Por Jacko e Daywid
Assistido o tão esperado filme de Matt Reeves sobre o homem morcego, trazendo Robert Pattinson como personagem principal. E devo confessar que tempos atrás quando vi a escolha, fui daqueles que tacou o pau, mas, depois de filmes como Mulher Maravilha e Aquaman, respirei fundo e pensei: calma. Vamos esperar pra ver algo pra poder criticar.
Foi a melhor coisa que fiz, esperar.
Muita
gente critica o filme por ser longo demais, arrastado, que poderia ser
menor e resolver as coisas mais fáceis e simples, mas não dá. Pelo
contrário, se você viu o filme, viu que faltou tempo pra explicar muita
coisa como por exemplo, fatos sobre o Charada que ficam mais explicados,
mais detalhes sobre o Pinguim, coisas sobre as cenas finais que não
tiveram explicação, que pra mim não é furo, foi escolha sobre o que
apresentar, e tentar diminuir o tempo do filme.
A trama é cheia
de mistérios, com elementos até então estranhos para nós fãs, como o
Batman andando lado a lado com a polícia, sendo encarado por todos,
menos pelo capitão Gordon, que é preciso ressaltar que Jeffrey Wright
entrega um Jim Gordon sério, honesto, que acredita no Batman, e com um
puta moral de poder até enfiar o dedo na cara do Morcegão, sem nem
piscar. Me lembrou muito o Gordon de Batman Ano Um.
Outra personagem
que ficou muito boa, e também remete a Batman Ano Um é Selina Kyle. Zoë
Kravitz ficou tão bem no papel que nem precisa de roupa de couro,
enfeites ou coisas do tipo, ela entrega uma Mulher Gato diferente de
qualquer outra, que é ágil, rápida, boa de briga, esperta e bonita.
Um
personagem pouco explorado por outro lado foi o Alfred, tendo Andy
Serkis no papel, pouco se mostrou no filme, mas foi necessário quando
surgiu.
O filme aborda coisas que outros não fizeram, como falar do
passado da família Wayne, de ligações perigosas com o passado da cidade,
as alianças que passam a assombrar o presente de Bruce Wayne,e é isso
que dá o ar sombrio e sério de Bruce durante todo o filme.
O Charada
por sua vez, deu um show a parte, mas eu diria que mais pelo ator que
pelo personagem. Pois ficou faltando coisas sobre o personagens,
detalhes não explicados, porém, Paul Dano foi perfeito na atuação.
Tivemos o Pinguim, que pra mim, assim como o Alfred, foi pouco explorado, mas é preciso dizer:
- Que PINGUIM É ESSE?
Colin
Farrell, irreconhecível, dá um show de interpretação: é nojento,
covarde, bobalhão, traidor, vingativo e chefão. O "Os" dele é
responsável por uma das melhores e mais vibrantes cenas do filme, quando
é perseguido pelo Batman no maravilhoso Batmóvel. um verdadeiro pega
pega na cidade, com muita explosão, reviravoltas e um final de
perseguição hilário.
O Batmóvel pra mim foi um dos melhores já
feitos, porque se isso é uma adaptação das HQs, então também é possível
fazer algo o mais parecido com as hqs possível certo?
E Reeves pensou assim, pois esse Batmóvel é muito mais próximo das HQs que seus anteriores.
Agora vamos falar do Batman.
Acho que chegou a hora de deixar essa história de Crepúsculo de lado, né?
Robert
Pattinson entregou um dos melhores Batmans do cinema até hoje. Resgatou
o Batman detetive, investigativo, porradeiro, violento, que não mata,
que não precisa de amigos super poderosos nem de roupas especiais para
evitar ser mordido por cães pra provar que pode entregar umas das
melhores, senão a melhor,atuação do morcegão, para os cinemas.
Ele
é rápido, violento, brutal, pouco apela pros seus apetrechos no cinto.
Sua roupa é tática, flexível, pouco apresenta enchimentos, deixando-o
mais natural e real possível.
- Ele não Ri! - Nem tem por que ou onde
rir. Tudo no filme é melancólico, sombrio, triste, violento, não tem
espaço para risadas, piadas, brincadeiras. Ele corre contra o tempo para
derrotar o Charada, evitar novas mortes, resolver enigmas sobre seu
passado que se revelam sórdidos e contradiz com o que ele mesmo pensa
sobre ser o Batman.
O traje é perfeito, simples, diferente das
armaduras e enchimentos dos outros filmes, e apresentou a melhor
máscara, na minha opinião, já feita até hoje, onde mostra a abertura
longa no queixo, deixando parte do rosto a mostra, com detalhes de couro
que marcam sem parecer falso e dar aquele semblante sério e malvado que
conhecemos. Até o elemento "sombra" usado nos olhos para deixar os
olhos dele com o capuz mais sombrios, aqui foi dado ênfase, deixando
claro que o Batman usa maquiagem pra esconder sua identidade, e não que
usa e finge não usar. Até isso deixa tudo mais real, pois Pattinson sem
máscara e com a maquiagem escorrendo, dá um ar de tristeza, e ao mesmo
tempo de vingança, além de lembrar o Corvo.
Talvez, o único momento que me queixei sobre o filme foi sobre o Pattinson como Bruce Wayne, que fica longe daquele biotipo estilizado que temos na mente das HQs, até mesmo distante de Bale e Affleck, mesmo assim, com o passar do filme, acabei acostumando, e ele consegue provar que é bom também sem a máscara.
Um grande ponto positivo do filme é que, aqui, vemos um filme do Batman. Aqui ele não é coadjuvante, é o principal. Pattinson passa mais da metade do filme com a máscara, agindo como Batman, diferente dos outros filmes que abordam demais Bruce Wayne, até pra poder dar mais crédito ao ator, mostrar seu rosto e assim aumentar seus ganhos com sua imagem. Aqui, Batman é a estrela, e como falado em uma cena, Batman é a verdadeira face de Bruce Wayne.
Se o filme tem furos no roteiro, não parei pra ver isso, me atentei a história contada, aos personagens que nela estão, no Batman, no Pattinson, e apesar de ter ficado algumas coisas sem resposta, isso pra mim não desmereceu o filme. Precisarei ver d novo pra encontrar esses "furos".
Não dá pra esquecer as cenas finais no Arkhan, ou mesmo a cena pós crédito, que quebra a tradição dos atuais filmes e proporciona algo digno eu diria de, Ferris Bueller, lembra dele? Lembra de "Curtindo a Vida Adoidado"? Pois é.
The Batman é o filme que esperávamos e Zack Snyder não soube apresentar.
É o melhor até hoje?
No quesito porrada e investigação, sim.
No quesito "fiel as hqs", sim.
No quesito história, sim.
Personagens? Sim.
Então, "em que momento o filme é ruim", você pode até perguntar, mas só posso dizer que ainda estou procurando, porque não lembro uma cena que não tenha curtido, ou vibrado, ou até mesmo chorado.
Quando as coisas se invertem, e vingança passa a representar esperança, não consegui segurar as lágrimas.
THE BATMAN é O Batman que precisamos.
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