A ação ficou na justiça até 1953, quando o gênero dos heróis uniformizados não era mais um bum de vendas. Insistir numa ação judicial não-lucrativa era bobagem, o que move o mundo editorial é o lucro. Assim a Fawcett desistiu da briga que só traria prejuízos e o Cap. Marvel saiu das bancas. Entretanto na Inglaterra o Cap Marvel ainda era sucesso estrondoso de vendas. Sem novas histórias e sem os direitos de produzir novas aventuras, a Editora Lenn Miller encomendou ao artista Mick Anglo um personagem que pudesse substituir o Cap. Marvel e manter as vendas. Assim surgiu o MARVELMAN (em 1954). No Brasil chamado de Jack Marvel. Junto com Young Marvelman e Kid Marvelman estava formada a Família Marvelman — alusão direta à Família Marvel. O sucesso prosseguiu até 1963 quando Marvelman deixou de ser publicado.
Em 1981 ocorre o retorno de Marvelman na revista Warrior (da Editora Quality), arte de Gary Leach e Alan Davis, textos de Allan Moore. Devido ao sucesso crescente dos roteiros de Moore, Marvelman aporta nos Estados Unidos pela editora Eclipse Comics em 1985. Para evitar problemas com a gigante Marvel Comics, Marvelman é rebatizado como Miracleman. Para aqueles que tiveram contato com o personagem ainda nos anos 80 a abordagem — mais madura e a narrativa mais sóbria, algumas vezes até agressiva com imagens e acontecimentos fortes — foi uma prova de que os quadrinhos mainstream estavam amadurecendo. Posteriormente o estilo de Moore e seu Miraclemen influenciariam todo o mercado jogando os heróis uniformizados num contexto mais sombrio, mais pesado, sob certo aspecto, mais realista.
A Eclipse havia reformulado o personagem com uma autorização verbal de Mick Anglo. Após a falência da Eclipse, Todd McFarlane comprou todo o material da editora acreditando levar consigo o Miracleman, erroneamente, pois uma cláusula contratual determinava em caso de falência a ida dos direitos do herói aos artistas Neil Gaiman, Alan Moore e Mark Bukingham. Em 2004 Neil Gaiman obteve os direitos do personagem e em 2009 os vendeu a Marvel Comics.
As histórias produzidas por Mick Anglo eram inspiradas diretamente no Capitão Marvel de Charles Clarence Beck inclusive na disposição dos painéis, no ritmo das histórias e no encadeamento das ações.
A recontextualização do personagem proposta por Moore é copiada por 90% dos escritores de quadrinhos modernos. Todo o drama, amadurecimento pessoal, catástrofes e perdas que Marvel e DC submetem a seus personagens possuem raízes aqui. Moore lançou mão de muitos artifícios criativos que se tornaram moda e acabaram virando lugar comum de tanto copiarem. É difícil ver um roteirista "destruindo" ou "desconstruindo" um herói e não pensar em Alan Moore.
Miracleman evolui a cada edição e sua visão de mundo idem. Ele sai do herói combatente para o herói de pensamento estratégico global até beirar a desumanização. A narrativa também se complexifica. Definitivamente não é uma trama para todos os públicos.
Em 2014 a Marvel Comics começou a relançar as HQs originais escritas por Moore com a intenção de publicar toda a saga, indo até a publicação de material inédito de Neil Gaiman e Grant Morrison. Essas novas produções que devem começar a ser vistas em 2016. Já existem planos para lançamento de edições encadernadas após o fim da série, informação divulgada pelo Editor Levi Trindade no Fest Comix 2015.
No Brasil a revista é lançada pela Panini e, nos moldes da revista americana, trás entrevistas, estudos de páginas e de criação de personagens, material de divulgação, capas não usadas, Hqs originais do Marvelman de Mick Anglo e outras atrações curiosas. Em ambas versões, na edição norte-americana e na edição brasileira, devido a desentendimentos com a Malvel, Alan Moore é creditado como "O Autor original", uma alcunha de duplo significado já que originalmente Moore é autor dessas hqs e, embora polêmico, não há como negar que uma de suas características é de fato a originalidade.
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