As experiencias com videocasts continuam, enquanto não encontramos o melhor aproveitamento para o substrato vamos otimizando o ph dentro das condições disponíveis. Nesse episódio Lima e Marreiro tecem um papo semiótico e em segunda análise meta-linguístico.
Produção e apresentação Fernando Lima e JJ Marreiro, Efeitos visuais: Fernando Lima, Direção de Palco: Eduardo da Silva Pereira,Assistente de Produção: Diego Silveira. Agradecemos à bruxa solta por todos os objetos, lâmpadas e biombos destruídos durante a produção deste episódio... O que não te destrói te deixa com sérios prejuízos:) Sem mais lenga-lenga clica lá pra acompanhar esse papo que está cada vez mais Fora de Órbita.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Fantasma Escarlate – ESPECIAL em CORES!
Após sua estréia (2009) no site armagem.com, o personagem ganhou uma revista digital distribuída em diversos sites. O Fantasma Escarlate também aparece como uma das atrações da revista Herói Z (março/2011) e estrela agora sua própria revista: As Aventuras do Fantasma Escarlate – Especial em cores.
As Aventuras do Fantasma Escarlate
(Especial em Cores)
Lançamento: Laboratório Espacial
Editores: Fernando Lima e JJ Marreiro
Formato: A5 – 24 páginas COR
Informações anuncios e pedidos:
contato@laboratorioespacial.com
Cx Postal 52708
CEP: 60150-970
Fortaleza-CE
Fantasma Escarlate no Armagem.com (Várias HQs)
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Fernando Lima & JJ Marreiro falam de Publicações Independentes na Gibiteca de Fortaleza!
Fernando Lima e JJ Marreiro começaram a produzir quadrinhos desde cedo, o primeiro acabou enveredando pelo ramo do Jornalismo enquanto o segundo seguiu uma formação ligada a Publicidade. A Oficina de Quadrinhos da UFC acabou promovendo os primeiros trabalhos conjuntos da dupla, normalmente abordando temas como ficção científica, fantasia medieval, humor e terror.
No sábado 17 de dezembro (2011), 9:00, a dupla vai falar sobre Publicações Independentes, naming, linha editorial, público alvo, divulgação, posicionamento e follow up além de abordar os lados positivos e negativos de ser o editor de seu próprio material indo dos fanzines às edições cooperadas. O encontro foi organizado por Geraldo Borges (Quadrinhos Estúdio de Desenho) e será aberto ao público. Para os alunos do Quadrinhos Estúdio o curso constará como conteúdo dos cursos regulares.
MAIS:
Armagem.com
Herói Z
QUADRINHOS Estúdio
Oficina de Quadrinhos da UFC
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Fora de Órbita 02 – O episódio em que eles falaram sobre REBOOTs
Segundo episódio do Videocast Fora de Órbita apresentado por Fernando Lima e JJ Marreiro. Equipe técnica: Diego Silveira e Débora Cavalcante.
O Laboratório Espacial, como o nome sugere é um ambiente direcionado a experimentos diversos, embora inicialmente focado em quadrinhos, assuntos periféricos tem se mostrado democraticamente presentes neste espaço quer venham do cinema, dos cartuns, literatura ou tv, a proposta é ter espaço e fomentar produções ligadas a criatividade, cultura e entretenimento.
Parte das experiencias do Laboratório espacial podem também ser conferidas no formato impresso como nos quadrinhos: Herói Z, Fantasma Escarlate e a coletânea "Fui eu que fiz isso aí" em parceria com o blog Z&A. Nesta segunda experiencia de videocast continuamos a testar equipamentos de video e aúdio e enquanto vamos realizando descobertas e experiencias vamos seguindo com esse papo levemente FORA de ÓRBITA.
O Laboratório Espacial, como o nome sugere é um ambiente direcionado a experimentos diversos, embora inicialmente focado em quadrinhos, assuntos periféricos tem se mostrado democraticamente presentes neste espaço quer venham do cinema, dos cartuns, literatura ou tv, a proposta é ter espaço e fomentar produções ligadas a criatividade, cultura e entretenimento.
Parte das experiencias do Laboratório espacial podem também ser conferidas no formato impresso como nos quadrinhos: Herói Z, Fantasma Escarlate e a coletânea "Fui eu que fiz isso aí" em parceria com o blog Z&A. Nesta segunda experiencia de videocast continuamos a testar equipamentos de video e aúdio e enquanto vamos realizando descobertas e experiencias vamos seguindo com esse papo levemente FORA de ÓRBITA.
Uma Senhora Enciclopédia
Sebastião Seabra, Gedeone Malagola, José Magnago, Mino ao lado de Will Eisner, Jack Kirby, Flávio Colin, Júlio Shimamoto, Henfil e Moebius. Assim é a ENCICLOPÉDIA dos QUADRINHOS, L&PM Editores. Fruto de uma pesquisa visivelmente extensa (e possivelmente estafante) a obra reúne nomes de escritores, desenhistas, autores, faneditores e pesquisadores de diversas origens.
O crítico de cinema, pesquisador, publicitário e jornalista Hiron Cardoso Goidanich (Goida) e André Kleinert pesquisador, jornalista, advogado, colecionador são os responsáveis pela maratona que resultou num dos mais completos manuais de referencia sobre quadrinhos e autores da atualidade.
São 536 páginas com referencias às pessoas dos quadrinhos e seus trabalhos numa diagramação leve, mas objetiva adicionada a um texto agradável e rico de referencias, a Enciclopédia dos Quadrinhos toma de assalto o mercado das publicações sobre arte-sequencial não apenas oferecendo vasto material de pesquisa como comprovando a força da produção independente na solidificação do quadrinho como arte, produto e linguagem.
Nota: André Diniz, Antonio Eder, Daniel Brandão, Francinildo Sena, JJ Marreiro, Laudo, Klévisson Viana estão comtemplados no livro com verbetes. Registramos a ausência sentida de Gian Danton, Jean Okada, Sidney Gusman, Geraldo Borges e Geraldo Jesuíno.
MAIS:
Enciclopédia dos Quadrinhos-L&PM
Matéria na revista eletrônica O Grito
Entrevista em vídeo curto com Goida
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Fora de Órbita 01 – O episódio em que eles falaram de heróis espaciais
O Laboratório Espacial estréia seu videaocast com Fernando Lima e JJ Marreiro papeando sobre personagens do gênero heróis espaciais. A produção foi de Fernando e JJ com apoio de Walber Feijó.
sábado, 26 de novembro de 2011
JJ Marreiro no Studio Viva
A equipe do Studio Viva (TV O Povo) gravou um quadro com minha participação. O quadro do programa investiga a relação das pessoas com a cidade e com o bairro, o resultado vc vê neste post. Um abraço para toda a turma bacana que faz a TV O Povo.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
O Doutor vai atender agora.
Por Fernando Lima
Podemos usar milhões de adjetivos para definir as coisas das quais gostamos. É quase sempre difícil encontrar palavras que consigam definir exatamente aquilo que pensamos e/ou sentimos sobre alguma coisa. Em outros casos, uma única palavra se confunde com a essência do objeto e sua ligação torna-se tão íntima, que exclui qualquer outra definição. Tendo esclarecido esse ponto, posso dizer que só existe uma palavra para definir Doctor Who; ˜Fantástico˜.
Doctor Who é uma série de ficção-científica inglesa, produzida pela BBC, que conta as aventuras de um alienígena do planeta Gallifrey, conhecido apenas como o Doutor, que viaja pelo tempo e pelo espaço com companheiros humanos em sua nave, o TARDIS (sigla para Tempo e Dimensão Relativa no Espaço, em inglês). Estreou em 1963 e teve 26 temporadas até ser cancelada em 1989. Programas radiofônicos e livros eram produzidos durante a exibição da série e continuaram ampliando o incrível universo de histórias depois de seu cancelamento, assim os personagens continuaram “vivos“ e evoluindo em CDs, livros, quadrinhos e em, até mesmo, um telefilme, que foi produzido em 1996, numa malograda tentativa de capturar o público estadunidense.A criatividade é, e sempre foi, o ponto chave, o diferencial da série, e as soluções técnicas são deliciosamente surpreendentes. Para resolver o dilema da saída do ator que fazia o personagem principal, surgiu a ideia de que os habitantes de Gallifrey podiam regenerar todas as células do seu corpo no momento de sua morte, assumindo uma nova aparência e personalidade. Essa ideia não só explicou a mudança física da personagem, mas permitiu que cada ator que encarnava o Doutor pudesse fazê-lo de uma forma única e marcante.
Doctor Who continuou nos corações e mentes dos ingleses todos esses anos e, tão inevitável quanto o tempo, em 2005, a série retornou à televisão, alcançando um sucesso ainda maior e desta vez, graças às novas tecnologias, rompeu as barreiras do reino unido e conquistou fãs pelo mundo inteiro. Atualmente em sua sexta temporada, não parece haver planos para tirar a série do ar tão cedo.
Os roteiros são magnificamente bem escritos e a mitologia criada nos livros e nos episódios de áudio não é ignorada e os autores lutam febrilmente para manter a coesão em mais de 30 anos de história acumulada. Os vilões são um assunto à parte. Raças inteiras desafiaram a genialidade do Doutor, enquanto ele se punha entre elas e o destino da humanidade, Daleks, Cybermen, Autons, Sycorax, Racnoss, Sontarans, Macras, Raxacoricofallapatorians (é sério), todos derrotados por uma boa dose de inteligência, coragem e a utilização precisa de uma chave de fenda sônica.
Não estou dizendo que não haja episódios abaixo da média e que tudo na série seja perfeito. Há falhas ocasionais, episódios fracos, que se tornam mais decepcionantes quando comparados a outros que são fabulosos. Nada é a prova de falhas, mas, Doctor Who é uma experiência insanamente deliciosa e merecedora de uma atenção especial dos fãs de ficção científica, por que é inteligente e, acima de tudo, divertida. Para os iniciantes, o infográfico do talentosíssimo Bob Canada apresenta um pouco do universo do Doutor.
Se você se interessou, visite o site Doctor Who Brasil.
E nesse domingo (20/11/2011), a partir das 15hs acontecerá um encontro de fãs da série na Saraiva MegaStore do Shopping Iguatemi de Fortaleza (mais informações).
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Entrevista Exclusiva! David Campiti & Rodrigo Monteiro falam ao Laboratório Espacial!
novembro 11th, 2011 | Author: JJ Marreiro
David Campiti, Roteirista, Editor, Diretor Executivo da Glass House Comics e descobridor de talentos do mercado americano de quadrinhos. Rodrigo Monteiro já foi articulista dos mais famosos sites de quadrinhos do Brasil, assinando como Rodrigo Piolho, trabalhou como colorista e agora gerencia a divisão brasileira da Glass House Graphics.
(Entrevista concedida a JJ Marreiro em 7 de novembro de 2011 no estúdio de Al Rio)
David Campiti, quando você começou nos quadrinhos?
David: Eu comecei como fã. Se usássemos uma máquina do tempo veríamos que em 1967 estava lendo Homem-Aranha, Quarteto Fantástico por Stan Lee, John Romita Senior, Jack Kirby. Entrei nos quadrinhos nessa época e os acompanhei durante escola e a faculdade. E alguns anos após a Faculdade, em 1982, eu comecei a escrever quadrinhos profissionalmente, após trabalhar com publicidade e em programas de rádio. Pouca gente sabe que nessa época também fiz dublagens para animação e recentemente fiz algumas vozes para um filme de Animação chamado NIKO-The Voyage to Magica, que deve sair em 2012.
Com que editoras você trabalhou naquela época?
David: Em 85 mais ou menos eu escrevi Superman, para a DC Comics e muitas outras coisas para diversas editoras associado a muitos artistas diferentes, fiz muitos quadrinhos nessa época. Em 88 comecei uma editora, a Innovation Publishing, publicando Super-Heróis e adaptações de Filmes, séries de TV e adaptações de romances. Dark Shadows, Perdidos no Espaço, Vampiro Lestat e coisas nessa linha. Fiz isso até 93 quando deixei a companhia que comecei para começar a Glass House Graphics, uma agencia que está aí a quase 20 anos.
Rodrigo Monteiro quando você começou nos quadrinhos?
Rodrigo: Comecei como fã há uns vinte e poucos anos e em 97 conheci um pessoal que agora está fazendo quadrinhos, o Wilmar, ou melhor Will Conrad e comecei a fazer cursos de roteiro em Belo Horizonte. Em 2001 comecei a colorir, com o Wilmar me ensinando, trabalhei com ele, depois fiz freelancer, trabalhei um ano mais ou menos fazendo quadrinho erótico, fiz algumas edições para a Glass House, Commitions e já conhecia o David há algum tempo e recentemente fui convidado pra assumir a Gerência da Glass House no Brasil.
Vocês representam muitos artistas de diferentes países, mas poderiam citar alguns dos brasileiros agenciados pela Glass House hoje?
Rodrigo: Al Rio, Mike Deodato, Will Conrad, Fábio Laguna, Like Ross, Cliff Richards, Fabiano Neves, Ronilson Freire (do Maranhão), Walter Geovani (que é do Ceará). Temos cerca de cem artistas com os quais além de quadrinhos trabalhamos arte e ilustrações para livros, produtos, web designs, publicidade e animação.
David, você conhece o trabalho de Maurício de Sousa? O que acha do trabalho dele?
David: É Claro que conheço! É uma espécie de versão brasileira de Peanuts. Ele tem muitos fans e suas publicações estão por aí há muito tempo. Eu acho fantástico, vejo que se trata de um trabalho muito grandioso e de muito sucesso. Mais de nós precisamos conseguir fazer isso.
Fale um pouco de outros artistas brasileiros que você conhece.
David: Eu estava familiarizado com o trabalho do pai de Mike Deodato, também Emir Ribeiro, mas vim a conhecer mais coisas sobre os artistas brasileiros após começar a trabalhar com Mike Deotado, Luke Ross, Joe Bennet e artistas dessa geração. Eu fui o primeiro editor americano a contratar artistas brasileiros quando eu estava conduzindo a Innovation. Encontrei tantos talentos que acabei deixando a Innovation para começar uma agência para levar esses talentos para os Estados Unidos. Até hoje quase todos dos maiores artistas brasileiros que trabalham pro mercado americano foram descobertos por mim, existem apenas uma ou duas exceções. Parte das pessoas que estão em outras agencias também passaram pela Glass House e mesmo com o surgimento de outras agencias ainda temos mais uma centena de talentos que nos fazem a maior agência de quadrinhos no planeta.
David você veio ao Brasil para o FIQ 2011 e vai trocar ideias com artistas, avaliar portfólios, apresentar o trabalho da Glass House, não é isso?
David: Exato. Alguns de nossos mais notáveis artistas farão uma apresentação especial no sábado e eu estarei lá junto com o pessoal do Big Jack Studios, uma escola que tem parceria com a Glass House. Estarei no FIQ durante esses dias e ficarei tantas horas quantas os artistas precisarem que eu fique. As pessoas serão bem vindas a falar comigo e me mostrar o trabalho a qualquer momento.
Os artistas não precisam ter vergonha de me mostrar seus portfólios, veja bem os artistas brasileiros que transformamos em astros, muitos não falam inglês. O trabalho fala por eles eu revisarei seus trabalhos e Rodrigo Monteiro estará lá para traduzir assim como Mike Deodato e Will Conrad e podem ajudar com as traduções e dicas, pois diferente de muitos artistas que vejo noutros lugares que são mesquinhos e escondem informações, eles estão sempre interessados em ajudar a melhoria dos quadrinhos como um todo. Eles aprenderam do jeito mais difícil, superaram muita coisa e como astros que são agora estão felizes em dividir o que aprenderam.
David, o que é o básico que um iniciante precisa saber pra entrar no mercado dos Comics?
David: Existem 4 passos para se tornar um grande artista de quadrinhos. Parece óbvio pra mim, mas pode não ser para as outras pessoas. Primeiro: Saber desenhar! Muitos querem desenhar quadrinhos, mas estão tão preocupados procurando atalhos que esquecem de aprender o básico do desenho. Entender como são os rostos, desenhar pessoas a partir da imagem real, pessoas reais, fundos e cenários convincentes. Não estou dizendo pra seres realistas, mas que precisam ter um nível de habilidade consistente e profissional. Não começar a estilizar se não sabe como a coisa é de verdade.
Segundo: Habilidade para contar a história em imagens. Em outras palavras, você pode ser bom em fazer ilustrações individuais ou figuras únicas, mas se você não consegue colocá-las num cenário, relacioná-la com este fundo e fazer essas interações você não conseguirá contar a história. Então conte a história visualmente, quadrinhos são Arte Sequencial. Você ficaria surpreso com a quantidade de artistas que me trazem ilustrações únicas e eu sempre pergunto: Qual seu objetivo, qual seu plano? E escuto “eu quero ser um artista de quadrinhos”. Olho para o portfólio e tenho que dizer: “Então porque você não começa desenhando Quadrinhos?”. Você não vai magicamente conseguir essa habilidade se você não souber qual o caminho de como contar uma história. Isto é crucial.
Terceiro: Criar um estilo vendável que os editores estejam dispostos a comprar. Você pode saber desenhas, mas se seu material parecer coisas de 1953 será difícil encontrar uma publicação que seja publicado em 2011, a menos que alguém queira editar um quadrinho que pareça como em 1953. Recebi uma amostra ano passado, deveria ser uma história romântica num bar de solteiros e o artista colocou todos os persponagens masculinos com jaketas dos anos 50, chapéus antiquados, mulheres com cortes fora de uso. Será que ele nunca viu TV ou nunca olhou fora de casa? É importante ver os estilos, a moda, o mundo, todas essas coisas. Isto fará toda diferença.
Há outra coisa a respeito de estilo e você provavelmente nunca ouviu falar disto: Estilo é tudo aquilo que o artista desenha errado. Pense sobre isto. Se eles estivessem fazendo direito ficaria parecido com uma fotografia, então o que um artista faz é interpretar a realidade. O modo como adiciona luz e sombra, como desenha cabelo, a maneira que lida com as dobras, a maneira como refina áreas de transição entre luz e sombra, hachureados todas essas coisas interpretando a realidade se tornam seu estilo. Alguns artistas como Fábio Laguna ou Al Rio são mestres em adaptar seu estilo, eles podem aprender qualquer técnica e acabamento superficial de qualquer um, mas entendem o raciocínio por trás dessas técnicas e porque são dessa maneira. É por isso que Fabio Laguna por exemplo é um artista perfeito para Scubby-Doo, Ursinho Puf ou qualquer personagem desse tipo quer venha da Pixar, Warnner, Pernalonga. Ele entende como isso funciona, então ele pega o estilo perfeitamente.
Vamos reembrar os três primeiros pontos: Habilidade para Desenhar; Contar Histórias em imagens e Estilo vendável que os editores estejam aptos a comprar e por fim o Quarto e último tópico: Profissionalismo.
Quando recebo um artista e avalio seu portfólio e ele começa a argumentar comigo ou começa a dizer que não sabe do que estou falando ou diz “Estou procurando fazer algo vanguardista menos comercial” em outras palavras…Ele quer desenhar mal? Existe uma diferença entre estilo, vanguarda e habilidade profissional eu sei a diferença e os editores também. Então, argumentar comigo não fará seu traço melhor. De modo semelhante se está submetendo seu trabalho a um editor e sendo contratado para um trabalho, você tem que lidar com isso profissionalmente. Você pede as referencias, se comunica todos os dias sobre seu progresso nas páginas, se terminou a página do dia, envia o JPEG pra mostrar. Deixe a comunicação às claras, atualizada. Peça aquilo que precisa em termos de referencias.
Então, David, é importante pegar opiniões sobre a evolução das páginas durante o trabalho, mantendo sempre contato intermitente com o agente e editor. Isso ajuda inclusive a melhorar as páginas?
David: Exato. Veja o exemplo de Mike Deodato com quem trabalho desde 1991. Ele ainda me envia os leiautes pra revisar. Sim! O cara Top do mercado! E ocasionalmente vou encontrar algo que ele tenha deixado passar porque ele está muito mergulhado no trabalho. Outro dia disse pra ele “e isso aqui? Eu não entendi o storytelling dessa página”. E ele: “Você está certo! Vou corrigir isto!”.
A próxima pergunta diz respeito a vendas e comportamento de vendas no Brasil, Rodrigo, então vou passar a bola pra você. Alguns quadrinhos tem migrado das bancas para as livrarias com formato de luxo, lombada quadrada. Aqui ainda há uma tradição forte de banca, mas o que você acha dessa migração?
Rodrigo: Nos Estados Unidos não há essa tradição da banca, lá os quadrinhos são vendidos só em Comic Shops. Um problema do Brasil ainda é a visão que se tem de que Gibi é coisa de criança. Se for em quadrinhos a maioria das pessoas vai pensar que foi feito para crianças, to exagerando, mas é a mentalidade geral. Quando migra pras livrarias aí tem uma seleção diferente de público. Em BH nas livrarias praticamente você só vê os encadernados, você não vê gibi mensal. Com isso as editpras estão buscando um público mais selecionado, por isso você vê muito Vertigo, Supremos. Coisas classificadas como quadrinho para adultos, criança não alcansa esses títulos.
Rodrigo, você acha que esse tipo de migração pra quadrinho adulto e de livraria pode explicar em parte a entrada do Maurício nesse nicho de quadrinho adulto? Inclusive com essa abertura de estilos promovido pelo projeto MSP?
Rodrigo: O Maurício contratou um cara muito inteligente e que conhece muito de quadrinhos que é o Sidney Gusman (nota: Editor do Site Universohq). O Maurício está no mercado a mais de 50 anos. Você tem as crianças que são o principal público dele e você tem os pais que cresceram comprando coisa do Maurício, cresceram lendo turma da Mônica e tem essa nostalgia envolvendo isso. Visitamos o estúdio do Maurício durante o Festcomics, vimos que eles estão fazendo encadernados das tiras antigas e publicando em livraria. Ele consegue juntar a nostalgia dos pais com o frescor das crianças ali. É fantástico o que ele consegue fazer.
David Campiti, o que você pensa a respeito das publicações da Boneli Comics?
David: Eu tenho um monte de exemplares de Tex. Acho que são os únicos da Bonelli que tenho. Acho que é um quadrinho muito bom e direto! Tex é absolutamente maravilhoso, muito direto e as pessoas podem aprender muito à partir dele. É feito por artistas que realmente sabem desenhar e tem feito isso à muito tempo. Eles possuem segurança, confiança, uma solidez que é importante. Eles não estão tentando mudar o curso da civilização fazendo algo novo, é uma equipe muito talentosa fazendo um ótimo trabalho. Veja como os cavalos são desenhados ali, como a câmera se move, essas coisas me impressionam. Infelizmente ninguém tem me enviado nada direcionado a Bonelli.
O que você acha que dá tanta longevidada a Tex no mercado? É o fato das histórias serem simples, da não haver problemas de cronologia, do estilo ser direto?
David: São quadrinhos honestamente bons. Você não precisa seguir trinta anos de cronologia pra entender o que está acontecendo. E isto tem feito a pupularidade dos outros quadrinhos cair atualmente, a leitura de alguns quadrinhos praticamente exigem um curso universitário antes de lê-los. Quando colecionava quadrinhos gostava muito de John Romita Sênior que fazia quadrinhos muito diretos. Realista sem ser neuroticamente apegado a fotos, desenhava belas mulheres, desenhava muito bem expressão corporal. As pessoas se importanvam porque os personagens pareciam huminizados nas páginas. Chegamos a um ponto que alguns quadrinhos são tão estilizados que mal reconhecemos os personagens como pessoas.
Muito obrigado pela entrevista David, Boa Viagem, espero que encontre excelentes artistas lá em BH.
David: Eu também, obrigado.
Rodrigo Monteiro, obrigado pelo bate-papo e pelas dicas. Bom FIQ 2011.
Rodrigo: Obrigado. Estamos a disposição.
Foi uma entrevista bem longa e profunda. Algumas coisas tiveram que ser reduzidas para ganhar em objetividade. O Laboratório Espacial registra os agradecimentos especiais aos amigos Al Rio e Walter Geovane por fazerem a ponte com a Glass House e novamente a David Campiti e Rodrigo Monteiro pela paciência e disponibilidade de trocar idéias e dividir um pouco do seu conhecimento aqui no nosso espaço.
Mais sobre a GLASS HOUSE GRAPHICS, David Campiti e Rodrigo Monteiro em:
www.glashousegraphics.com
www.studiosakka.com
www.davidcampiti.com
http://exposure.keenspot.com/
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Aventureiro de Marte
Aventuras em terras exóticas, repletas de mistérios, perigos e desafios fantásticos, assim eram as histórias escritas por Edgar Rice Burroughs, escritor norte-americano que ganhou fama graças a seu personagem mais popular: Tarzan, o rei dos macacos. Mesmo que tenha se notabilizado pelas narrativas envolvendo a enigmática selva africana, os contos fantásticos de Burroughs exploraram muitas outras ambientações como Venus, Marte e até o Centro da Terra. Seu texto envolvente e objetivo, marcado por uma linguagem clara e sem rodeios, oferece ao leitor a celeridade que os acontecimentos de um gênero como aventura requerem. Estes fatores acabam fazendo com que sua produção esteja em sintonia com a velocidade da informação percebida na contemporaneidade. Inicialmente tidas como literatura menor, as revistas pulp foram por muito tempo o celeiro dos contos de fantasia, aventura, sci-fi e western. Hoje as mesmas aventuras ganham tratamento vip em impressões primorosas imortalizando textos e autores. John Carter foi apresentado aos leitores na revista All Story em 1912 numa série de contos que, compilados, culminaram no livro ‘A Princess of Mars’. A série seguiu o padrão resultando 11 livros conhecidos como a Saga de Barsoon (nome usado para designar o planeta Marte na história).
A história começa logo após a Guerra Civil Americana quando um estranho acontecimento transporta
o Cap. John Carter para o planeta vermelho. Devido a diferença de gravidade entre os planetas o terráqueo apresenta força e velocidade descomunais fazendo com que ganhe respeito e poder entre os Tarks, criaturas verdes de quatro braços, com aparência insetóide de 4,5 m de altura, envolvidas numa guerra sem fim contra os homens vermelhos, estes de aparência humanóide, excetuando-se a pele encarnada. A Princesa referida no primeiro livro da saga de Barsoon é a sensual Deja Thoris, importante herdeira dos homens vermelhos cativa dos Tarks, descrita como uma mulher extremamente sensual e invariavelmente usando trajes sumaríssimos ou nada. Em meio à série de contratempos enfrentados após sua captura, a Princesa desenvolve uma certa afinidade com o deslocado John Carter enquanto este ganha importância dentro da sociedade dos homens verdes de quatro braços.
O herói de marte originou novelas de rádio, tiras de jornal, toy figures e várias versões quadrinizadas em editoras como Golden Key, Marvel e DC Comics. As aventuras produzidas pela DC Comics foram publicadas no Brasil pela Ebal nos anos 70. A versão recente está a cargo da Dynamite publishing e tem um character design inspirado nas artes de Frank Frazetta criadas para as capas dos livros, a Marvel ficará encarregada de lançar os quadrinhos inspirados na versão cinematográfica da Disney (prevista para 2012). Um filme B foi produzido em 2009 apresentando Antonio Sabato Junior no papel principal e a ex-diva do cinema adulto Tracy Lords como a Princesa Deja Thoris. A nova versão é uma superprodução com roteiro de Andrew Stanton (diretor de Wall-E) e Michael Chabon. Taylor Kitsch (o Gambit do filme Wolverine encarna John Carter), Lynn Collins (a Raposa Prateada do filme Wolverine assume o papel de Deja Thoris), Willem Dafoe (dará vida ao guerreiro Tars Tarkas), Polly Walker, James Purefoy estão no elenco.
Na Saga de Barsoon, John Carter é apresentado como um homem em conflito com o desconhecido, sentindo-se deslocado dentro de sua própria vida, travando uma batalha contínua contra elementos extraordinários enquanto acaba aprendendo a valorizar as diferenças superando seus próprios medos e defeitos. Apesar de ser um clássico, apenas recentemente o primeiro livro da Saga de Barsoon foi lançado no Brasil. A Editora Aleph lançou “Uma Princesa de Marte” onde se pode conhecer melhor as de John Carter e partilhar da aventura, das conspirações e batalhas no texto vigoroso e fluido de Edgar Rice Burroughs. O lançamento dos outros dez livros que compõem a saga certamente dependerão do sucesso comercial deste primeiro tomo.
Mais:
Quadrinhos de John Carter - Dell Comics
Audiobook A Princess of Mars
Edgard Rice Burroughs Site Oficial
Resenha do Filme John Carter entre Dois Mundos
Dejah Thoris; Uma Princesa de Ontem, de Hoje e de Amanhã!
John Carter por Frank Frazzetta
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Uma Princesa de Marte
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Quadrinhos em Debate: O Mito do Herói nos Quadrinhos!
No dia 13 de agosto a Gibiteca de Fortaleza inicia a programação “Quadrinhos em Debate” com o tema: O Mito do Herói nos Quadrinhos. Apresentado pelo jornalista, sociólogo e escritor Dellano Rios. O evento Quadrinhos em Debate é uma iniciativa do Fórum de Quadrinhos do Ceará e Biblioteca Dollor Barreira, onde especialistas de diversas áreas abordarão conceitos, símbolos e representações dentro do universo das histórias em quadrinhos.
Como uma prévia do Debate, Dellano Rios concedeu uma breve entrevista ao Laboratório Espacial. Acompanhe.
Dellano, esse negócio de heroísmo é uma novidade dos tempos modernos ou é coisa antiga?
O heroísmo é um valor antigo, exaltado, por exemplo, na Idade Média, como se vê nas novelas de cavalaria, nas aventuras do Rei Arthur, de Carlos Magno, etc. É uma ideia que tem a ver com o conceito de bravura e está ligado a defesa de causas (ou de pessoas), em que o herói alcança seus limites. Em alguns casos, aliás, chega a passar deles e morre, como mártir. Os heróis, tal qual os conhecemos nas histórias em quadrinhos, ganham, também, muito dos semi-deuses, figuras mais próximas dos homens que os próprios deuses e, ao mesmo tempo, menos poderosos que esses. Afinal, quem vence tudo sem dificuldades não é exatemente alguém que faz atos heróicos.
O Herói assumindo a figura de salvador por um lado estimula a esperança e pode inspirar as pessoas, mas por outro lado pode acabar trazendo uma comodidade, não é? Explico: Ao invés de estimular o herói em cada um, o mito pode funcionar como fator de acomodação fazendo as pessoas esperarem que alguém surja para tomar as ações em seu lugar e conduzir a situação sem que elas precisem agir… Esse tipo de personificação do “salvador da pátria” parece recorrente na política, não é?
Isso tem a ver com o componente político e ideológico da figura do herói. Primeiro, acredito que, mais que esperar por um herói, as pessoas lembram dele. Históricamente, os feitos de uma pessoa vão aumentando a medida que a história se espalha. É como a brincadeira do telefone sem fio e o conto infantil do alfaiate valente (que matou alguns mosquitos de um golpe só e acabou sendo creditado como matador de gigantes). Então, o herói pode ser uma figura que inspira, que faz como as pessoas queriam reviver as glórias de seu povo, de seu grupó social. E também pode ser isto, esta figura que protege (e secretamente) oprime. É o caso de certos líderes políticos. Hitler, por exemplo, tirou a Alemanha do buraco em que estava depois da I Guerra Mundial. Em certo sentido, salvou a pátria – às custas de ações violentas contra seus “inimigos” e contra os “sabotadores”. Para alguns, a carnificina que cometeu era um ato de heroismo patriótico.
No Brasil o “herói avacalhado” é um tema recorrente, por um lado isso reflete o senso crítico e o humor do brasileiro e até surgir o Capitão Nascimento não se levava a sério um herói que seguisse as regras e possuísse uma clara distinção entre o que é certo e o que é errado. O Capitão Nascimento (herói ou anti-herói) é reflexo de um novo Brasil?
Na minha opinião, o Capitão Nascimento, como herói, é uma grande sacada. Os heróis da cultura pop floresceram nos EUA porque a cultura deles sempre tem um inimigo, um “vilão” bem definido. Primeiro os nazistas (o Eixo), depois os russos, hoje os chineses e os árabes. Seus supervilões são figuras que ameaçam a paz dos cidadãos, como os terroristas. Daí, também, eles terem demonizado os aliens (o alien é um estrangeiro, lembre-se). No Brasil, há muito que achamos que nossos problemas são internos, de corrupção e de crime, sobretudo. E são esses os vilões que o Capitão Nascimento combate. Se voltarmos no tempo, vamos ver que tivemos outros heróis policiais, como o Vigilante Rodoviário. Pra mim (e isso é uma opinião), acho que só não tivemos mais heróis policiais porque, na Ditadura Militar e depois dela, o policial tornou-se uma figura ambígua, senão vilanesca. O militar não era bem um defensor da pátria, mas alguém que oprimia o povo em favor dos poderosos. E talvez o Capitão Nascimento tenha a ver com um certo esquecimento desta época.
Como você vê o amadurecimento das temáticas nos quadrinhos de heróis? Essa migração do público infanto-juvenil para o adulto não mina a formação de leitores para os quadrinhos de amanhã?
Acho que esse amadurecimento é positivo, no sentido que ele reflete que os leitores cresceram e não têm vergonha de dizer que gostam de HQs. E se os pequenos leitores leem menos gibis é reflexo deste tempo, que passamos mais tempo na frente do PC, dos videogames ou da TV. O mangá, no caso brasileiro, deu uma aquecida neste mercado de leitores mais jovens. E, pra mim, o grande inimigo na formação de novos leitores para os quadrinhos ainda é o preconceito. Hoje, as HQs podem até ser aceitas na escola, incentivadas por país, mas sempre na condição de uma leitura menor, como uma porta de entrada para o mundo dos livros. Não como um fim em si. Por isso, todo apaixonado pelas HQs tem que ser um militante da causa e fazer seu dever de casa, na própria casa.
Com o desenvolvimento galopante da tecnologia de efeitos especiais os super-poderes deixaram de ser desafio para os produtores de cinema, mas poucos são os filmes de heróis que agradam leigos e iniciados…O que é que falta?
Boas histórias e bons diretores. E também entender que cinema não é HQ e vice-versa. Porque algumas coisas até colam num gibi, mas em “carne-e-osso” ficam meio ridículas. Exemplo: o Aranha, adolescente, inventando suas teias, como uma fórmula indecifrável como a da Coca-Cola. Mas acho que o essencial é uma boa história. Senão fica igual aquele gibi ruim que você só compra porque é fã do desenhista.
Dellano, obrigado pela entrevista e o papo continuará lá na Gibiteca de Fortaleza no sábado, 13 de agosto, não é?
Sim, vamos ampliar essa discussão por lá. O melhor lugar para uma palestra que pode existir: se o palestrante for um chato, você dá poucos passos e vai ler um gibi mais interessante!
Quadrinhos em Debate
O Mito do Herói nos Quadrinhos
(Convidado especial: Dellano Rios)
13/Agosto – 14h 30min
Gibiteca de Fortaleza
Biblioteca Municipal Dollor Barreira
Av. da Universidade, 2572
terça-feira, 26 de abril de 2011
Gibiteria Ravena: A Magia subterrânea dos Quadrinhos!
Existem poucas Gibiterias em Fortaleza. Essa escassez de espaços para compra de quadrinhos faz com que cada lugar especializado no gênero se torne louvável pela simples razão de ocupar espaço num mercado tão incerto e cheio de dificuldades quanto é este da arte sequencial. Mesmo assim, uma pequena loja na Rua Solon Pinheiro, no Centro, arriscou a sorte. Desde que abandonou o antigo nome "O Porão" e adotou um novo, "Ravena", tem garantido seu espaço à sombra conquistando colecionadores de gibis, toy figures, mangás e público diverso.
Ravena é uma loja pequena e até certo ponto consideravelmente desconfortável. No entanto, seu número de títulos e a diversidade de seu acervo são pontos que lhe conferem uma singularidade servindo como um deferencial que supera um possível desagrado inicial. Os principais títulos em circualção nas bancas estão lá, além de números atrasados de comics, gibis, mangás e revistas diversas. Há também uma grande qantidade de DVDs de animes e supersentais.
Os saudosistas vão se deparar com DVDs dos Changeman, Black Kamen Rider ou ainda mais
antigos como National Kid, Viagem ao Fundo do Mar e Hopalong Cassidy.
Aos ávidos por material mais antigo, há títulos dos anos 1980 e 1990 por preços acessíveis à partir de R$2,00, e quadrinhos clássicos de outras décadas, a maioria bem cuidados e conservados, alguns em capa dura e outros em compilações especiais e mesmo algumas raridades - a maioria em língua portuguesa. Coisas como "A Morte do Superman" original, ou "Crise das Infinitas Terras", "Batman: Ano Um" junto com "Dias de Um Futuro Esquecido", "Guerras Secretas", a coleção Dylan Dog da Conrad e mesmo "Epopéia Tri" já estiveram por lá com preços acessíveis que não os tornavam troféis inalcançáveis nem ridicularizavam sua importância. Infelizmente, esses quadrinhos raramente ficam mais que uma semana na loja, isso quando não foram encomendados e estão simplesmente esperando pelo dono. Essa rotatividade de material fica bem evidente na sessão de RPG em que jogadores nostálgicos poderão achar livros de suplemento de AD&D e mesmo um raro Karameikos num dia de sorte, mas, novamente, sua presença ali tende a ser deveras curta.
Os mais cobiçados artigos da loja, no entanto, não são os quadrinhos, mas os colecionáveis - os "toy figures" articulados ou estatuetas de personagens de quadrinhos, filmes, animes ou mangás. Assim como no caso de alguns quadrinhos boa parte foi previamente encomendada, mesmo assim, as chances de adquirir esses itens a preços justos são boas. Os melhores colecionáveis costumam ficar lacrados em suas caixas originais, o que garante sua qualidade. Os itens que não estão em caixas originais ficam acondicionados em plástico ou em embalagens transparentes – alguns repassados adiante por colecionadores. Além disso, cards (comumente em coleções completas) pôsteres, quadros, livros, quadrinhos independentes, DVDs de filmes, séries e pornôs de todos os tempos encontram seu lugar ao lado de edições da antiga Heavy Metal e camisas de supers.
A principal loja Ravena fica na Rua Solon Pinheiro, 279 - Loja 04 - Centro (esquina com Duque de Caxias, próxima à Praça Coração de Jesus. Fone 8813.9979), mas do mesmo proprietário há também uma pequena “banca-sebo” que merece uma visitação nos arredores do Teatro José de Alencar.
Texto por Luís CS.
Roteirista, Cronista, Espeleólogo de Gibiterias e Paleontólogo de mitos quadrinísticos, habilidades ocultas sob o manto cotidiano de professor, revisor e redator publicitário.
Visite o roteiroZ&Apneia, o blog do Luís CS sobre quadrinhos e cultura nerd:
http://roteirozeapneia.blogspot.com/
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Os Heróis Z de Carne e Osso!
Durante o lançamento da HeróiZ número 01, no Festival de Animê de Sobral (09 e 10 de abril /2011), uma surpresa arrebatou o público: a presença, em carne e osso, do Fantasma Escarlate e da Mulher-Estupenda (protagonistas da revista Herói Z). Entre olhares espantados e incrédulos, flashes de câmeras e corações palpitantes, os heróis posaram para fotos e deram autógrafos junto de seus desenhistas criadores.
O público acostumado aos personagens japoneses teve desta vez a oportunidade de interagir com personagens brasileiríssimos. O mundo dos super-heróis entrou na arena dos mangás ombreando grandes personagens japoneses ali já apresentados e não fizeram feio, pelo contrário: roubaram a cena. Paulo Lacerda e Marah Suely Lacerda, responsáveis pela proeza, ficaram muito felizes com a recepção calorosa do público. Experientes cosplayers e vencedores de vários concursos, a dupla que encheu o ambiente de magia, interpretava pela primeira vez personagens de histórias em quadrinhos nacionais, até então só tinham interpretado personagens de mangá, animê e games.
Por meio do cosplay foi possível perceber que a força criativa brasileira pode abraçar soluções e inspirações externas e manter sua personalidade. Enquanto o Fantasma Escarlate guarda grande proximidade com os Tokusatsus e a Mulher-Estupenda mostra-se alinhada a versões à moda Filmation, ambos encontram lugar confortável no cenário frenético e dinâmico que é um encontro de quadrinhos, mangá e animê.
Para saber como adquirir as novas e inéditas aventuras da Mulher-Estupenda e do Fantasma Escarlate na Revista Herói Z é só enviar e-mail para jjmarreiro@gmail.com
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