: Ora, quem quer um leitor tão exigente assim? Que esse cara fique à margem. Com a diversidade de autores, gêneros e títulos a que temos acesso hoje com a internet, vale mesmo a pena tentar refinar a compreensão de público-alvo de modo a abranger esse perfil tão resistente de leitor ou “quase” leitor? Vale a pena buscar cativar alguém tão... chato?

Possivelmente não. Para o mercado, importa que as margens de lucro atinjam as metas, para os autores profissionais, importa que uma parcela significativa do seu público-alvo, sinta-se contemplada e demonstre isso através de seus investimentos no produto. Para o autor artista, basta expressar-se. Ao mais vaidoso, um elogio. E, assim, o resistente quase leitor, com sua questionável propensão a tornar-se um leitor efetivo, permanece à margem da festa. Ele que fique lá... Eu mesmo penso assim.


Mas vou confessar uma coisa aqui pra vocês: Quando alguma daquelas crianças, aparentemente mais esnobes, surpreendia, despontando na calçada, aproximando-se e me pedindo um pouco de Maizena, era sempre mais legal. Mesmo quando, assim que eu acabava de encher a mão da pessoa, ela descarregava na minha cara.


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Cosplayando



É interessante como a gente torce o nariz para coisas que desconhecemos, e as vezes não damos crédito a opiniões alheias. Aí quando isso acontece, cabe aquele ditado que diz: “Ah, queria ver se acontecesse com você.” E aí, quando acontece… tsc tsc tsc.

Passei por uma situação como essa recentemente, durante a GeekExpo 2015, que aconteceu entre os dias 12 e 13 de Setembro, no Sebrae. Minha experiência do “torcer o nariz” e me arrepender aconteceu com Cosplay. Sempre fui muito avesso a essa “modinha” (calma, minha opinião mudará, continue lendo). Sempre vi Cosplay como: pessoas que se vestiam como personagens de animes e mangas, e em sua maioria, eram adolescentes “alienados”.

Pensava: “Como pode, uma pessoa gastar tanto dinheiro para criar uma roupa pra ficar igual a um Cavaleiro do Zodíaco, ou a um robô gigante do Evangelion, ou usar várias camadas de malha e tecido, recriando armaduras e espadas de alumínio, ferro, papelão, isopor...E mais: passar horas andando de um lado para outro se exibindo para vários desconhecidos, e para quê? Concorrer a um concurso com prêmio em dinheiro, talvez uma viagem, mas as vezes, nem isso.”

Pois é. Descobri, no entanto, que Cosplay não é só isso. Precisei presenciar ao vivo para ver a magia que esse pessoal traz ao recriar roupas e armaduras, armas e adereços, e carregar uma pilha de sentimentos de milhares de pessoas que assistiram a um filme ou desenho, leram uma revista ou livro de onde saíram aqueles personagens, afinal, cosplay não faz cosplay dele mesmo, mas de um personagem que foi ou é adorado por milhares de pessoas. E quando ele faz com prazer, aí: “o negócio fica sério.”

Outro erro meu era achar que Cosplay era só de anime ou manga, apesar de ser super fã de Cavaleiros do Zodíaco, talvez o maior ícone do anime no Brasil, que tanto fez sucesso nos anos 90, junto a Pokemon, Dragon Ball e outros tantos, também sendo fã de tokusatsu como Jaspion, Jirayia, Changeman, Lion Man, Flashamn, Metalder ou Power Rangers (sim, sou fã, rsrs). Achava que era modinha oriental se vestir assim, já muita gente na terra do olho puxado vive praticamente como Cosplay e vive disso. Pois é, grande engano meu. (Nota do Editor: A prática do cosplay — costume player—surgiu nas convenções de Ficção Científica nos Estados Unidos por meio dos fãs de Jornada nas Estrelas).

Durante a GeekExpo, presenciei de forma real essa magia, vendo e me espantando de perto com o tamanho realismo e dedicação dada por todas aquelas pessoas, adolescentes ou não. Vi também que não é só oriental que curte, e menos ainda, que “cosplay não é só de anime”, ou ainda pior, um terceiro erro meu, derrubado no evento: “Cearense não sabe fazer cosplay.”

Sabe, e bem.

Toda minha descrença e desvalorização com o cosplay se desfez quando, durante o evento, vi um “Ranger Preto” passando próximo a mim. E olha, que cosplay fantástico! Ai meu amigo, não resiste e pensei: “Tenho que ver isso de perto.” Não só vi, como tirei foto, tietei, peguei na roupa (cuidado com a mente suja heim? :D ), e fiquei espantado com a qualidade dos uniforme, capacete, cada detalhe ali colocado, e até perguntei o rapaz, o ranger (me desculpe, mas não lembro o nome agora.): “Foi você mesmo que produziu?” Por que tamanha a qualidade, fiquei parecendo uma criancinha    perto de um super herói. E claro, ele respondeu que não, tinha sido encomenda, por que tem pessoas que ganham dinheiro produzindo roupas para cosplays sim, e ganham muito.













A partir do “power ranger”, parecia que meus olhos e mente se abriam para esse incrível mundo, para mim, ate então desconhecido. Depois dele, vi um homem-bomba, uma mulher-gato, várias Arlequinas, claro, Coringas, um Zatana, um Capuz Vermelho, os padrinhos mágicos, versões femininas de Finn e Jake de “Hora de Aventura”, algumas “Ravenas” dos Novos e Jovens Titãs, até uma Korra de Avatar: A lenda de Korra. Parti para tirar fotos e mais fotos.

Jean Grey como Fenix, Alucard e Belmont de Castlevania, um perfeito e deslumbrante Thranduil e um excelente Thorin. Havia também um Constatine bem cara de pau como o da série e quadrinho. (Nota do Editor: Parte do trabalho do Cosplayer —nome que se dá ao praticante de cosplay— é encarnar o personagem trazendo suas posturas e expressões faciais). Um gambit, meio baixinho, mas tá valendo. Haviam também por la Lenneth e Rufus, de Valkyries Profile, a poderosa Thor e o Capitão América muito bem representado, e dentre tantos, a mais perfeita que vi e quis levar para casa (no bom sentido claro), a Jessie de Toy Story, que até o nome do Andy na bota ela tinha.


Enfim, percebi que torcer o nariz para algo desconhecido não é bom, é preciso antes conhecer mais, aprender e daí, tirar uma conclusão. Foi uma experiência sensacional, e que me fez ver com outros olhos uma cultura diferente. Fiquei, no entanto, com o gostinho de quero mais, tendo agora que aguardar um próximo evento onde esses “seres mágicos” venham a estar novamente. E até fiquei pensando, “quem sabe eu não saia de cosplay no próximo ano…?” Quem sabe?

A lição disso tudo: cosplay é coisa séria, e deixe de besta seu caba, e vai tirar logo uma foto com eles, ora mais mininu.
:D











MAIS:
COSPLAYS: Materializando Sonhos