O Fanzine,
cujo termo tem origem na união das palavras Fanatic + Magazine consiste numa
publicação sem fins lucrativos que tem por objetivo divulgar ou difundir determinado assunto, ou vários. Ao pé da letra, a
Democracia seria o governo do povo, mas compreende-se que é um regime onde os
valores de todos são respeitados, onde um dos princípios fundamentais é a
igualdade. Por sua simplicidade de produção e pela liberdade editorial o Fanzine democratiza a produção e compartilhamento de seus conteúdos que vão dos mais sensatos, objetivos e informativos aos mais nonsenses.
O mundo das
publicações, no ocidente, desde o desenvolvimento da prensa de tipos móveis ,
de Gutemberg, sempre esteve sujeito a elevados custos de produção. Deste modo era natural que os
conteúdos tivessem a tendência de propagar as ideias, crenças e ideologias de
grupos específicos —coisa que ainda acontece nos grandes veículos de
comunicação. Centenas de jornais independentes foram varridos para debaixo do
tapete da História por posicionar-se contra o poder estabelecido e seus
valores.
Enquanto as tiragens de Jornais e
revistas ficam na casa dos milhares, os Fanzines são regidos pela casa das
dezenas e centenas. Uma das
características do Fanzine é a baixa tiragem. Isso aliado a
ausência de fins lucrativos talvez tenha garantido seu caráter alternativo,
marginal, periférico.
Os primeiros
Fanzines surgiram nos Estados Unidos, no início dos anos de 1930, como forma de
intercâmbio entre os leitores de Ficção Científica. Cosmic Stories (1929,
Editado por Jerry Siegel— ele mesmo um dos criadores do Super-Homem) e The
Comet (1930, Clube de Correspondência Científica) são dessa época. O título
"Ficção" (1965, editado por Edson Rontani) é considerado o primeiro
Fanzine brasileiro. Como se vê, desde sua gênese os Fanzines andam às voltas
com as Histórias em Quadrinhos e com a Ficção Científica.
Nos anos de
1930 se usava o hectógrafo para reproduzir documentos e posteriormente o
mimeógrafo, que até meados dos anos de 1970 também era usado para esta
finalidade. O mimeografo era muito comum nas escolas para reproduzir provas e
Trabalhos Didáticos. Esses equipamentos rústicos de impressão foram utilizados para
imprimir os primeiros Fanzines que se tem conhecimento. Com a popularização das
fotocopiadoras (xerox) a produção de Fanzines teve um vasto crescimento, em
parte devido ao movimento Punk e o a ideologia do "Faça você Mesmo". As temáticas também se multiplicaram ao
infinito. Surgiram Fanzines sobre Rock, Terror, Filmes, Poesia, Sexo, Drogas,
Escatologia, Teorias da Conspiração e por aí vai. As temáticas eram e são
infinitas, pois quem decide o que publicar é o Faneditor (Editor do Fanzine).
Eis aqui mais algumas características importantes do Fanzine: a pluralidade de temas
e sua independência editorial, já que o editor não precisa se sujeitar a normas
ou regras impostas por nenhum grupo econômico ou financeiro. O que é publicado
no Fanzine é responsabilidade de seu publicador (ou de seu grupo de publicadores).
A distribuição, troca ou venda destas publicações ganha força em eventos e shows. Por meio dos correios as edições acabam chegando aos locais mais improváveis e com o apoio da Internet o Fanzine pode atingir qualquer lugar. Alguns fanzines hoje em dia são distribuídos em formato digital, com a possibilidade do leitor imprimir se assim desejar. Os Blogs e sua simplicidade de edição e publicação possuem o exato espírito de "faça você mesmo" presente nos zines. Publicações impressas mais audaciosas e de maior custo podem conseguir financiamento via crowdfunding (financiamento coletivo online). Mas qualquer que seja a plataforma usada para a produção de um Fanzine, uma Linha Editorial é imprescindível. Ou seja: Ter um tema específico para abordar e deixar o público ciente disto de maneira clara.
Um Fanzine
pode ser usado para:
-Trabalhar a
noção de grupo e trabalho de equipe;
-Divulgar um
assunto específico ou vários;
-Transmitir
conteúdos Educativos, Institucionais ou Instruções;
-Trabalhar a
comunicação escrita;
-Estimular o
intercâmbio, a troca de informações e a criação de contatos e amizades;
-Manifestar
uma expressão artística;
-Entreter e
divertir;
-Exaltar um
personagem ou personalidade.
Por isso, um
Fanzine (tradicional ou eletrônico—assim como um blog) pode ser tão útil ou tão
inútil quanto deseje seu editor.
UzineFanzine (Fanzinoteca Virtual)
FANZINE Q.I. (Um dos maiores —senão o MAIOR— catálogos de Fanzines do Brasil)
FANZINE Q.I. (Um dos maiores —senão o MAIOR— catálogos de Fanzines do Brasil)
VÍDEOS:
Aqui embaixo você encontra dois arquivos para (caso queira imprimir. Você pode imprimir frente e verso ou imprimir as duas partes e colar segundo as instruções para que a sequencia de páginas fique na ordem correta. O importante é atentar para que a matriz a ser reproduzida esteja com a numeração correta ou seja: A página dois sendo o verso da capa; a pág 03 sendo o verso da pág 04; pág 06 verso da 05; pág 07 verso da 08. Os arquivos estão abaixo e em seguida as instruções de montagem.
Agora você vê as dicas de montagem. Imprima, monte e leia, a distribuição deste material está liberada desde que mantidos os créditos. Esta edição única do "FANZINE FEITO À MÃO" foi escrita ilustrada e montada por JJ Marreiro com propósitos didáticos e de entretenimento, o personagem apresentador, Lucas Barata (aka Rapaz Assombroso), foi criado por JJ Marreiro e aparece nas aventuras da Mulher-Estupenda. As informações apresentadas neste exemplar foram redigidas de memória, mas podem ser comprovadas no livro Fanzine de Edgard Guimarães, Editora Marca de Fantasia e A Mutação Radical dos Fanzines, de Henrique Magalhães, mesma editora.
Muito boa iniciativa, Marreiro, quanto mais se difundir a ideia do fanzine, melhor.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, Henrique. Os Fanzines precisam ser descobertos como ferramenta seja para educação seja para o entretenimento. Não sou um especialista como vc, mas tentei deixar registrado aqui a importância deste veículo e de sua pluralidade de conteúdos.
ResponderExcluirAgora tenho uma ideia mais acurada do que se constitui um fanzine. Sua importância cultural é incontestável.
ResponderExcluirExatamente. Um fanzine pode servir para educar e instruir tanto quanto para entreter e divertir. Isso vai depender dos seus conteudistas e de seu editor. Obrigado pela presença virtual/digital, Antonio! Grde abraço!
ExcluirEstou organizando a @ª edição da Mostra Grampo de Fanzines e Afins, aqui no RJ, e a temática deste ano das palestras é esta, a inserção dos fanzines na educação, os fanzines como ferramenta lúdica e necessária.
ResponderExcluirAliás, aceito e preciso de sugestões!
Henrique, na edição do ano passado, falamos demais sobre seu trabalho e de como seu livro contribuiu para todo o processo e difusão do fanzine! grato por lutar! abraços! a todos deste blog!
Edições em pDf do fanzine QI http://marcadefantasia.com/camaradas/qi/quadrinhos-independentes.html
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO link do QI mudou http://marcadefantasia.com/revistas/qi/qi.html
ResponderExcluirTexto direto e mais esclarecedor a quem ainda não conhece a função libertária dos zines. Muito bom!
ResponderExcluirMuitíssimo obrigado, Gazy. Vindo de você que é um expert no assunto me sinto gratificado.
ExcluirO QI mudou de endereço novamente http://www.marcadefantasia.com/revistas/ego/qi.html
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