sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O DESPERTAR DA FORÇA - Resenha sem Spoilers!



É impossível dissociar as duas lembranças. Eu estava lá quando A Ameaça Fantasma estreou em 1999, e fui da euforia à decepção, alternando alguns momentos de puro deleite. 17 anos depois tenho a oportunidade de acompanhar a estreia de outra trilogia da série Star Wars. Mas desta vez o filme é dirigido por J.J. Abrams, um dos diretores mais talentosos que surgiram em Hollywood nos últimos 20 anos. 

Confesso que eu estava com um pé atrás, apesar da maioria esmagadora de críticas positivas (que li apenas as chamadas), mas depois da primeira meia hora de filme eu já estava convencido de que seria difícil aquele filme não ser fantástico, e ao final da projeção eu entendi o quanto a trilogia prequela (episódios I, II e III) foi mal executada. O Despertar da Força é fantástico, e deve ser assistido mais de uma vez, simples assim.
 
Porém, nem tudo são flores. Como já disse, o filme é excelente, mas bebe tanto da fonte do Episódio IV, lançado no longínquo ano de 1977, que chega a ser um pouco previsível, mas nada que atrapalhe a experiência completa do filme.









O filme tem ação, drama, aventura e humor na dose certa e gira em torno do autoexílio de uma certa personagem chave na trilogia original. Logo na abertura, com as letrinhas flutuantes, nos é revelado que a Aliança Rebelde agora é chamada de Resistência, e o império deu lugar à Nova Ordem, que também está à procura da referida personagem desaparecida. O jogo político, explorado demais na trilogia prequel, fica em segundo plano neste filme, mas está lá para os mais atentos. E apesar das duas organizações serem bem parecidas, a Nova Ordem não é o Império e a Resistência não é a Aliança Rebelde.

E o que dizer de Rey e Finn? Daisy Ridley é simplesmente fantástica, carismática e perfeita como Rey. John Boyega não fica atrás, mostrando que a escolha desses dois jovens foi um grande acerto.


A apresentação das novas personagens é plausível, assim como as ações que as unem. Nada é forçado. Temos Poe, BB8, Finn e Rey, um quarteto carismático unido pelo acaso, bem ao estilo Leia, R2D2, Luke e Solo. Aos poucos, elementos clássicos da trilogia original são introduzidos, como a Millenium Falcon, e uma coisa vai levando naturalmente à outra. Contar mais seria estragar a experiência de assistir a esse belo filme, então vou parar por aqui e deixar que você apreciem o despertar da força no cinema.



Tecnicamente o filme é impecável. Os efeitos visuais estão lá, sempre presentes, mas a construção de cenários e modelos reais de certas personagens em detrimento do uso excessivo de cenários e personagens digitais trouxe a vida de volta a franquia. O despertar da força bebeu da fonte da trilogia original e deixou de lado a overdose de efeitos da trilogia prequela. Os efeitos são um complemento e não o foco.


A trilha é os efeitos sonoros estão fantásticos e contribuem em muito para a imersão durante o filme.
Os sons dos disparos, dos efeitos do sabre de luz durante as lutas, tudo está mais vivo e intenso. E a cargo da trilha sonora está o mesmo John Willians, homem responsável pela trilha sonora dos seis filmes anteriores, e no despertar da força ele acerta em cheio de novo. Há inúmeros “easter eggs” no decorrer do longa, referências à personagens e momentos clássicos do da série, principalmente do episódio IV. Os fãs mais atentos irão se deleitar com as referências, sendo isso um atrativo a mais.

Para concluir, Star Wars: O Despertar da Força é um filme da série Star Wars com a identidade visual e sonora de Star Wars, perdida na trilogia prequel e magistralmente recuperada por JJ Abrams, que fez questão de beber na fonte da trilogia original para trazer de volta a emoção e a magia às aventuras de uma certa galáxia muito distante.


Neste assunto:
Guerra nas Estrelas - O Resumo da Ópera: A origem e a evolução de Star Wars para leigos e fãs com direito a um infográfico irado resumindo a Jornada do Herói, estudo do mitólogo  Joseph Campbel que inspirou George Lucas.
A Guerra de Cada Um: Amigos e colaboradores do Laboratório Espacial dizem o que, para eles, é mais fascinante em Star Wars. E mais um monte de curiosidades que apenas os Jedis poderão ver.


http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/11/guerra-nas-estrelas-o-resumo-da-opera.html

http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/11/a-guerra-de-cada-um.html




quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Megalista com os mais absurdos (e divertidos) Filmes de Tubarão!



Desde que Steven Spielberg dirigiu o filme Tubarão (1975) as produções envolvendo o "simpático" bichinho não pararam mais. Sempre com belas garotas de biquíni, moços atléticos, policiais e pesquisadores desacreditados, políticos e donos de parques temáticos céticos e amorais. Alguns filmes de Tubarão são envolventes, assustadores, trazem uma trama bem estruturada e personagens interessantes, outros não. Pensando nisto o Laboratório Espacial apresenta aqui uma listinha de filmes que renderão algumas boas risadas se não pelo gosto duvidoso, ao menos pelo caráter absurdo do negócio.

Robo Shark (2015):


Sharktopus vs Whalewolf (2015):


Mega Shark vs Mecha Shark (2014):


Jurassic Shark (2015):


Shark Lake (2015) — Corram tubarões! Alguém chamou o Dolph Lundgreen ! ! !
https://www.youtube.com/watch?v=9ILns1Y8kOU

Zombie Shark (2015) 


Dinoshark (2011) 


Piranha Sharks (2014) 


Ghost Shark (2013)

Sharknado (2013)

Outros títulos curiosos, alguns não são de tubarões, mas são tão absurdos e engraçados quanto. Aqui estão os títulos com link para os trailers. É surpreendente ver quantos desses filmes estão disponíveis (completos) online no youtube. Veja por conta e risco.

Sand Sharks (2011)

Swamp Shark (2011)  

Snow Shark (2014)

Super Shark (2011)


Sharknado 2 (2014)

Sharknado 3 (2015)

Sharknado 4 (2016)

2-Headed Shark Attack ( 2012 - Carmen Electra & Brooke Hogan)

3-Headed Shark Attack (2015 - com Denny Trejo)

Shark Pool (2011)

Sharkman (2005) 

Shark Night 3D (2011)

Megalodon (2002)

Mega Shark vc Kolossus (2014) 

Dinocroc vs Supergator (2010)

Piranhaconda (2011)

Croczilla (2012)

Robocroc (2013)

Shaktopus (2010)

Sharktopus vs Pteracuda (2014)

Megashark vs Crocossaurus (2010)


Pra fechar acrescentamos um vídeo que não é filme de tubarão, mas não deixa de ser uma linda e terna homenagem :)





Absurdos, mas divertidos. E aí? O que achou da nossa MEGALISTA? Gostaria de acrescentar algum título que foi injustamente esquecido, por favor coloque sua preciosa dica no comentário e nossa lista ficará ainda mais completa. O Laboratório Espacial está repleto de pesquisadores buscando novas experiências para compartilhar por aqui. Obrigado pela visita e volte sempre.













quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O Quase Leitor



Quando criança, eu morava no interior. Nessa época, íamos a festas sem o medo de hoje. Havia perigo, mas a confiança que as pessoas das pequenas cidades depositavam umas nas outras talvez fosse maior.

O fato é que, no período do carnaval, as crianças participavam efetivamente do evento. Do mela-mela, por exemplo. Corríamos e jogávamos farinha uns nos outros, até tarde da noite, ruas afora, bem longe dos olhares de nossos pais. No meu bairro, eram bem poucos os meninos e meninas que não tomavam parte disso. Porém havia sempre alguém, que assistia a tudo de uma janela, sacada, ou fresta de uma porta, revelando um olhar indiscutivelmente interessado.

Nisso eu me indagava: O que há como aquele menino? Tá na cara que quer descer e brincar com a gente. Por que não desce de uma vez? Seria o que chamam de timidez? Talvez o pai o tenha colocado de castigo. Quem sabe ainda ele seja apenas um almofadinha, bom demais pra se sujar conosco... Qualquer que fosse a razão, a imagem daquelas crianças que assistiam a tudo da sacada, sem nunca descer para brincar na rua, permanece presente no meu dia-a-dia até hoje. Com a diferença de que, hoje, eu projeto a imagem dessa criança em um dos muitos perfis do leitor de quadrinhos... Ou “quase” leitor, como as palavras a seguir pretendem esclarecer:
As opções de leitura nunca foram tantas, o que também vale para os meios de disponibilização das histórias (com destaque para os meios digitais). O público, aparentemente, expande-se, atraindo grupos, supostamente, até então marginalizados. E a perspectiva  que prepondera é, em muitos aspectos, embora não em todos, de prosperidade.

Porém há uma coisa, entre outras, que permanece precisamente a mesma: A figura do leitor que assiste a tudo de perto, demonstrando claro interesse ou propensão ao meio, sem investir, necessariamente, seu tempo e demais recursos na leitura de uma HQ. Sempre houve essa figura. E por quê?

O que impede alguém claramente propenso a ler HQs deixar de fazê-lo para conformar-se a,
simplesmente, vislumbrá-los?  Seja através, de notícias da internet, comentários de amigos colecionadores (estes sim, em sua maioria, leitores contumazes) e outros canais de anúncios...
Olha, poderíamos elucubrar sobre várias razões, porém hoje proponho uma reflexão em torno de um único porquê: Singularidade.

Alguns leitores são, simplesmente, mais reservados. Disponham de muitos ou poucos recursos de aquisição (seja tempo, dinheiro, ou algum outro), o fato é que não têm inclinação para investir em uma história a menos que tenham certeza de que se satisfarão plenamente com ela.
Você pode pensar: Ora, quem quer um leitor tão exigente assim? Que esse cara fique à margem. Com a diversidade de autores, gêneros e títulos a que temos acesso hoje com a internet, vale mesmo a pena tentar refinar a compreensão de público-alvo de modo a abranger esse perfil tão resistente de leitor ou “quase” leitor? Vale a pena buscar cativar alguém tão... chato?

Possivelmente não. Para o mercado, importa que as margens de lucro atinjam as metas, para os autores profissionais, importa que uma parcela significativa do seu público-alvo, sinta-se contemplada e demonstre isso através de seus investimentos no produto. Para o autor artista, basta expressar-se. Ao mais vaidoso, um elogio. E, assim, o resistente quase leitor, com sua questionável propensão a tornar-se um leitor efetivo, permanece à margem da festa. Ele que fique lá... Eu mesmo penso assim.


Mas vou confessar uma coisa aqui pra vocês: Quando alguma daquelas crianças, aparentemente mais esnobes, surpreendia, despontando na calçada, aproximando-se e me pedindo um pouco de Maizena, era sempre mais legal. Mesmo quando, assim que eu acabava de encher a mão da pessoa, ela descarregava na minha cara.


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Cosplayando



É interessante como a gente torce o nariz para coisas que desconhecemos, e as vezes não damos crédito a opiniões alheias. Aí quando isso acontece, cabe aquele ditado que diz: “Ah, queria ver se acontecesse com você.” E aí, quando acontece… tsc tsc tsc.

Passei por uma situação como essa recentemente, durante a GeekExpo 2015, que aconteceu entre os dias 12 e 13 de Setembro, no Sebrae. Minha experiência do “torcer o nariz” e me arrepender aconteceu com Cosplay. Sempre fui muito avesso a essa “modinha” (calma, minha opinião mudará, continue lendo). Sempre vi Cosplay como: pessoas que se vestiam como personagens de animes e mangas, e em sua maioria, eram adolescentes “alienados”.

Pensava: “Como pode, uma pessoa gastar tanto dinheiro para criar uma roupa pra ficar igual a um Cavaleiro do Zodíaco, ou a um robô gigante do Evangelion, ou usar várias camadas de malha e tecido, recriando armaduras e espadas de alumínio, ferro, papelão, isopor...E mais: passar horas andando de um lado para outro se exibindo para vários desconhecidos, e para quê? Concorrer a um concurso com prêmio em dinheiro, talvez uma viagem, mas as vezes, nem isso.”

Pois é. Descobri, no entanto, que Cosplay não é só isso. Precisei presenciar ao vivo para ver a magia que esse pessoal traz ao recriar roupas e armaduras, armas e adereços, e carregar uma pilha de sentimentos de milhares de pessoas que assistiram a um filme ou desenho, leram uma revista ou livro de onde saíram aqueles personagens, afinal, cosplay não faz cosplay dele mesmo, mas de um personagem que foi ou é adorado por milhares de pessoas. E quando ele faz com prazer, aí: “o negócio fica sério.”

Outro erro meu era achar que Cosplay era só de anime ou manga, apesar de ser super fã de Cavaleiros do Zodíaco, talvez o maior ícone do anime no Brasil, que tanto fez sucesso nos anos 90, junto a Pokemon, Dragon Ball e outros tantos, também sendo fã de tokusatsu como Jaspion, Jirayia, Changeman, Lion Man, Flashamn, Metalder ou Power Rangers (sim, sou fã, rsrs). Achava que era modinha oriental se vestir assim, já muita gente na terra do olho puxado vive praticamente como Cosplay e vive disso. Pois é, grande engano meu. (Nota do Editor: A prática do cosplay — costume player—surgiu nas convenções de Ficção Científica nos Estados Unidos por meio dos fãs de Jornada nas Estrelas).

Durante a GeekExpo, presenciei de forma real essa magia, vendo e me espantando de perto com o tamanho realismo e dedicação dada por todas aquelas pessoas, adolescentes ou não. Vi também que não é só oriental que curte, e menos ainda, que “cosplay não é só de anime”, ou ainda pior, um terceiro erro meu, derrubado no evento: “Cearense não sabe fazer cosplay.”

Sabe, e bem.

Toda minha descrença e desvalorização com o cosplay se desfez quando, durante o evento, vi um “Ranger Preto” passando próximo a mim. E olha, que cosplay fantástico! Ai meu amigo, não resiste e pensei: “Tenho que ver isso de perto.” Não só vi, como tirei foto, tietei, peguei na roupa (cuidado com a mente suja heim? :D ), e fiquei espantado com a qualidade dos uniforme, capacete, cada detalhe ali colocado, e até perguntei o rapaz, o ranger (me desculpe, mas não lembro o nome agora.): “Foi você mesmo que produziu?” Por que tamanha a qualidade, fiquei parecendo uma criancinha    perto de um super herói. E claro, ele respondeu que não, tinha sido encomenda, por que tem pessoas que ganham dinheiro produzindo roupas para cosplays sim, e ganham muito.













A partir do “power ranger”, parecia que meus olhos e mente se abriam para esse incrível mundo, para mim, ate então desconhecido. Depois dele, vi um homem-bomba, uma mulher-gato, várias Arlequinas, claro, Coringas, um Zatana, um Capuz Vermelho, os padrinhos mágicos, versões femininas de Finn e Jake de “Hora de Aventura”, algumas “Ravenas” dos Novos e Jovens Titãs, até uma Korra de Avatar: A lenda de Korra. Parti para tirar fotos e mais fotos.

Jean Grey como Fenix, Alucard e Belmont de Castlevania, um perfeito e deslumbrante Thranduil e um excelente Thorin. Havia também um Constatine bem cara de pau como o da série e quadrinho. (Nota do Editor: Parte do trabalho do Cosplayer —nome que se dá ao praticante de cosplay— é encarnar o personagem trazendo suas posturas e expressões faciais). Um gambit, meio baixinho, mas tá valendo. Haviam também por la Lenneth e Rufus, de Valkyries Profile, a poderosa Thor e o Capitão América muito bem representado, e dentre tantos, a mais perfeita que vi e quis levar para casa (no bom sentido claro), a Jessie de Toy Story, que até o nome do Andy na bota ela tinha.


Enfim, percebi que torcer o nariz para algo desconhecido não é bom, é preciso antes conhecer mais, aprender e daí, tirar uma conclusão. Foi uma experiência sensacional, e que me fez ver com outros olhos uma cultura diferente. Fiquei, no entanto, com o gostinho de quero mais, tendo agora que aguardar um próximo evento onde esses “seres mágicos” venham a estar novamente. E até fiquei pensando, “quem sabe eu não saia de cosplay no próximo ano…?” Quem sabe?

A lição disso tudo: cosplay é coisa séria, e deixe de besta seu caba, e vai tirar logo uma foto com eles, ora mais mininu.
:D











MAIS:
COSPLAYS: Materializando Sonhos







sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A Guerra de cada um!











O homem vive em conflito e é o conflito que move o homem, que o confronta com o melhor e o pior de si, nesse contexto não há situação onde o conflito seja tão extremo quanto uma Guerra... e nenhuma é tão extrema quanto uma Guerra nas Estrelas, entre planetas, impérios, civilizações. Uma das franquias mais fortes do mundo pop, inspirando sonhos de fãs no mundo inteiro desde 1977 e alimentando contas bancárias de empresas que vão de games e produção de filmes e animações a cereais matinais e artigos colecionáveis.

Às vésperas da estreia de uma nova produção com a marca Star Wars — curiosamente dirigida e produzida pelo Diretor/ Produtor que revitalizou Jornada nas Estrelas, JJ Abrams — o Laboratório Espacial reuniu um time de colaboradores e amigos para tentar descobrir o que cada um vê de mais especial, mais divertido ou mais instigante nesta saga espacial.




Dennis Rodrigo Oliveira: (Publicitário e Ilustrador): Quando criança, em meados da década de 1980, eu assisti um filme que me envolveu completamente por causa de um quadrúpede robótico, colossal, que disparava raios laser enquanto avançava poderoso, alheio a nevasca a sua volta ou a resistência de soldados... Eu peguei alguns blocos de montar coloridos e tentei empilhar no formato daquela máquina fantástica. Entre essas minhas primeiras lembranças do que, na época, era chamado de GUERRA NAS ESTRELAS, também figura uma criatura nojenta e impertinente que mexia como uma criança atrevida nas coisas do herói, o piloto que tinha uma espada laser – e esse monstrinho tinha a voz sábia do respeitável Mestre Myagui, da versão brasileira de Karatê Kid. Eu não entendia o que estava vendo, mas sabia que era bom. Muito bom. E adorava!

No devido tempo, fui atrás da obra, hoje chamada de “trilogia clássica de Star Wars”, e então tive clareza do quanto àqueles filmes influenciaram a cultura pop. O Império Contra-Ataca, o tal episódio V, ainda hoje é um dos meus filmes prediletos e, de fato me envolveu de tal forma que é impossível resistir a qualquer coisa que relacionada a esse universo fantástico, em que batalhas são travadas no lugar mais distante, o limiar do céu noturno.

CURIOSIDADE JEDI (selecione com o mouse para ler): Antes de Harison Ford ser aceito como Han Solo, os artores Al Pacino, Christopher Walken, Nick Nolt, Kurt Russel e Sylvester Stallone concorreram ao papel.



Diego Silveira Maia (Jornalista, Professor de desenho): Da miríade de conceitos que municiona a já secular Guerra nas Estrelas, nenhum exerce sobre mim maior atração que A Força! A Força... Em si, um mistério. Compreendida, usualmente, como algo que perpassa toda a galáxia. Um poder passível de ser empregado tanto em favor da harmonia quanto do conflito.  É precisamente essa dubiedade que me intriga.

A onipresença da Força muitas vezes leva-me a crer que seu controle concerne tão somente a um profundo conhecimento da natureza de si e de outrem. Logo, o que se vê em Star Wars soa-me menos como uma retumbante batalha entre exércitos rivais ou ideologias antagônicas, que como uma representação da ambiguidade inerente à condição humana.
Mentira. O que eu gosto mesmo é dos sabres de luz. Nada pode ser mais legal que aquilo.

CURIOSIDADE JEDI: As cenas no planeta natal de Luke, Tatooine, foram filmadas na Tunísia, algumas locações passaram a ser usadas como habitação e foram re-utilizadas nas filmages de Episódio I: A Ameaça Fantasma e Episídio VII: O despertar da Força (2015).


Eudes Honorato é dono do blog Rapadura Açucarada e fã de quadrinhos desde que se entende por gente: A primeira vez que vi Star Wars foi na TV Manchete, no mesmo ano em que O Retorno de Jedi estreava nos cinemas. Eu comprei o álbum de figurinhas de O Retorno para, ao menos, ver alguma cenas pelas figurinhas, já que ninguém iria me levar para ver o filme. 

Talvez o que mais me atraísse na saga fossem os efeitos especiais que eu, como criança, achava que era pura magia, literalmente falando. Todo o restante era um imenso bônus. A aventura que se desenrolava diante de mim e que eu pouco entendi ainda. Só sabia que queria mais e mais. Para quem estava acostumado a ler quadrinhos como eu, era como se fosse um gibi fantástico se desenrolando na tela da TV.

CURIOSIDADE JEDI: O único filme onde não há membros decepados é Episódio I: Ameaça Fantasma (1999). Mesmo assim Darth Maul é partido ao meio. 

Fábio VP (aka Fabok), professor de Inglês, integrante do Grupo Avançado e fã incondicional de Ficção Científica (com letra maiúscula mesmo), em especial, Jornada nas Estrelas e Star Wars: O que você acha mais interessante em Star Wars? O que você mais gosta ou te envolve no Universo de Star Wars? Hum... resposta difícil.... Acho que tudo. Os personagens, os planetas, os veículos, as batalhas, A Força... tudo em Star Wars é fascinante. Até mesmo seu maior vilão, Darth Vader, nós amamos odiar.
É um universo que imediatamente te conquista. Você quer estar lá e vivenciar a Força como um Jedi, ou Lado Negro como um Sith e ao mesmo tempo ser o piloto adorável e quase mal caráter que salva a princesa. A melhor maneira de entender o poder que Star Wars tem é conferir aquele vídeo em que crianças bem novas (e Padawans em potencial) assistem ao trailer de O Despertar da Força. Alegria pura, fascinação e magia. É assim comigo desde 1977. Que a Força esteja com vocês!

CURIOSIDADE JEDI: Wedge Antilles é o único personagem secundário que sobrevive às batalhas da trilogia original (Yavin, Hoth e Endor). O personagem era vivido pelo ator Denis Lawson, tio de Ewan McGregor que interpreta Obi-Wan Kenobi na segunda trilogia.




Fernando Lima (Jornalista e Cartunista, Editor do Site Armagem.com, criador do personagem Fantasma Escarlate e da tira Mabel): A estreia de Guerra nas Estrelas, em 1977, no cinema foi indiscutivelmente um marco. Eu adorei o filme, é claro, mas mais felicidade viria depois. O sucesso estrondoso fez com que filmes de ficção científica entrassem na lista do “é isso que devemos produzir para ganhar dinheiro” dos estúdios.
Pipocaram desde cópias descaradas de baixo orçamento, que começavam a plagiar do título, como Battle Beyond the Stars (Mercenários da Galáxia - 1980), até séries de TV como Battlestar Galactica (1978) e Buck Rogers no Século 25 (1979), com um design que remetia, claramente, à obra de George Lucas e eu amei tudo isso.

Até a Disney, atual detentora da franquia, flertou com o estilo, no filme O Buraco Negro de 1979 e os haters que me perdoem (ou não — haters gonna hate), mas Jornada nas Estrelas deve seu renascimento, em grande parte, ao sucesso do primeiro Guerra. Por tudo isso não tem como não desejar à franquia uma vida longa e próspera e que a força esteja sempre com ela.

CURIOSIDADE JEDI: A Disney pretende remover de seu catálogo todos os produtos e imagens relacionadas a "Slave Leia", a Princesa Leia na versão prisioneira que aparece no Retorno de Jedi (1983).



JJ Marreiro (Editor do Laboratório Espacial, criador dos personagens Mulher-Estupenda, Beto Foguete e da Tira Lucy & Sky): O que me chama mais atenção em Star Wars é o conceito da Força. A Saga inteira é rica em metáforas, e o drama, embora novelesco, é bem administrado, mas são os Jedis e sua luta contra o mal exterior (e interior) que me provocam maior empatia. 

A ideia de uma Força que permeia todas as coisas vivas do universo, o misticismo, a associação com a disciplina rígida dos samurais (e dos monges) e a noção de que os fenômenos do universo podem ser pensados por outros prismas que não o científico.

CURIOSIDADE JEDI: O comunicador de Qui-Gon Jinn em A Ameaça Fantasma (1999) é na verdade um aparelho Gillete Sensor Excel Feminino.


Lancelott Martins (Escritor, Pesquisador, Editor do blog HQQuadrinhos): Somente quem nasceu entre os anos 60 e 70 estão no clube dos aficionados pela série... Parece presunção? Não  é!? Mas eu assistí STAR WARS/77, O IMPÉRIO CONTRA-ATACA/80 e O RETORNO DE JEDI/83 e por si só, ali tudo me encantou, cada personagem, cada frase, cada instante da película que ainda hoje me deixa naqueles dois sois que o Luke olhava... Não tem uma “mais legal”, porém TUDO isto me move e me liga aos devaneios de um verdadeiro cult. Depois, não contente, sorvi tudo das séries animadas, que expandiram ainda mais os detalhes da saga, personagens e outras neuras... STAR WARS, para mim é um como um doce que se prova  e cada vez, rememora-se!

CURIOSIDADE JEDI: Nos episódios VI (1977) e V(1980), Luke Skywalker usa um Sabre de luz azul, herdade de seu pai. No episódio VI (O Retorno de Jedi, 1983) o Sabre que ele usa é verde. Neste filme há uma cena de batalha ao ar livre o George Lucas achou que o Sbre precisava dar um maior contraste com o ceú azul, por isso a cor do Sabre de Luz de Luke foi mudada para verde no Retorno de Jedi.




Natália Soares (publicitária, web designer, ilustradora e desenhista): Queria ter assistido o Star Wars na sequência IV, V e VI, mas meu irmão disse que o III é o melhor daí eu estraguei toda a surpresa do filme. Já sabia quem era Anakin, Luke e Leia... 
De qualquer forma, o meu favorito se tornou o V "o Império Contra Ataca" pela união entre os irmãos e pelos treinos do Luke para se tornar Jedi. Gosto de todos os conselhos do Yoda e meu personagem favorito é o C3PO.

CURIOSIDADE JEDI: Na trilogia original Darth Vader é interpretado por três atores: James Earl Jones (voz), David Prowse (corpo) e Sebastian Shaw (rosto). Inicialmente Orson Welles (Cidadão Kane) dublaria Darth Vader, mas George Lucas achou sua voz conhecida demais e o substituiu por James Earl Jones.


Ricardo Quartim (Jornalista especializado em Quadrinhos e Cultura Pop, COlaborador da Revista Mundo dos SUper-Heróis, Produtor e Editor do DROPS Ricardo Quartim no Youtube): O ano era 1977. Eu tinha 12 anos de idade. O filme que iríamos assistir aquela tarde era o comentadíssimo Guerra nas Estrelas de um tal George Lucas que eu nunca tinha ouvido falar. Não fazia nem ideia do impacto que aquele espetáculo iria me causar.

Para quem estava acostumado com os filmes de ficção científica daquela época, ver  aquela sucessão de imagens tecnológicas, lasers fulminantes, rápidos e não aqueles raios lentos dos outros filmes! Naves espaciais com um design futurista voando na velocidade da luz ao invés dos foguetes que conhecíamos! O sabre de luz que substituía as arcaicas espadas! As batalhas alucinantes! Tudo isso era absolutamente inédito para mim! Aquela foi uma das maiores experiências de minha vida. E até hoje me emociono ao ouvir os acordes da música de John Williams!

Daquele dia em diante o mundo tornou-se diferente! E dividiu-se em antes e depois de Guerra nas Estrelas! Um mundo onde a ficção científica tinha realmente se tornado realidade! O mundo de Star Wars!




CURIOSIDADE JEDI: A raça de Yoda nunca foi citada nos filmes e originalmente o poderoso Mestre Jedi seria interpretado por um macaco usando uma fantasia.

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Como você pode ver cada pessoa tem suas preferências e sua visão deste universo incrível. E você?!  O que é mais legal em Star Wars na sua opinião? Deixe um comentário, compartilhe sua visão conosco e continue ligado no Laboratório Espacial que tem muita coisa bacana por aqui. Aproveite para ler também Guerra nas Estrelas O Resumo da Ópera, uma matéria que resume os filmes e mostra a estrutura da Jornada do Herói em infográficos bem divertidos.
http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/11/guerra-nas-estrelas-o-resumo-da-opera.html














Trailer Oficial - Star Wars: O Despertar da Força on Disney Video


De Diêgo Silveira Maia
De Eudes Honorato: RAPADURA AÇUCARADA
De Fernando Lima: ARMAGEM.COM
De Lancelott Martins: HQquadrinhos
De JJ Marreiro: ARMAGEM.COM
De Natália Soares: DE TUDO QUE EU AMO
De Ricardo Quartim, o Super-Herói da notícia: DROPS RICARDO QUARTIM

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Guerra nas Estrelas - O Resumo da Ópera













Guerra nas Estrelas é antes de tudo um romance. A tecnologia mostrada em veículos incríveis e equipamentos e armamentos definem uma ambientação distinta e complexa. A pluralidade de alienígenas, planetas e culturas acrescentam camadas e leituras que estão a serviço da proposta de ambientação. Para muitos a obra é categorizada como Fantasia Científica, pois a ciência é um elemento de figuração ante o drama, ante os conflitos interiores e exteriores dos personagens.

A saga foi concebida pelo Diretor e Produtor George Lucas em substituição a uma mal lograda revitalização de Flash Gordon. Após uma tentativa frustrada de conseguir os direitos para a produção de um longa metragem com o herói dos quadrinhos de Alex Raymond, Lucas optou por criar sua própria trama.

Hoje em dia a Teoria do Monomito (ou a Jornada do Herói), de Joseph Campbell é explorada à exaustão por uma miríade de escritores, lembrando que este recurso não garante êxito no resultado. Citar ou referenciar Campbell tornou-se em muitos casos um mero artifício de venda. Usado (e abusado) como fórmula para produções cinematográficas, a Jornada do Herói é fruto do estudo, catalogação e comparação de mitos de diversas culturas que levaram Joseph Campbell à conclusão de que todos esses mitos possuíam uma estrutura comum (veja os infográficos).




















George Lucas estruturou a história de Luke Skywalker nesta jornada, favorecendo a criação de personagens interessantes que ganharam ainda mais carisma graças a seus intérpretes. Há entre os fãs a crença de que a Guerra nas Estrelas teria sido concebida em 9 (alguns dizem 10) episódios, os mais céticos ainda duvidam disto, embora a quantidade de notas para criar algo desta complexidade seja imensa. O fato é que o filme (de 1977) inicialmente chamado apenas de Star Wars, recebeu (em 1981) o subtítulo de Episódio IV - Uma nova Esperança. Com seu sucesso surgiram as sequencias, games, animações e milhares de produtos licenciados. 


A trama os iniciados já conhecem, mas antes de chegar em seu formato final, vários tratamentos foram dados à história. Numa primeira versão o protagonista era o samurai espacial Mace Windy, que detinha o título de Jedi-bendu. Sua história seria narrada por seu aprendiz C.J. Thorpe ou C.2.Thorpe apelidado de Chuie (cuja pronuncia em inglês é Chewy). Nesta versão aparecia uma ordem galática muito antiga chamada Whills, que inicialmente seria um personagem mas tornou-se um conceito mais amplo, as notas, frases, descrições e citações narradas por meio do Whills acabaram constituindo um guia para o próprio Lucas: O Diário de Whills (Journal of the Whills).



Como qualquer escritor iniciante de ficção, George Lucas recheou sua trama de nomes esquisitos e referencias obscuras, sem noção de qual teria relevância no futuro ou no passado da história. E assim começava a construção da saga. O rascunho de roteiro em 1973 era apresentado assim: "Diário de Whills - Parte I: Esta é a história de Mace Windy um reverenciado Jedi-bendu de Ophuchi, narrada a nós por C. J. Thorpe, aprendiz padawan do famoso Jedi."























Uma versão mais completa e organizada do roteiro apresentava as aventuras de Annikin Starkiller, treinado pelo general Luke Skywalker com ajuda do alienígena verde Han Solo contra o Imperador Cos Dashit e seu braço direito o implacável e sanguinário Darth Vader. Esta versão que instigava a curiosidade dos fãs já há muito tempo tornou-se uma mini-série de quadrinhos escrita por J.W. Rinzler e arte de Mike Mayhem.









Após muitos games de sucesso, animações e uma trilogia contando o passado da família Skywalker,  2015 marca a chegada de uma nova produção cinematográfica: STAR WARS - O Despertar da Força, cujos fatos se passam 30 anós após os fatos mostrados no Retorno de Jedi.

Em 2012 George Lucas vendeu sua empresa (Lucas Film) junto com Star Wars e outras criações suas para a Walt Disney Company repassando a eles a sinopse dos capítulos 7, 8 e 9 da saga da família Skywalker. A primeira ação do diretor e produtor encarregado pelo projeto foi ignorar o material de Lucas. Após alguns problemas com Jornada nas Estrelas, JJ Abrams deu o seguinte depoimento: "Eu não quero fazer um filme onde a gente não saiba realmente, qual é a nossa história. Eu sinto que fiz isso muitas vezes na minha carreira". É compreensível que o Diretor faça uso de prerrogativas necessárias para contar a história que foi contratado para contar, embora ignorar as sinopses do homem que criou a Lenda Star Wars possa não parecer sensato.










Em depoimento ao CBS THIS MORNING (link pro vídeo no fim da matéria) George Lucas afirmou que a Disney quer contar suas próprias histórias e não pretendem usar o material que ele escreveu. (Nota do Editor: Lembre-se tudo munda no mundo o tempo todo. Ninguém garante que não irão resgatar essas sinopses após JJ Abrams sair de moda).

Para dezembro de 2016 está programada a estréia de Star Wars: Rogue One. Uma história derivada que mostra acontecimentos imediatamente anteriores aos vistos no filme de 77. Na trama um grupo de rebeldes se organizam para enfrentar a tirania do império roubando os planos de criação de sua arma mais letal. O filme dirigido por Gareth Edwards ( Godzila, 2014) tem no elenco:  Felicity Jones, Diego Luna, Forest Whitaker, Ben Mendelsohn, Alan Tudyk, Mads Mikkelsen e Donnie Yen. Há planos de mais produções explorando o universo de Guerra nas Estrelas além de novos quadrinhos, livros, games e animações. Há informações de que o plano é um filme do universo de Star Wars por ano.


As Guerras são responsáveis por revelar o que há de melhor e pior no ser humano. Elas levam o espírito humano a testes e provações de caráter definitivos, para um escritor este cenário favorece o drama num nível de intensidade elevado e, nas mãos de George Lucas, contribuiu para um pano de fundo repleto de movimentos, idas, vindas e revelações. As Guerras são responsáveis por traumas irrecuperáveis e prejuízos sociais, materiais e não-materiais, mas na ficção, onde é garantido um certo nível de segurança e conforto ao expectador, podem resultar em bons momentos de diversão e, porque não dizer de experiências e aprendizados. A produção de um filme no nível de Star Wars possui uma estrutura e uma organização comparáveis às do exército e, quer provoque amor ou ódio, é difícil ignorar algo deste porte tão entranhado na cultura e no comportamento contemporâneos.

Que a força esteja com você.




Para saber mais:
O Monomito de Joseph Campbell (sintese)
O Poder do Mito (Entrevista onde Campbell apresenta logamente e detalhadamente a Teoria da Jornada do Herói. Vídeo em 6 partes, o link é para a parte 1).
O site Oficial de Star Wars
Concept Arts de Ralph McQuire para a Guerra nas Estrelas original
George Lucas no CBS THIS MORNING (19/nov/2015)
Quadrinho da Dark Horse adapta primeira versão de roteiro de Star Wars
Livro: Como Star Wars conquistou o Universo. Chris Taylor. Editora Aleph


http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2015/11/a-guerra-de-cada-um.html