terça-feira, 20 de outubro de 2020
domingo, 4 de outubro de 2020
SURFANDO ENTRE AS ESTRELAS (porJJ Marreiro) repost
O SURF
A origem do
Surf (que vem da palavra surface) está relacionada aos antigos povos polinésios (no
Sul do Pacífico) e aos peruanos (nas Américas).
A prática já foi ligada historicamente a atividades místicas, ao culto do mar e
rituais de ordem espiritual, tornando-se importante elemento para a vida
social, enquanto promovia a conexão do homem com a natureza e propunha desafios
de auto-superação. Tudo isso muito antes de se tornar um esporte mundialmente
famoso.
O Surf
requer mais que o equilíbrio sobre a prancha, requer a percepção do ritmo do
mar, da velocidade do vento e das ondas, requer conhecimentos sensíveis sobre o
entorno e sobre o seu eu, seu próprio ritmo, suas próprias capacidades físicas,
o reconhecimento de seus próprios limites e a audácia de testar esses limites.
A PRATA
Elemento
químico de símbolo Ag, que vem de
Argentum, palavra latina derivada de um termo em sânscrito que significa branco
e brilhante. A prata está ligada à cadeia simbólica da lua e da água (que por
conseguinte está quitessencialmente ligada ao surf). Ao contrário do vigor
masculino do ouro, a prata possui uma conexão com o que é feminino, sutil e com
a dignidade da realeza e à purificação divina. Contraditoriamente a prata, que
representa a riqueza provoca a cobiça humana o que lhe confere uma dinâmica
dentro de seu próprio significado.
Um Surfista Prateado
Ao propor um
arauto para Galactus, o Devorador de Mundos, Jack Kirby veio com a ideia de um
explorador espacial seminu que navegava as ondas de energias cósmicas, ventos
solares, gases, campos magnéticos, plasmas e radiações espaciais sobre uma placa
de bordas arredondadas. Enquanto sua nudez demonstra fragilidade, a cor
prateada de todo seu corpo traz consigo uma pureza que reflete sua alma — que não
é vista a priori dado o aspecto alienígena que isso lhe confere.
A angústia
que o Surfista Prateado traz consigo, isolado de sua terra natal, removido do
convívio de sua amada, forçado a encontrar mundos inteiros que serão destruídos
para saciar a fome de seu Mestre, reflete bem a dicotomia da própria prata, que
sob alguns formatos torna-se tóxica (como o pó de prata) e sob outros (nitrato
de prata) possuem usos terapêuticos.
Enquanto o
traço de Jack Kirby apresenta um Surfista robusto e audacioso, John Buscema o retrata de
modo delicado, quase feminino. Notadamente nesta fase vemos a contradição entre
os impressionantes níveis de poder do herói — capaz de ombrear os deuses mais
poderosos de Asgard— e sua profunda angústia e tormento.
O gênero dos
super-heróis tem sido associado a personagens bidimensionais, sem
profundidade
e sem drama, está é uma leitura comum e uma percepção válida em uma
primeira
análise de seus aspectos gerais, no entanto, desde o Spirit de Will
Eisner,
passando por Homem-Aranha de Lee & Ditko e culminando com Watchmen
de Allan
Moore os Super-Heróis (ou heróis uniformizados) tem mostrado que sua
profundidade depende não do seu caráter constitutivo, mas da abordagem
de seus
autores. O Surfista Prateado trás para o gênero uma riqueza temática e
uma dicotomia que representavam muito bem os agitados anos da década de
1960 com suas lutas por direitos civis, suas guerras, movimentos
populares e regimes de exceção. A amplitude de tramas e conflitos que se
abrem ante o Surfista Prateado são de certo modo um oceano , ou melhor,
um universo de possibilidades para personagem, autores e leitores.
MAIS:
sábado, 4 de julho de 2020
SURFISTA PRATEADO: Amargo Regresso !
Na década de 1980, Stan Lee já estava aposentado dos quadrinhos. Mas voltava de tempos em tempos para escrever uma história de seu personagem predileto. E qual era seu personagem predileto? O Surfista Prateado.
Em 1982 ele e John Byrne (que a esta altura já era uma estrela de quadrinhos graças à sua passagem pelos X-men) se uniram para produzir uma revista única do herói, que acabava funcionando como canto do cisne para o personagem e fechava algumas pontas soltas.
Na HQ "Amargo Regresso", o Surfista, graças a uma invenção de Reed Richards, consegue finalmente vencer a barreira de Galactus e voltar para seu planeta Zenn-la. Mas há uma ressalva: se voltar para a Terra, ele ficará eternamente preso aqui.
Chegando lá ele descobre que seu planeta está arruinado graças à vingança de Galactus por seu arauto ter se voltado contra ele na Terra.
E Shalla Ball, sua amada, não está lá. Tudo leva a crer que uma garota que ele encontrou em uma das histórias da série clássica na década de 1960, é na verdade ela, hipnotizada por Mefisto.
O grande momento da história é o final, triste, mas poético. Seria o final perfeito caso essa fosse a última história do personagem.
(Nota do Editor: Para encerrar,uma curiosidade. Foi desta edição que saiu a arte de capa do LP (e posterior CD) do Guitarrista Joe Satriani. Os direitos de uso foram negociados entre o programador visual do disco e a Marvel, o autor do desenho, John Byrne, nunca viu um tostão do uso comercial desta arte).
MAIS:
segunda-feira, 8 de junho de 2020
Mulher Estupenda em ATAQUE FURTIVO
EXTRAS:
A Mulher-Estupenda surgiu por volta de 1998 como uma homenagem a Era de Ouro (e Prata) dos Quadrinhos. Suas primeiras publicações foram em fanzines (Manicomics, Heróis Forever, Clube de Heróis) e tem seguido no meio alternativo desde então, salvo uma participação especial aqui e ali, como na Revista Mundo dos Super-Heróis #06 (Editora Europa), ou no Almanaque MINO (Editora Riso). Curiosamente o traço original da personagem seguia a linha do cartum mas foi com um traço vintage que a personagem ganhou força, inspirado nos trabalhos de CC Beck, Joe Shuster, Al Plastino, Kurt Schaffenberg, Alex Schomburg, Dick Sprang e outros Gigantes das Histórias em Quadrinhos.
Nesta aventura, no estilo Invictus (antiga revista da Ebal que trazia parcerias entre heróis), temos a participação da Enfermeira Secreta, ou War Nurse, que ao pé da letra seria a Enfermeira de Guerra, mas aqui optei por uma nomenclatura que desse mais abrangência à heroína para que ela pudesse se encaixar bem em aventuras fora do cenário da Segunda Grande Guerra). A personagem, atualmente em domínio público, Pat Parker (criada por Howard Reed & Jill Elgin) é uma enfermeira britânica, atlética e com vasto conhecimento técnico-científico que usa seus talentos para combater os nazistas da segunda grande guerra. Na aventura Ataque Furtivo, Carol Rosas menciona Pat como uma velha amiga da escola, no entanto fica subentendido serem muito próximas.
O vilão da história é um caso à parte. Ele deveria ser um personagem descartável, tanto que em nenhuma página seu nome é sequer citado, funcionando apenas como causador do problema que uniria as duas heroínas. O inusitado ocorreu depois que a aventura foi publicada, vários leitores do Manicomics (fanzine bastante popular, três vezes vencedor do Troféu HQMix) escreveram pedindo mais informações sobre o personagem misterioso. Uma coisa que eu sabia sobre ele é que se tratava de um Espião de uma Nação Inimiga...E isso foi o suficiente para batizá-lo:"O Espião da Nação Inimiga". De coadjuvante descartável o personagem foi alçado a um dos mais constantes vilões da Mulher-Estupenda dividindo espaço com outro implacável inimigo da heroína, o cientista maluco Doutor Diávolo.
A aventura menciona o Repórter Esso, testemunha ocular da história, e tem alguns outros elementos datados que convidam o leitor a uma jornada que contém, além do aspecto óbvio do entretenimento, elementos bem particulares dos anos de 1930 a 1950.
Obrigado por acompanhar nossa jornada, espero que tenha feito uma boa viagem. Se você apreciou este pequeno conto pode encontrar outras aventuras da Professorinha Estupenda neste LINK.
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Assinar:
Postagens (Atom)