segunda-feira, 14 de maio de 2012

Exposição Permanente: 80 anos de Quadrinhos no Ceará


Embora o ano de 1895 (data da publicação do personagem Yellow Kid no jornal New York World) seja a data escolhida para marcar academicamente o estudo sobre as Histórias em Quadrinhos, no Ceará os quadrinhos foram iniciados muito tempos depois com o trabalho de Luiz Sá, nos anos 20/30. E este é o marco inicial da jornada histórica que o visitante da Biblioteca Dollor Barreira (Av. Da Universidade, 2572 em Fortaleza-CE) é convidado a acompanhar.

Criada sob curadoria do artista plástico Franklin Einstein e do produtor cultural e artista plástico Weaver Lima a exposição “80 anos de Histórias em Quadrinhos do Ceará” contempla diversos gêneros, estilos e tendências de quadrinhos, retratando a evolução de traço de alguns artistas e personagens, dando a perceber uma perspectiva histórica na seleção dos trabalhos. Na exposição pode-se ver páginas dos famosos “Reco-Reco, Bolão e Azeitona” do cartunista Luíz Sá (anos de 1930) seguido por trabalhos do caricaturista Mendez. Também está presente o primeiro super-herói cearense (de 1973), Capitão Rapadura, da autoria de Hermínio Macedo castelo Branco, mais conhecido por seu nome de cartunista: Mino.

É patente a falta de registro histórico de alguns períodos, tal lacuna é explicada principalmente pelas dificuldades de publicação em dado período aliada a falta de registros objetivos do cartum e dos quadrinhos desse período que contempla os anos 40, 50 e início dos anos 60. Em contrapartida, fica perceptível a influencia do trabalho do Prof. Geraldo Jesuíno e da Oficina de Quadrinhos do Ceará na formação de novos artistas e no fomento da arte sequencial no estado, já que os cursos que funcionavam naquele projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará prepararam artistas da capital e de algumas cidades do interior.


Tiristas dos principais jornais do estado, produtores de fanzines e revistas independentes, artistas que publicaram no mercado nacional e internacional também estão contemplados democraticamente nesta exposição viva que registra o início, as mudanças e a vanguarda do Quadrinho no Ceará.
A Exposição 80 anos de Quadrinhos do Ceará,  criada no aniversário de 1 ano da Gibiteca de Fortaleza em 2010, é uma exposição permanente aberta de Segunda a sábado no espaço (8h às 18h) da Gibiteca de Fortaleza, anexo da Biblioteca Dollor Barreira, Av. Da Universidade , 2572, Benfica.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Quadrinhos e Desenho: Qualquer um pode aprender?


A procura por cursos de desenhos e quadrinhos é uma constante. Fazer um curso de desenho é uma opção já que algumas escolas não contemplam desenho em suas aulas de artes. Esta procura é fruto de um amadurecimento do próprio mercado de quadrinhos no país. Seja por meio de editais do estado ou município, projetos de incentivo, verba pública destinada a cultura ou por meio de editoras tradicionais ou produções independentes, a arte sequencial que legou ao mundo personagens como Mandrake, Flash Gordon, Superman, Spawn, Cebolinha e tantos outros continua ativa e possibilitando experiencias de entretenimento e educação.
Enquanto os gêneros de quadrinhos se multiplicam e as temáticas propõem discussões mais profundas e instigantes, os leitores ganham um leque maior de opções de leitura e em dado momento pode surgir o interesse de veicular suas idéias fazendo uso desta mídia. Agencias, houses, empresas, organizações não-governamentais e o estado em diversos momentos fazem uso dos quadrinhos a seu favor, são os chamados Quadrinhos Institucionais.

Uma questão que permeia esse discurso e pauta a matéria é : Qualquer um pode aprender a fazer Desenhos e Quadrinhos? Vejamos: Escrever exige a apreensão de algumas habilidades mínimas de coordenação e memória. O exercício de formação de palavras e construções frasais se aperfeiçoa com a prática e esta é uma habilidade que pode ser adquirida por qualquer pessoa. Qualquer um pode escrever, entretanto, escrever como Machado de Assis ou Shakespeare envolve uma dedicação maior e outros elementos de caráter subjetivo. Do mesmo modo qualquer pessoa pode aprender a tocar flauta, surfar, andar de skate...desde que se proponha a absorver os ensinamentos técnicos relacionados à sua prática.



Se vou aprender a desenhar posso ser desenhista profissional? Isto é bem mais complexo. Mas correndo o risco de uma resposta pouco analítica: Depende de você! Uma pessoa que segue a profissão por vocação ao invés de escolher a carreira mais viável financeiramente no mercado atual, corre o risco de não ter muito dinheiro, mas pode ter dinheiro suficiente aliado a realização de um sonho, e convenhamos, há poucas pessoas no mundo dispostas a correr o risco para realizar seus sonhos. Independente de qualquer coisa, uma profissão tradicional levada em paralelo não deveria prejudicar o esforço para profissionalização numa área ligada a artes (ou esportes) e este tipo de ação normalmente pode ser encorajada pela família já que Pais e filhos precisam desta dinâmica de diálogo quando o assunto é definição profissional.


Por outro lado, se você desenha, obrigatoriamente deve possuir desejo de se tornar profissional da área? Bem, existem muitas pessoas que cantam em serestas por diversão e - embora façam isto muito bem - não é sua meta gravar discos e fazer shows. A compreensão de que a arte é para poucos iluminados ainda hoje é difundida e alimentada por muita gente, talvez por medo, talvez por conformismo. De fato é bem mais confortável dizer que não vai cantar porque não tem o dom ou não tem talento e ceder ao medo evitando frustrações, por esse lado é possível concordar que a coragem para experimentar, se testar, arriscar-se merece uma recompensa, mesmo assim isso não faz de um artista uma pessoa iluminada, dotada de poderes e dons sobrenaturais.

A questão é: você se sente bem desenhando? Desenhar, ou escrever histórias é algo que preenche algo em você e te trás contentamento? ... Então porque se preocupar com tantas conjecturas? Se desenhar te faz feliz, o que te impede de desenhar? ...ou cantar, ou dançar, ou atuar? O homem de hoje é afastado da arte para se enquadrar numa cadeia produtiva mercantilista que gira em torno da materialidade, do ter e do concorrencialismo. A Arte é um dos meios pelos quais o homem compartilha com outros bens imateriais, experiencias, vivências. Se o homem em suas atividades diárias está entregue a finitude mundana e limitado às próprias experiencias, é na arte que ele se supera, supera seu tempo, a opressão, a mediocridade e vivencia tantas vidas quanto se permitir.

Se você tem vontade de experimentar colocar um pouco de arte no seu dia-a-dia, os cursos de Desenho e Quadrinhos (e Artes em geral) estão aí para isto. Abaixo segue uma listinha de opções de cursos nessa área:

Fortaleza-CE
Estudio Daniel Brandão  link
(indicação: 14 anos acima)
(085) 3264-0051
Dicas do Daniel Brandão (em vídeo)

Natal - RN
Quadrinhos Estúdio (de Geraldo Borges) link
CURSO ONLINE (indicação: 16 anos acima)

Geraldo Borges desenhando o Lanterna Verde (em vídeo)
Oficina de Desenho (de Liandro Roger) link
(indicação: 5 a 12 anos)
(085) 3077-4337

João Pessoa - PB
Rascunho Estúdio (de Alzir Alves) link
(083) 8833-3791
Plantão Rascunho Videocast do estúdio

São Paulo - SP
Quanta Academia de Artes (Direção: Marcelo Campos) link
(011) 3214-4873
Conheça a Quanta Academia (inclui vídeo)
Impacto Quadrinhos (Direção: Klebs Jr) link
(011) 5072-6161

Contagem - MG
Estúdio A4 (de Ed Barrows) link
Lista dos cursos disponíveis
(31) 3911-1824
Conhece um curso bacana e quer dividir a dica com os amigos? Põe aí no comentário. Você discorda que qualquer pessoa pode aprender a desenhar? Registre aí sua opinião para enriquecer a matéria :)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Fora de Órbita 08: O Episódio Politicamente (in)Correto

Processados após defender as próprias vidas contra monstros extra-planetários nossos amigos precisam encarar um tribunal galático. Enquantio isso seriados e animações são relembrados em seus momentos politicamente corretos e incorretos:

quinta-feira, 29 de março de 2012

Uma Princesa de ontem, de hoje e de amanhã!


Para algumas das grandes histórias de ficção científica, ou de fantasia científica como preferem alguns, as 'Princesas' parecem ser um tema recorrente. Flash Gordon, Buck Rogers, Star Wars, o recente Avatar, todos esses e mais alguns fazem uso deste arquétipo modificando algumas características. Se analizarmos a fundo veremos que a personagem 'Sil' da filme série Spicies, Leeloo do Quinto Elemento, Alice de Resident Evil e a Tenente Ripley de ALIENS também trazem elementos das Princesas da Ficção Científica.

 Dejah Thoris é uma personagem que se enquadra neste perfil de personagem, uma Princesa em todas as acepções da palavra. Dona de uma beleza fora do comum, alia a suas características: coragem, habilidades combativas, um intelecto privilegiado e uma consciencia política que lhe conferem um distinção especial. Edgar Rice Burroughs, autor do livro Uma Princesa de Marte, criador da personagem guarda várias passagens do livro para descrever a beleza da Princesa de Marte e frequentemente ressalta a quantidade exígua de tecido a recobri-la notando que "nenhum aparato poderia aumentar ainda mais a beleza de sua figura perfeita e simétrica". Movida pelo dever ("Virtuosa, Bela, Nobre e bondosa" nas palavras de John Carter) a personagem é uma das forças que movimentam a Saga de Barsoom.


Embora o romance inicial da saga tenha sido produzido no ínicio dos anos 10 do século 20, e neste período a atuação feminina na vida política e social fosse um tando retraída com relação aos dias de hoje, Dejah Thoris surgia como novidade agindo como guerreira e líder dando a John Carter motivos para enxergar além do aspecto físico e além de sua falta quase absoluta de figurino. E por falar em figurino... Traci Lords, a atriz de filmes adultos, foi a primeira a interpretar a Princesa de Marte em película. O filme, Uma Princesa de Marte, lançado direto no mercado de video ( em 2009) trazia fracos efeitos especiais e uma equivalentemente fraca adaptação do livro. O ator brasileiro Antonio Sabato Jr encaixou-se muito bem no biotipo de John Carter, e embora sua Dejah Toris fosse uma ex-diva pornô, o figurino não favorecia em nada a sensualidade da personagem ou à química entre os atores. Uma curiosidade: os Tarks dessa versão não possuem quatro braços e John Carter não era um soldado da Guerra da Secessão, mas da Guerra do Golfo.

 O roteiro para o filme John Carter entre Dois Mundos (2012), adaptado pelo próprio diretor Andrew Stanton com auxílio de Michael Chabon e de Mark Adrews, consegue criar uma ponte entre a Dejah Thoris do romance original de 1911 e o público de hoje, pois se Dejah Thoris já era independente e forte naquela época, agora, em sua versão cinematográfica, ela é a síntese da mulher moderna: independente, forte, inteligente, guerreira. Pronta a ombrear a figura masculina em batalha, trocando a passividade pela ousadia. Lynn Collins, a atriz encarregada de dar voz a esta heroína, traz para o papel personalidade e sensualidade (mesmo com o equivocado figurino). Dona de um olhar cativante e de outros dotes igualmente atraentes, sua presença em tela não se resume a ser a ser uma mocinha-resgatável, ao contrário disto as crianças que se dispuserem a assistir à película voltarão para casa com um novo tipo de Mulher-Maravilha em mente, uma moderna, a cara dos dias de hoje, pronta para entrar na história e ir à guerra sem abrir mão daquilo que move seu coração.

MAIS:

Resenha do Filme John Carter Entre Dois Mundos
Trailer do filme Uma Princesa de Marte (2009) com Antonio Sabato Jr e Traci Lords

http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2012/03/entre-dois-mundos-divertido-em-ambos.html

 
http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2012/09/aventureiro-de-marte.html

quarta-feira, 21 de março de 2012

Fora de Órbita 07: O Episódio da Cerveja Romulana

O videocast Fora de Órbita é mais um dos experimentos do Laboratório Espacial cujo objetivo é falar sobre coisas legais e – por que não? – interagir um pouco com esses elementos. A medida que os episódios vão sendo desenvolvidos testamos alguns recursos à nossa disposição, se por um lado os resultados nem sempre são perfeitos, por outro são fruto de processos de criação e execução muito divertidos. E como costumamos dizer aqui no Laboratório: Se não for divertido não vale a pena.
Nossos técnicos e todo nosso corpo de pesquisadores e clones estão trabalhando em novos projetos que podem ser conferidos aqui sob a forma de vídeos, áudios, textos, artigos, entrevistas e mais…é só checar as tags, categorias e posts pra conferir. Se esta é sua primeira visita ao Laboratório não se assuste com os experimentos, mas se esta não é sua primeira visita obrigado pelo retorno e fique tranquilo pois este ambiente é assim mesmo: cheio de surpresas.
Após derrubarem a nave do amigo Wookiee num promontório distante e serem resgatados por uma nave da Frota Estelar, Fernando Lima e JJ Marreiro conversam um pouco sobre Star Trek sua mitologia e o conceito de suas séries. Fique com o episódio 7 do videocast Fora de Órbita:

terça-feira, 20 de março de 2012

Entre Dois Mundos... Divertido em ambos!









John Carter e sua saga no planeta Marte foram apresentados ao público pela primeira vez em na revista All Story, em 1912. Não existiam Filmes em 3D, não existia computação gráfica, não existiam videogames e, praticamente, não existiam os Comic Books. As histórias de aventura, fantasia e magia chegavam às pessoas por meio dos livros e das revistas pulp, consumidas em larga escala dado o baixo preço, linguagem direta e simples e apelo popular de suas narrativas. Nesse contexto, criaturas verdes gigantes, monstros de quatro braços e princesas semi-vestidas pertenciam ao campo da imaginação, apenas.


  O filme dirigido por Andrew Stanton (também responsável por Procurando Nemo e Wall-E) trouxe verossimilhança a todas as criaturas e elementos fantásticos criados por Edgard Rice Burroughs nos livros da Saga de Barsoom. Se por um lado o refino tecnológico da Computação Gráfica deu credibilidade aos monstros, máquinas e cenários por outro lado o character design e o desenho de produção poderiam ter sido mais ousados ou inovadores. De todo modo a diferença entre John Carter e outras produções do gênero está num lugar que não é seara dos efeitos visuais ou de recursos financeiros: emoção. E emoção vem de histórias bem escritas e bem contadas. Ao trabalhar o roteiro para um público leigo à mitologia de Barsoom, Andrew Stanton inseriu elementos que resolveram questões inclusive ignoradas por Edgard Rice, refinando a história e deixando tudo mais amarrado para uma nova audiência. Neste caso a adaptação saiu melhor que a encomenda pois ao invés de mutilar a história em favor da indústria de brinquedos ou games, a história recebeu uma micro-afinação para favorecer o espectador, sua compreensão e sua relação com os personagens e com a mitologia da saga.












John Carter está bem representado como um ex-soldado ensimesmado perdido em seu próprio mundo, apesar do ator Taylor Kitsch ser um pouco jovem para o papel. A bela princesa marciana, Deja Thoris, ganhou ainda mais dimensão fazendo um paralelo com a mulher de hoje, independente, guerreira, inteligente, dona do próprio nariz. A personagem que já era idolatrada por leitores de ficção, e por quase todos ilustradores de fantasia, ganha agora com a versão cinematográfica, um lugar ao lado das musas da ficção científica, um papel que vai fazer brilhar o currículo da atriz Lynn Colinns. Já falei que no filme ela usa roupa demais? Talvez o excesso de figurino na adaptação tenha sido um modo de favorecer a atuação da moça. Mas ela é boa atriz, não precisava desse protecionismo bobo... bem, coisas da Disney. Por falar em coisas da Disney, há cenas de ação atípicas para o padrão Disney, como a cena em que – ... – ok, não vou contar. Veja o filme e perceba que a ação é alucinante, surpreendente e violenta numa medida não-Disney. John Carter entre Dois Mundos é um filme pra se ver no CINEMA, com cenas apoteóticas, ação trepidante e cenários grandiloquentes. Depois de ver o filme, fica difícil não correr para a livraria à procura dos livros com as aventuras de John Carter.















Você pode querer ler também:
Dejah Thoris: Uma princesa de ontem, de hoje e de amanhã
Heróis do Espaço..Homens no Espaço! - Conheça ou relembre alguns dos grandes heróis espaciais e suas sagas fantásticas.
John Carter Wikipedia
ERBzine - Site Oficial de Tributo à obra de Edgard Rice Burroughs







http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2012/03/uma-princesa-de-ontem-de-hoje-e-de.html


http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2016/01/beto-foguete-e-os-patrulheiros-do.html

quarta-feira, 14 de março de 2012

Prismas

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O prisma é uma estrutura que modifica a luz que passa através de si. Assim são os desenhistas de quadrinhos. Eles observam o mundo real e reinterpretam segundo uma estética própria, ou encomendada. Os que possuem maior liberdade de expressão são artistas que produzem de maneira autoral (caso de alguns brasileiro, os undergrounds e boa parte dos europeus). Em contrapartida está o caso dos desenhistas norte-americanos, alguns dos japoneses, boa parte da produção de material de merchandising e institucional, ou seja, uma produção de aspectos visuais que atendem a demanda de um mercado específico, uma verdadeira estética encomendada. A princípio por existir uma questão mercadológica e editorial contextualizando esses produtos e enquadrando sua produção num esquema industrial que movimenta milhões de dólares.

Para se enquadrar no primeiro caso, ou seja trabalhar e seguir uma linguagem própria e definir soluções gráficas pessoais acredito que seja necessário algum conhecimento de desenho, mas sobretudo uma grande noção de “narratividade”. Um controle sobre fatos, personagens e transições de quadro que favoreça sobretudo a clareza e compreensão do que está sendo contado ou questionado. Neste caso específico, do artista talhado para comunicar suas próprias idéias, torna-se irrelevante o apuro técnico e a sedução através da “beleza” da imagem. A beleza não precisa estar presente no desenho dos quadros, personagens e cenários, mas pode estar sub-repticiamente costurada pelas ações ao longo da trama e seu significado. Mas é claro o que chamo aqui de beleza (a busca da simetria clássica romântica) pode não ter o mesmo significado pra você leitor.



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Por outro lado o artista que verte seus esforços para o esquema industrial de produção tem um limite de estilização que deve se enquadrar nas regras ditadas pelo mercado, pela estética convencionalmente aceita e difundida entre seus apreciadores. E estes estilos são mutáveis sofrendo influencia de modismos e de recursos tecnológicos. O traço de Jack Kirby, influenciou gerações inteiras de artistas, marcou época e virou moda nos anos 60/70. Hoje entretanto (a menos que se aborde em termos de estética retrô) dificilmente ganharia atenção e espaço no mercado.

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Ao se comentar e criticar um trabalho de quadrinhos é necessário levar em conta estes fatos. Se é um trabalho com personagens do primeiro escalão da DC ou Marvel Comics por exemplo, faz sentido esperar traços encantadores como são os de Mike Deodato, Ivan Reis, Ed Barrows, Carlos Pacheco, Brian Hitch. Quando um artista de traço pessoal chega a esses personagens a leitura do grande público ganha um ruído de compreensão, pois Batman e Homem-Aranha foram criados para serem desenhados como super-heróis: corpos esbeltos, fisionomias marcadas, fortes, retratados em posturas combativas e como produtos de mercado são talhados também para sintonia do traço da moda. O que acontece com algumas exceções quando um desenhista de origem autoral lança seu nankim sobre a égide do produto é que este produto está sendo revisto, revisitado, relido e com a audácia do artista autoral pode acabar ganhando mais força e algum diferencial entre seus pares.

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segunda-feira, 12 de março de 2012

MOEBIUS - O Ciclo enigmático de uma arte que tende ao Infinito...



Foi noticiado neste 10 de março de 2012, o passamento do artista Jean Giraud, o cartunista francês conhecido no mundo todo como Moebius.

Jean Giraud começou na faculdade de artes e ganhou o mundo com suas ilustrações, quadros, arte sequencial, animações e desenho de produção para filmes como Segredo do Abismo, Duna, Mestres do Universo, Tron, Alien e Quinto Elemento. Numa estrada intensa repleta de criatividade e experimentalismo Jean Giraoud provocou, instigou e inspirou como poucos. Suas pranchas da série Incal, seu trabalho pioneiro na Metal Hurland e suas narrativas de faroeste com o Tenente Bluebarry encantam hoje como encantaram em sua estréia. Poucos artistas tem esse poder de serem geniais transcendendo seu próprio tempo.



Dono de um traço seguro, cheio de tridimensionalidade, Giraud integrava uma elite de quadrinistas que não economizava cenários, nem detalhes. Sua representação de ambientes e figurinos era complexa, refinada e tão leve ou densa quanto exigisse a trama. Ficção científica, fantasia e western foram gêneros que o consagraram.  Poucos artistas conseguiram, tão bem quanto ele, representar ou sintetizar o quadrinho europeu e seu pensamento ao explorar o homem em sua fragilidade e pequenez diante do gigantismo do mundo a seu redor. Os cenários de suas narrativas eram grandiloquentes, magnanimos, vastos, seus enquadramentos davam vazão a horizontes infindáveis deixando o leitor a se indagar "como Moebius consegue desenhar um mundo tão imenso num painel tão pequeno?".




O pseudônimo "Moebius" era homenagem a um matémático alemão do século 19, August Ferdinand Möbius e a seu objeto de estudo mais famoso a fita de Möbius, um objeto que possuía apenas uma borda e apenas um lado, mas propunha um movimento contínuo, complexo, propenso a suscitar reflexão tanto nos bobos quanto nos gênios. Assim era Giraud, um enigma, uma proposta de inexistencia dentro da existencia.

Se foram limitados seus dias materiais sobre o planeta, seu trabalho, sua energia e sua inteligência continuarão sendo -  sem limites  -  uma grande força impulsionadora enquanto seu traço continuar a encantar, influenciar, inquietar e estimular leitores e artistas nos dias que vierem.

O Homem passa, sua arte fica.
Notícia e perfil no Universo HQ
Notícia da BBC Brasil


http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/p/quadrinhos.html

quarta-feira, 7 de março de 2012

E por falar em Eventos...

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Vamos levar em conta que eventos sejam situações programadas para tratar um determinado assunto - compartilhando e divulgando informações e produtos - abertas a visitação de um público específico ou periférico mais neófilos e curiosos. Assim, os eventos são um bom lugar para promover o contato entre o produtor e seu consumidor direto.

Em tempos recentes os eventos tem ganhado espaço como opção de divulgação, veiculação e comercialização de produtos ou serviços. O grande fluxo de pessoas interessadas num determinado tema coloca o promotor de vendas num paraíso, principalmente se ele tem bom produto a preço acessível.

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Muito se fala sobre crise criativa no mundo dos quadrinhos, muito se fala da falta de espaço para o autor brasileiro junto a editoras brasileiras, muito se fala da acomodação dos editores no Brasil que a anos tem se limitado a transformar suas editoras em meras republicadoras de material estrangeiro. Se a distribuição em bancas e livrarias constitui uma pedra no sapato da produção nacional, os organizadores de eventos não tem tido do que se queixar nem os patrocinadores, apoiadores, convidados ou expositores. Com relação aos eventos: os quadrinhos vão bem obrigado.
Muitos são os eventos de quadrinhos e mangá espalhados pelo mundo, seria necessário um catálogo com centenas de páginas para descrever cada um deles, a título de informação faremos aqui um apanhado superficial, apenas para dar noção de sua diversidade e características.

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Podemos começar citando um momento histórico antes de partir para os eventos contemporâneos. Na cidade de São Paulo, no distante 18 de junho de 1951 aconteceu a Primeira Exposição Didática Internacional de Histórias em Quadrinhos. Organizada por Álvaro de Moya, Miguel Penteado, Reinaldo Oliveira, Jayme Cortez e Syllas Roberg. Embora seja contestada por alguns devido a abrangência das atrações (filmes, palestras, exposições de artes originais) a presença de artistas e intelectuais debatendo o tema quadrinhos contam a favor do pioneirismo.

Piracicaba é considerada a Capital Mundial do Humor, a fama surgiu a partir só Salão de Humor de Piracicaba, o mais tradicional e mais antigo do Brasil. O ano era 1974 (em pleno regime militar) e até então os brasileiros apenas participavam dos salões internacionais, Zélio Alves Pinto e colaboradores do Pasquim iniciaram o evento que ganhou convidados e participantes internacionais até tornar-se referencia mundial no cenário do Humor Gráfico. Millôr Fernandes, Ziraldo, Jaguar, Fortuna foram nomes que participaram da solidificação do Salão de Piracicaba que acabou revelando talentos como Chico Caruso, Laerte e Angeli.

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Em 1999 aconteceu o primeiro Festival Internacional de Quadrinhos em Belo Horizonte trazendo convidados da Espanha, Itália e França. Um concurso selecionou 30 artistas que tiveram as obras em exposição. Os primeiros colocados receberam prêmios em dinheiro, uma caraterística típica dos Salões de Humor, com o tempo o Festival foi mudando e crescendo até tornar-se hoje o Maior Festival de Quadrinhos da América Latina com uma frequência estimada de 148 mil pessoas na edição de 2011.
Nos anos 90, Pernambuco ocupou um espaço nobre no cenário dos eventos da área com O Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco, trazendo ao Brasil Will Eisner, Jerry Robson, Megumu Ishiguro, mas sempre reservando espaço também para os talentos brasileiros.
Amadora é a quarta cidade mais populosa de Portugal. A exemplo de outros Festivais europeus as atrações ocorrem em vários lugares da cidade, gerando público ocasional e difundindo a arte sequencial num nível que atinge vários segmentos da sociedade, o Festival Internacional de Banda Desenhada de Amadora. Na Bégica o Festival de Quadrinhos de Bruxelas; na Espanha o Salon del Comic; Barcelona, na Itália o Salão de Milão e o Festival de Comics e Games de Lucca colaboram para a visibilidade que o Quadrinho tem na Europa como arte, entretenimento e negócio.


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Anime Friends (São Paulo-SP), Anime Yuu (Londrina – PN), Animogi (Mogi das Cruzes – SP), Anime Place (Rio de Janeiro – RJ), BH Anime Conection (Belo Horizonte – MG), Anime Party (Recife-PE), Anime Adventure (Porto Alegre – RS), Anime Nation (Brasilia-DF), SANA (Fortaleza-CE), AnimeCon (São Paulo-SP), AniBahia (Salvador-BA) são alguns entre as centenas de encontros focados em cultura nipônica. Atingindo um público bem mais jovem que os salões de humor e os Festivais de Quadrinhos, os eventos de mangá e animê são responsáveis por formar novos leitores e por chamar atenção para a viabilidade de eventos de entretenimento ligados ao público jovem e à cultura pop. Estandes de produtos ligados ao universo do mangá e animê, como adereços para cosplays, camisetas, botons, action figures e todo tipo de colecionáveis tem espaço garantido nesse segmento que invariavelmente trás mostras de artes marciais, competições de games etc. Em Tókio o evento Comik Market, ou Comiket, movimenta um público de 560 mil pessoas e reúne editores e artistas, profissionais e amadores.

Enquanto os números de frequentadores impressionam é de se imaginar de maneira positiva o fluxo de caixa envolvendo ingressos, produtos colecionáveis de todos os tipos, brindes, revistas, alimentação. Alguns eventos não tem fins lucrativos, mas todos possuem reflexos no mercado atraindo novos olhares gerando novas oportunidades e expandindo o cenário, com o perdão do trocadilho, para belos horizontes.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Uns desastrosos... Outros nem tanto.






O Fim do mundo é um tema recorrente na ficção e nos programas sensacionalistas. O tema, como os filmes de terror, atraem a curiosidade e ultimamente trazem alertas para a relação predatória do homem com relação aos recursos naturais do planeta. O cinema catástrofe provavelmente vai continuar levando milhões de pessoas à sala de exibição e vai continuar explorando o drama humano diante do caos manifesto, a lista que segue tem resumos de algumas produções cinematográficas e de alguns quadrinhos que também trazem o desastre a reboque.
Guerra dos Mundos, versão 1953 ( Direção Byron Haskin) , versão 2005 (Dirigido por Steven Spielberg. Com Tom Cruise e Dakota Fenning). Etês malvadões passam a régua na humanidade e são detidos por um vírus de gripe.

Aeroporto, 1970. Com Burt Lancaster, Dean Martin, Jaqueline Bisset e George Kennedy. Direção Geoge Seaton. Resumo: Avião bem grandão tenta um pouso forçado.

O Destino do Posseidon, 1972: Gene Hackman, Ernest Borgnine.  Resumo: Transatlântico (navio bem grandão) é atingido por uma onda gigantesca (bem grandona). Dir Ronald Neame.


Terremoto, 1974. Com Charlton Heston e Ava Gardner. Dir. Mark Robinson. Resumo: Acontece um terremoto e as pessoas tem que sobreviver.



Inferno na Torre, 1974: Com Steve McQueen, Paul Newman, Faye Dunaway, Richard Camberlain, Fred Astaire, Robert Wagner. Direção John Guillemin e Irwin Allen (criador das séries Perdidos no Espaço, Tunel do tempo, Terra de Gigantes e Viagem ao Fundo do Mar). Resumo: Incêndio num prédio de 138 andares.

Aeroporto 7
5, de 1974. Com Charlton Heston, Keren Black, Linda Blair e George Kennedy. Direção Jack Smight. Resumo: Taxi aéreo barroa num Boing e a bagaça vai cair. O investimento de três milhões de dólares na produção resultou numa arrecadação mundial de 25 milhões de dólares.

The Day After, 1983. Direção Nicholas Meyer. Filme sobre os efeitos de uma guerra nuclear.
   
O Dia depois de amanhã, 2004. Estrelado por Dennis Quaid e Jake Gyllenhaal. Dirigido por Roland Emmerich. Resumo: Aquecimento global pira o clima do planeta e acontece uma ruma d desgraça.

Presságio, 2009. Dir. Alex Proyas. Nicolas Cage descobre que o Mundo vai acabar igual na bíblia.

Skyline - a Invasão, 2010. Direção: Colin Strause, Greg Strause. Estrelando Eric Baufour. Ets invadem a Terra na rampage, turma de amigos vê tudo sem poder fazer coisa alguma. Os Ets se dão bem no final.

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles, 2011. Direção Jonathan Liebesmen. Com Aaron Eckhart e  Michelle Rodriguez.  Etês invadem a terra na rampage e um grupo de fuzileiros cisma de resgatar uns manés.

Fim dos Dias. 1999. Dir Peter Hyams. Swarzenegger dá um cacete no diabo.

Destruição Total, O Fim do Mundo. 2005. Dir Dick Lowry. Filmão Z com Gina Gerson, Shannen Doherty, Randy Quaid (o novo Ernest Borgnine) participação de Robert Wagner. Todos os furacões, tempestades, se unem numa Tempestade Gigante que transforma as principais capitais do planeta em paçoca!

2012. Filme de  2009 dirigido por Roland Emmerich. Com John Cusack e Danny Glover. Tempestade solar provoca aquecimento do centro da terra e deslocamento da crosta causando muita destruição, mas muita mesmo, sério, bem muitona!
Sentiu falta do seu filme-catástrofe favorito? Deixa a dica pra gente aqui no comentário, certamente mais gente vai querer ver sua indicação. Gostou do assunto quer ver mais sobre isso? Que tal ver o podcast Fora de Órbita 06: episódio sobre desastres ou vc ainda pode ver a matéria "Desastres Divertidos?" aqui mesmo no Laboratório Espacial.

https://www.youtube.com/watch?v=nCJeOlfHSt4



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Fora de Órbita 06: O Episódio Desgraçadamente Desastroso

Depois de pegar uma nave emprestada com um amigo para fugir de uma complicação com clones, eles passaram na Terra pra comandar um bate-papo numa convenção de quadrinhos. Agora, nossos amigos sofreram um “pequeno” revés indo parar num promontório ermo de uma galáxia muito, mas muito distante, longe mesmo pra caramba.

Acompanhe agora mais um bate-papo Fora de Órbita com Fernando Lima e JJ Marreiro.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Direito Autoral, Um direito seu!














A Lei do Direito Autoral no Brasil protege o autor e sua obra, qualifica o que seja um e o outro e refina questões como co-autoria, cessão de direitos, re-publicação, domínio público, registro de obras e mais.

O Direito Autoral Patrimonial da obra pode ser vendido definitivamente, doado ou negociado em seu uso por prazo determinado desde que isso seja expresso claramente em contrato ou acertado pelas partes diante de testemunhas. O Direito Patrimonial é o direito de arrecadar somas a partir da obra. Diferente disto, o Direito Autoral Moral é intransferível, o autor sempre terá assegurado o direito de fazer saber que ele foi o criador daquela obra. Um pintor poderá vender seus quadros a quaisquer pessoas, mas o direito moral de ter sido ele o criador não pode ser mudado, senão por subterfúgios imorais.

(Art. 50. A cessão total ou parcial dos direitos de autor, que se fará sempre por escrito, presume-se onerosa.)

Estão protegidas por Lei as produções intelectuais do campo das letras, artes e ciências, palpáveis impressas, publicadas de modo impresso ou via web. Não estão protegidas por lei as idéias não materializadas, ou seja, você pensou numa saga que narra a guerra entre Anjos e Demônios jovens com jeitão de roqueiros... Enquanto essa obra não for escrita e publicada, ela não terá proteção da Lei. A simples idéia abstrata não é protegida pela Lei, qualquer um pode ter idéia, mas vai ser resguardada apenas a pessoa que materializar essa idéia. Nomes e títulos isolados não são protegidos, isto é bem lógico. Imagine alguém registrando o título “A Casa”. Todas as obras que coincidissem em título estariam sujeitas a processo judicial. Ridículo. A regra é clara.

(Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas; ...)

A pergunta mais frequente que os artistas fazem sobre Direito Autoral é: “Como registro minha obra?” A Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro faz registro de obras, mas de acordo com a Lei brasileira o artista que publique sua obra já tem esse direito assegurado, desde que sua autoria seja claramente expressa e que essa publicação venha a publico. Outro detalhe: o autor estará protegido mesmo que use abreviação de seu nome ou pseudônimo, por exemplo: Alex Lei, JB Junior, Falex, Gian Danton, Mino.


(Art. 18. A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro.)

Os direitos patrimoniais da obra pertencem ao autor (e em seguida sua família) por até 70 contados à partir de 1º de janeiro após seu falecimento. Para fins de estudo, crítica ou reportagem trechos da obra podem ser reproduzidas e não constituem ofensa ao direito do autor. Um livro de Português que faz uma análise de um poema ou um livro acadêmico que trás a título de ilustração painéis de uma história em quadrinhos não são passíveis de ação judicial (veja o Art.46 para detalhes.). São permitidas paráfrases e paródias das obras desde que não impliquem descrédito.

Normalmente a Lei assegura e difusão, divulgação ou exibição restrita quando não há intuito de lucro na reprodução da obra. Outras coisas interessantes a saber: Obra originária é aquela primeira criada e manifestada em ordem primária, por exemplo, o livro Iracema, de José de Alencar. Um filme que adapta o livro implica consentimento e contrato à partir do autor ou detentor dos direitos, exceto no caso de obras de domínio público. A edição, tradução para outro idioma, transposição para outras mídias também implicam autorização prévia do autor. Obra derivada é considerada aquela de construção intelectual nova realizada à partir da obra de origem primária.

A Lei do Direito Autoral brasileira pode não ser perfeita, mas existe para ordenar os processos, conhecê-la pode facilitar o trabalho de um profissional da área criativa evitando complicações enquanto assegura proteção a sua produção. Este artigo foi produzido para estimular o conhecimento e a difusão de aspectos práticos no trato com a elaboração e execução de obras criativas, para mais detalhes segue abaixo o link para a íntegra da Lei 9610 que rege o Direito Autoral no Brasil.

Veja AQUI a Lei Completa.
Neste LINK vc baixa formulários e tabelas para adquirir o Registro de Averbação (Registro de Personagem, Roteiro, Livro etc).
Lei Brasileira que rege Marcas e Patentes LINK.
Entenda a Lei das Patentes LINK.
Como cadastrar o ISBN (International Standard Book Number) de sua obra? LINK
Como a Disney protege o MICKEY LINK.
Licença de Produção Independente no Japão — clique aqui.
Cultura Livre (Lawrence Lessic) PDF online
Domínio Público na Wikipedia (Clique)
Criative Commons BR (em português)

Podcast HQ sem Roteiro (apresentação Pedro Brandão) Bate papo sobre Direito Autoral com Fernando Lima & JJ Marreiro gravado ao vivo no evento Mercado dos Quadrinhos (Fortaleza-CE): Clique e escute o podcast.


http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2014/08/beto-foguete-e-os-patrulheiros-do.html

 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Desastres Divertidos ?


Desastre: acidente funesto, grande revés, sinistro, desgraça. Esta temática por mais bizarra, densa e amedrontadora que pareça constitui um dos mais populares gêneros cinematográficos. O Cinema Catástrofe leva o público a vivencias assustadoras. As cenas destas produções, realizadas com auxílio dos efeitos especiais, tem se aprimorado com a evolução tecnológica deixando os resultados cada vez mais convincentes, promovendo por meio da verossimilhança uma maior imersão do público.
O fascínio do homem diante da Tragédia é antigo, o teatro grego já explorava a desgraça e a ruína humana, e há de se notar que no cinema catástrofe enquanto ocorre um fenômeno assustador de épicas proporções, ocorre também a ruína do caráter humano, pois alguns personagens sempre colaboram (por ganancia, incompetência ou omissão) para ampliar consideravelmente a proporção do desastre…ou opõem-se a isto mostrando nobreza e altruísmo.

 
Mas será que apenas o desastre em si, sua magnitude e o vislumbre de suas consequências geológicas, físicas e materiais fundamentam o interesse no tema? Vejamos. Empatia é a capacidade humana de se identificar com o sentimento do outro, através da arte o homem partilha experiencias e vivencias que acabam por colaborar para sua formação cultural e social, assim pode-se pensar que o tema catástrofe além de instigar a curiosidade propõe uma sensibilização da audiência. Eventos desastrosos oferecem uma oportunidade de explorar o homem em contato com seus limites, o limite do medo, da coragem, promovendo revelações mudanças bruscas, surtos e uma gama de sensações e sentimentos desconcertantes ou inspiradores. Situações limite são terreno fértil para surgimento do drama, de sentimentos contrastantes, de dubiedade, de vilões e heróis, o melhor e o pior de cada pessoa com ou sem dicotomias. Por mais que os “Desastres” no Cinema Catástrofe ou na literatura, apresentem uma certa morbidez, há de se lembrar que a obra de ficção se propõe ao entretenimento ou a reflexão. A grande maioria dos diretores de filmes e escritores que abordam o assunto  o fazem por um prisma ético e muitas vezes em tom de alerta, o que de certa forma alivia a tensão que paira sobre essas produções.


Super-heróis são personagens que extrapolam o conceito do simples heroísmo daí o cenário de catástrofe se tornar um ambiente ideal para sua atuação. Os super-heróis tem chegado ao cinema com algumas pinceladas de cinema catástrofe, desde o Superman de Richard Donner combatendo avalanches e explosões nucleares. Eventos grandiosos marcam os super-heróis, afinal eles precisam de um motivo para serem qualificados como super. E seus vilões precisam encarnar todo o peso e responsabilidade de criar desafios em escala global, provocando pânico, destruição em massa, cataclismos e colocando o espectador e o herói em situações limite, porque é no confronto com seu limite que o herói revela o melhor de si.



Aproveite o tema e viaje na maionese com uma dupla muito Fora de Órbita!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Fora de Órbita 05: O episódio em que eles falaram numa convenção de quadrinhos

Neste ano de 2012, Fortaleza teve um fim de semana de janeiro cheio de quadrinhos. No meio de tantos eventos Fernando Lima e JJ Marreiro fizeram um bate-papo no clima do Fora de Órbita e acabou virando o episórdio que você confere aqui. Agradecimentos especiais a toda a turma da Fortal Comiccon, Alex Lei, Walter Geovani e a turma de Limoeiro.

Vai para o Ar mais um campeão de audiencia:


AVENTIRAS: Ficção, Aventura, Terror e mais no Armagem.com



Até o início dos anos de 1980 as tiras de jornal no Brasil traziam uma boa diversidade de gêneros e títulos. Embora boa parte fosse originária dos sindycates norte-americanos era possível acompanhar no jornal tiras de aventura, heróis, investigação ou histórias de época (como o Príncipe Valente). As opções iam muito além das tiras de humor. Hoje com os jornais eliminando o espaço dos quadrinhos e trocando-os por fofocas de artistas ou anúncios as poucas tiras que sobrevivem nos jornais brasileiros estão restritas ao humor.


Graças a democracia da informação promovida pelos meios digitais algumas iniciativas resgatam as tiras seriadas com outros temas indo além do humor. A série Exploradores do Desconhecido criada por Gian Danton e Jean Okada (cujo tema é Ficção Científica) começou na web com o formato de tiras e saltou para o meio impresso ganhando espaço na revista Space Opera, editada por Leonardo Santana.



No site Armagem.com há um espaço criado justamente para este tipo de proposta...Aventuras serializadas em tiras, o título AVENTIRAS faz um jogo de letras e se propõe a isto, ir além das tiras de humor. Ficção Científica, Terror, Realidades Fantásticas, Fantasia Medieval, tudo isso terá lugar neste espaço que merece uma conferida cuidadosa. E enquanto os artistas exploram temas e possibilidades os leitores acompanham histórias que podem originar novos personagens ou até versões impressas com toda pompa e circunstancia que merecem as melhores histórias.

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