É impossível dissociar as duas
lembranças. Eu estava lá quando A Ameaça Fantasma estreou em 1999, e fui da
euforia à decepção, alternando alguns momentos de puro deleite. 17 anos depois
tenho a oportunidade de acompanhar a estreia de outra trilogia da série Star
Wars. Mas desta vez o filme é dirigido por J.J. Abrams, um dos diretores mais
talentosos que surgiram em Hollywood nos últimos 20 anos.
Porém, nem tudo são flores. Como
já disse, o filme é excelente, mas bebe tanto da fonte do Episódio IV, lançado no
longínquo ano de 1977, que chega a ser um pouco previsível, mas nada que
atrapalhe a experiência completa do filme.
O filme tem ação, drama, aventura e humor na dose certa e gira em torno do autoexílio de uma certa personagem chave na trilogia original. Logo na abertura, com as letrinhas flutuantes, nos é revelado que a Aliança Rebelde agora é chamada de Resistência, e o império deu lugar à Nova Ordem, que também está à procura da referida personagem desaparecida. O jogo político, explorado demais na trilogia prequel, fica em segundo plano neste filme, mas está lá para os mais atentos. E apesar das duas organizações serem bem parecidas, a Nova Ordem não é o Império e a Resistência não é a Aliança Rebelde.
E o que dizer de Rey e Finn?
Daisy Ridley é simplesmente fantástica, carismática e perfeita como Rey. John
Boyega não fica atrás, mostrando que a escolha desses dois jovens foi um grande
acerto.
A apresentação das novas
personagens é plausível, assim como as ações que as unem. Nada é forçado. Temos
Poe, BB8, Finn e Rey, um quarteto carismático unido pelo acaso, bem ao estilo
Leia, R2D2, Luke e Solo. Aos poucos, elementos clássicos da trilogia original
são introduzidos, como a Millenium Falcon, e uma coisa vai levando naturalmente
à outra. Contar mais seria estragar a experiência de assistir a esse belo
filme, então vou parar por aqui e deixar que você apreciem o despertar da força
no cinema.
Tecnicamente o filme é impecável.
Os efeitos visuais estão lá, sempre presentes, mas a construção de cenários e
modelos reais de certas personagens em detrimento do uso excessivo de cenários
e personagens digitais trouxe a vida de volta a franquia. O despertar da força
bebeu da fonte da trilogia original e deixou de lado a overdose de efeitos da
trilogia prequela. Os efeitos são um complemento e não o foco.
Os sons
dos disparos, dos efeitos do sabre de luz durante as lutas, tudo está mais vivo
e intenso. E a cargo da trilha sonora está o mesmo John Willians, homem
responsável pela trilha sonora dos seis filmes anteriores, e no despertar da
força ele acerta em cheio de novo. Há inúmeros “easter eggs” no decorrer do longa, referências à personagens e
momentos clássicos do da série, principalmente do episódio IV. Os fãs mais
atentos irão se deleitar com as referências, sendo isso um atrativo a mais.
Para concluir, Star Wars: O
Despertar da Força é um filme da série Star Wars com a identidade visual e
sonora de Star Wars, perdida na trilogia prequel e magistralmente recuperada
por JJ Abrams, que fez questão de beber na fonte da trilogia original para
trazer de volta a emoção e a magia às aventuras de uma certa galáxia muito
distante.
Neste assunto:
Guerra nas Estrelas - O Resumo da Ópera: A origem e a evolução de Star Wars para leigos e fãs com direito a um infográfico irado resumindo a Jornada do Herói, estudo do mitólogo Joseph Campbel que inspirou George Lucas.
A Guerra de Cada Um: Amigos e colaboradores do Laboratório Espacial dizem o que, para eles, é mais fascinante em Star Wars. E mais um monte de curiosidades que apenas os Jedis poderão ver.