Ao elaborar uma narrativa seja em quadrinhos, seja um livro, seja um game ou outro meio qualquer, o autor é livre para explorar todos e quaisquer temas, gêneros e assuntos. Entretanto há um elemento fundamental — mas muitas vezes esquecido — que é a necessidade de perceber a qual público se destina sua obra.
Isso também é válido para produtores de conteúdo para web como
videocasts, podcasts, etc. É fato de conhecimento público que a cognição
e o aprendizado infantil diferem substancialmente dos adolescentes e
adultos, daí a compreensão de que certos temas e abordagens possuem
intrinsecamente públicos específicos.
Já há vários anos, um sistema classificatório tem sido mantido pelo Ministério da Justiça com
intuito de auxiliar no direcionamento de uma obra focando no público a que se destina. Esta
classificação é indicada para televisão, mercado de cinema e vídeo,
jogos eletrônicos e jogos de interpretação – RPG, entretanto pode ser de
utilidade para outras áreas e mídias não listadas.
Aos que interpretem esse sistema como censura, é bom lembrar que trata-se de uma classificação de conteúdos visando adequação de público, ou seja não é um impedimento de veiculação, mas um indicador de direcionamento desta veiculação.
O
Guia prático da classificação indicativa (disponível no site do
Ministério da Justiça) pode ser usado pelos próprios autores para uma
auto classificação de sua obra em projetos culturais, editais, etc.
Obviamente deveria ser também utilizado por avaliadores de projetos
culturais e editais para classificar os trabalhos que avaliam. Ele ajuda
a perceber que elementos estão contidos nos trabalhos e a que faixas
etárias melhor se destinam.
A título de exemplo, uma classificação Livre permite
a chamada Violência fantasiosa, como nos desenhos animados em que os
personagens se deformam, são amassados por bigornas ou martelos gigantes
e logo em seguida retornam ao estado normal; A presença de armas sem
violência, sem sangue, sem fraturas expostas é permitida; Mortes sem violência
ou lesões. Por exemplo: um corpo inerte é encontrado por um detetive
numa cena após o crime. Para maiores detalhes o Guia pode ser baixado
gratuitamente no site do Ministério da Justiça. (Link abaixo da
matéria).
Enquanto
as mídias relacionadas a cultura, educação e entretenimento se tornam
áreas mais rentáveis e abrem espaço para novas atividades, o
profissionalismo dos produtores faz-se cada vez mais necessário
exigindo-lhes mais conhecimento sobre o mercado que os cerca e sobre a
elaboração e veiculação de suas produções, sejam animações, games, RPGs
ou quadrinhos.
Mais:
Guia de Classificação
Guia de Classificação para Artes Visuais - 2021 (PDF)
Guia para o Áudio Visual - 2021 (PDF)
Ministério da Justiça Página Consulta
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